Os cães podem comer milho?

Os cães são carnívoros facultativos, o que significa que baseiam sua dieta na carne, mas também aceitam esporadicamente produtos de origem vegetal. O milho é um deles.
Os cães podem comer milho?
Samuel Sanchez

Escrito e verificado por o biólogo Samuel Sanchez.

Última atualização: 21 dezembro, 2022

Frutas e vegetais são uma parte essencial da dieta humana, mas às vezes surge a pergunta se esses alimentos são adequados para os animais de estimação. Os gatos são animais estritamente carnívoros, mas os canídeos aceitam uma variedade maior de alimentos, pois são facultativos no consumo de carne. Então, os cães podem comer milho e outros produtos vegetais?

Os cães podem – e devem – consumir outros alimentos além de carne processada e ração, pois precisam de minerais, vitaminas e até fibras para manter uma flora intestinal benéfica a longo prazo. A seguir, vamos contar se os cães podem comer milho, sempre com base no conhecimento científico e nas necessidades da espécie.

A alimentação facultativa dos cães

Como regra geral, os cães precisam de pelo menos 10% de proteína em sua dieta diária – idealmente 20-25% –, pelo menos 5,5% de gordura e até 50% de carboidratos, valor que também inclui 4% de fibras. Além desses macronutrientes, também precisam ingerir pequenas quantidades de minerais e vitaminas, essenciais para processos celulares específicos.

Com esses percentuais, queremos mostrar que as proteínas e as gorduras animais são uma parte importante da dieta dos cães, mas não a única. Para produzir a ração seca, muitos fabricantes recorrem à adição de cereais, farinha de milho, farinha de trigo e outros compostos vegetais ricos em carboidratos. Mesmo que você não saiba, seu canídeo provavelmente come milho todos os dias indiretamente.

Para reduzir os custos, muitos fabricantes optam por adicionar cereais, milho, arroz e outros compostos nas rações secas. Os canídeos digerem bem esses elementos.

 

Um cachorro comendo milho no campo.

Os cães podem comer milho?

Como você pode imaginar, a resposta é sim. Por serem carnívoros facultativos, esses animais costumam aceitar sem problemas uma grande quantidade de alimentos de origem vegetal, sejam eles frutas, legumes, arroz, milho e muitos outros. Além disso, esses compostos não são filler ou calorias vazias, pois nas quantidades certas podem trazer benefícios ao animal.

Conforme indicado pelo site profissional Purina, os grãos vegetais são facilmente digeríveis tanto por cães quanto por gatos. No caso dos canídeos, estima-se que o milho e outros grãos sejam digeridos em 80-90%, ou seja, os vegetais não só possuem nutrientes e energia em sua composição química, como também os cães são capazes de metabolizá-los.

Propriedades nutricionais do milho

Se analisarmos diretamente às propriedades nutricionais do milho, entenderemos mais facilmente porque seu consumo nas quantidades certas pode ser muito positivo para os cães. Vamos ver algumas de suas particularidades nessa área:

  1. Energia: 100 gramas de milho de espiga pronto para o consumo contêm cerca de 110 quilocalorias. Dependendo do peso e da raça do cão, isso geralmente é responsável por 5-10% de sua ingestão calórica diária.
  2. Proteínas: os cães precisam de proteínas para todos os seus processos biológicos, embora seja verdade que metabolizam melhor as de origem animal do que as vegetais. De qualquer modo, é importante observar que o milho reporta 3 a 10 gramas de proteína por 100 gramas de alimento, dependendo de sua forma de apresentação e variedade.
  3. Gordura: 1,2 gramas por 100 gramas. O baixo teor de gordura desse alimento o torna adequado para dietas e programas de alimentação especiais. De qualquer modo, consulte sempre um veterinário.
  4. Carboidratos: 100 gramas de sementes de milho doce possuem 19 gramas de carboidratos, dos quais apenas 3,2 gramas são açúcares. Esses macronutrientes são uma excelente fonte de energia.
  5. Outros compostos: ferro, magnésio, potássio, ácido fólico, niacina, tiamina, retinol e outros micronutrientes essenciais para a manutenção do corpo.

Simplificando, o milho é uma excelente fonte de energia com o mínimo de gordura, além de promover a motilidade intestinal e o bem-estar da microbiota devido ao seu teor de fibras. Embora nunca deva ser a base da dieta do animal, pode ser adicionado de vez em quando em cardápios naturais.

Como oferecer milho ao meu cachorro?

Vimos que o milho pode ser positivo para cães, se adicionado com moderação. Em todo caso, é importante ter cuidado ao oferecê-lo, pois pode causar problemas em alguns de seus formatos. Nas linhas a seguir, vamos explorar as diferentes apresentações do milho e sua viabilidade no menu dos cães.

Milho

A espiga de milho é totalmente desaconselhada em todos os casos. Embora possa parecer um alimento estimulante e que promove a saúde bucal do cão ao potencializar a mordida, nunca é recomendada. O cão pode despedaçá-la e se divertir com ela, mas também pode engolir a peça inteira e sofrer uma grave obstrução intestinal.

Se o seu cão engolir uma espiga e começar a vomitar sem conseguir regurgitar, você deve levá-lo ao veterinário rapidamente.

Pipoca

Como indica o American Kennel Club, a pipoca é adequada para os cães desde que não tenha sal nem manteiga. Também é preciso ter cuidado e remover todos os grãos de milho que não estouraram, pois não são digeridos facilmente e podem causar mal-estar estomacal no cão.

Milho doce enlatado

É a apresentação ideal para cães, junto com o grão de milho cozido sem nenhum tipo de aditivo. É um alimento macio, doce e de fácil digestão, por isso é adequado para quase todos os canídeos se oferecido esporadicamente.

Se você quiser que seu cão coma diretamente de uma espiga, segure-a com as mãos e não o deixe levá-la.

Cuidado e moderação

Os cães geralmente não apresentam processos alérgicos após comer alimentos vegetais, mas sempre há exceções. Segundo fontes já citadas, estima-se que menos de 1% dos canídeos são hipersensíveis ao milho, então a possibilidade existe.

É melhor verificar com o veterinário se o milho é adequado para seu animal de estimação e, se for o caso, experimente pequenas quantidades para ver como o animal reage antes de incluí-lo em seus pratos. Só então você evitará sustos e reações adversas graves.


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