Continuarei te amando, embora me abandone

Continuarei te amando, embora me abandone

Última atualização: 26 maio, 2016

O abandono de cães segue continua sendo um grande mal e que, ao invés de diminuir, parece que os números aumentam a cada dia sem que possamos fazer nada para eliminar isso. Sempre olhamos esse assunto a partir da perspectiva humana: aqueles abandonam, sem nenhum peso na consciência, aqueles que os amam, e que ficam cheios de tristeza e indignação. Mas eles pensariam, embora me abandone, continuarei te amando?

Mas, e a partir da perspectiva de um cão? Como ele vê o abandono? Contaremos uma história comovedora, em primeira pessoa, a partir do ponto de vista de um cãozinho que te ajudará a entendê-lo. Não há maior lealdade do que a de um cão.

Obrigado por seu amor, embora me abandone

Cachorro

Sempre me levanto primeiro nessa casa, nem sequer sei se já é dia, mas não quero dormir mais. Ainda falta muito para que meus papais despertem… Oba! A porta está se abrindo, já estão vestidos! Eles já me levarão para a rua?

Eles estão saindo com algumas malas do quarto, para que será? Nós vamos nos mudar de novo? Essa é minha correia! Vão me levar para passear, quero saltar bem alto, quero que eles saibam o quanto lhes sou grato por me levaram para sair. Passear com meu pai pela manhã é uma das coisas que eu mais eu gosto. Me recordo de todos e de cada um dos passeios que já demos.

Mamãe já está colocando as malas no carro, será que eles sairão sair de férias novamente? Não quero que me deixem de novo naquele horrível hotel para cães onde não me trataram bem, quero ir com eles!

Meu pai está ajudando a colocar as malas e… espere! Ele também está me colocando no carro, legaaal! Vou viajar com eles! Obrigado meus amados donos e amigos, por tanto amor, por não quererem se separar de mim nem sequer durante as férias.

De repente o carro para. Menos mal, porque eu já estava com vontade de fazer pipi! Desço e faço, mamãe me dá de presente uma carícia e meu papai me joga uma bola. Até pensaram em brincar comigo durante o trajeto! Como posso agradecer por tanto amor?

Vou correndo atrás de minha bola com todas as minhas forças, quero bater meu recorde para que eles fiquem orgulhosos de mim. Apanho-a e quando retorno para ir de encontro ao carro… o carro, onde está o carro? Olho loucamente para todos os lados, cheio de desespero, tentando vê-los ao longe… Mamãe, papai, onde estão vocês? Obrigado por levarem para brincar e por todo seu amor.

Meu amor por você vai além da morte

Cabisbaixo, sem entender muito bem o que se passou (possivelmente se esqueceram que eu continuava ali e retornarão para me apanhar), começo a caminhar assustado, não há ninguém na estrada e os carros passam como loucos. Onde estão os meus pais? Preciso deles!

Logo chega um pessoal, crianças se aproximam, parece que eles gostam de meu pelo, uma senhora me atira um pedaço de comida como se eu fosse um cão de rua, será que agora o sou? Sinto-me sujo, não sei quanto tempo já passei caminhando e a verdade é que estou agradecido pela senhora ter me dado algo para comer porque eu estava morrendo de fome.

Por que esse homem vestido de preto está correndo para mim? Eu não gosto de seus sapatos, são muito grandes, melhor correr. O que atiraram sobre mim que não me deixa correr? É uma espécie de rede… sabia que esses sapatos não eram de confiança. Que frio está neste carro! Não tem um banco quente e macio para eu me sentar como os dos meus pais. Possivelmente o homem de preto me levará para eles, talvez ele os conheça.

Não acredito que meus pais tenham vindo de férias para esse lugar, é feio, está cheio de jaulas e de mesas brilhantes e frias. Não me meta nessa jaula! Aí não poderei correr, não poderei saltar, não poderei comer. A que hora me levarão para passear?

Logo me dei conta de que não sairia mais, que meus pais não voltariam, que o homem de sapatos terríveis não me levaria para passear. Algumas vezes algumas pessoas se aproximam de minha jaula, me bajulam e me dizem coisas lindas, mas não me deixam muito alegre.

Eu apenas quero voltar para casa… embora tenham me abandonado

Família com cachorro

Um dia, me tiraram da jaula, ainda continuei pensando se eles teriam encontrado os meus pais ou se eles haviam retornado para mim, mas me levaram para uma mesa brilhante e fria para me fazer alguns exames de rotina.

Mas hoje têm uma agulha, é muito grande, melhor não tentar lutar porque não conseguirei me libertar. Me lembro de outras vezes, que era uma pequena dor que logo passava e sempre diziam que era por meu bem. Mas está me dando muito sono, quero dormir, melhor me deitar porque me sinto um pouco enjoado…

Agora entendo tudo… agora que posso ver tudo de cima entendo que meus pais me abandonaram, possivelmente porque eu já era um pouquinho velho, porque posso ver que eles têm um outro novo amigo que se parece muito comigo. Não consigo olhá-los com rancor, os vejo com grande gratidão e carinho, pois eles me ajudaram a ser um cão feliz e, sabem de uma coisa meus amados pais? Se eu pudesse voltar para a terra e me deixassem escolher, eu escolheria vocês de novo. Embora me abandone, continuarei te amando. Eu sou assim.

Porque meu amor por vocês vai além da morte. Embora me abandone eu continuarei te amando…  


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