Asma felina: o que fazer se seu gato tosse?
Escrito e verificado por o advogado Francisco María García
A tosse seca pode se confundir com náuseas, vômitos e dificuldade respiratória. Se o gato tosse, pode estar apresentando sintomas de asma felina, uma espécie de bronquite crônica que não pode ser curada, mas controlada se tratada rapidamente.
A asma felina, que apresenta características similares à asma alérgica em humanos, geralmente é confundida com problemas causados por bolas de pelo. Trata-se do acúmulo de pelo no estômago, gerado pela ação repetitiva de se lamber.
Animais afetados
Embora geralmente apareça em gatos menos de oito anos, a asma pode acometer jovens, velhos, fêmeas e machos. Não foi especificado um componente genético para a causa da doença. Porém, sabe-se que gatos com rostos achatados ou as raças braquicefálicas, como os persas, himalaia e siameses, são mais suscetíveis a contraí-la.
Fazer o diagnóstico a tempo é essencial. A asma felina também é conhecida como bronquite crônica ou alérgica e asma bronquial, chamada de doença pulmonar obstrutiva crônica.
A asma felina deriva da inflamação e estreitamento das vias respiratórias inferiores nos pulmões. Isso é produto de uma reação excessiva do sistema imunológico diante da presença de alérgenos. É classificada como leve, moderada, grave e potencialmente fatal.
O que pode gerar a asma felina?
- O pólen das árvores e da grama
- Sprays de cabelo, desodorantes ou anti-pulgas
- Fumo de cigarro ou chaminé
- A poeira da areia para gatos, especialmente das que têm odores
- Mofo
- Ácaros
- Produtos de limpeza
- O estresse, a obesidade, o frio, o calor e o esforço físico também podem ser causadores
Diagnóstico precoce
No aspecto físico, também existem alguns fatores que podem influenciar e propiciar a asma felina:
- Um diâmetro menor do tronco bronquial em relação ao tamanho do corpo.
- Músculo mais liso na parede brônquica.
- Maior proporção de cartilagem elástica e mais células globosas.
- Glândulas submucosas e mastócitos.
De acordo com alguns estudos, a asma felina afeta de 1 a 5% dos gatos domésticos. Algumas infecções parasitárias se assemelham à doença, por isso é recomendável descartá-las.
Os brônquios se contraem e produzem um muco que dificulta as trocas gasosas. A contração, somada à inflamação, estreita as vias respiratórias e provoca dificuldade na respiração.
A tosse seca não é o único indicativo da asma felina. São também sintomas a respiração rápida, ruidosa e com dificuldade. Quando um gato tenta tomar ar com a boca aberta o risco está latente e, se o abdômen e o peito se movem de forma irregular, apresentando um som sibilante na expiração, a doença pode ser diagnosticada.
Nesse sentido, um diagnóstico precoce e um tratamento adequado ajudarão a ter um bom prognóstico. Se os sintomas passam despercebidos e se produzem mudanças crônicas e degenerativas na parênquima pulmonar e nos brônquios, o tratamento fica mais difícil. Destacamos ainda que um ataque de asma felina é potencialmente fatal.
Como detectar a asma felina
Com o surgimento da tosse ou dificuldade respiratória, deve ser feita uma série de exames para descartar outros processos com sintomas semelhantes. Alguns exemplos são parasitas pulmonares, broncopneumonia, neoplasias e insuficiência cardíaca.
Assim, a radiografia orienta o diagnóstico e é complementada pelo lavado broncoalveolar, que é a quantidade de soro fisiológico que se introduz na traqueia para fazer um estudo das células. O lavado é feito com anestesia geral.
Detectada a doença, o tratamento inclui terapia inalada, de mais rápida ação e menos efeitos secundários. A terapia com aerosol elimina o muco bronquial e melhora a respiração, enquanto que as vacinas ou a imunoterapia servem para diminuir a hipersensibilidade exagerada que gera as crises de asma.
Prevenção e alimentação adequada
Também é importante eliminar os alérgenos causadores da reação do sistema imune. É o caso da fumaça, inseticidas, temperaturas baixas, obesidade e areia com poeira.
Além disso, uma alimentação equilibrada é essencial. Eliminar alimentos secos à base de cereais e grãos é uma recomendação de especialistas, pois poderiam ser fatores desencadeantes de inflamações ou alergias. Por sua vez, o sobrepeso gera mais trabalho para os pulmões.
O cuidado com o animal e a rigorosidade do tratamento permitirão que a asma felina deixe de ser uma doença potencialmente mortal, podendo ser estabilizada mantendo a qualidade de vida do felino.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.