Curiosidades sobre o concurso de beleza canina Westminster Kennel Club
O mundo dos concursos de beleza canina é governado por regras e costumes que podem ser muito peculiares. Uma das mais antigas e populares competições é o Westminster Kennel Club, esse concurso de beleza canina é um evento anual que acontece nos Estados Unidos desde 1877.
Origens e funcionamento do concurso de beleza canina mais popular
No concurso de beleza canina Westminster Kennel Club, todas e cada uma das raças reconhecidas pela Federação Cinológica internacional são exibidas. O nome do concurso tem pouco ou nada a ver com a Inglaterra: em 1876, um grupo de homens ricos e entusiastas da caça se reuniu no Hotel Westminster para comparar as capacidades de seus cães de caça.
A partir desses debates espalhados em torno de seus animais se deu o surgimento do concurso de beleza canina Westminster Kennel Club, embora as primeiras edições estivessem focadas em raças de cães de caça, como o pointer e o setter. O concurso teve origem sete anos antes do American Kennel Club e foi o primeiro a ser reconhecido por essa organização.
A maneira de determinar a pontuação dos animais é seguir os padrões da Federação Cinológica internacional, a fim de recompensar aqueles que estão mais próximos do padrão perfeito da raça.
No início, os prêmios oferecidos aos competidores podiam se transformar em revólveres com o cabo revestido de pérolas, que os proprietários usariam em suas caçadas.
Atualmente, o cão vencedor torna-se “o cão da América”, que envolve passeios nacionais e contratos de televisão, entre outras coisas.
O evento é realizado todos os anos no Madison Square Garden por três dias em fevereiro, onde chegam a competir até 2800 exemplares, os 5 melhores cães de cada raça podem participar.
Uma maneira desatualizada de julgar a beleza canina
Cada uma das raças reconhecidas pela Federação Cinológica Internacional e pelo American Kennel Club tem seu próprio dossiê no qual as características que cada cão deve ter estão listadas.
Nos cães de caça, por exemplo, este dossiê incidirá padrões de musculatura, a sua agilidade, a harmonia do seu corpo em relação às suas extremidades, etc.
Um dos principais problemas nesta maneira de julgar os animais é que eles levam em conta certas competências e habilidades que, de acordo com os juízes, devem ser ‘inatas’ nesses cães, pelo simples fato de pertencer a uma certa raça.
Nestes concursos, no entanto, não é levado em conta que atualmente uma grande maioria desses cães são usados mais como animais de estimação e que séculos de hábitos domésticos têm sido capazes de causar certas mudanças.
A endogamia exercida pelos criadores, mais orientada para obter um benefício econômico do que para a criação ética de animais, levou certas raças a sofrer um revés, tanto físico quanto mental.
Buldogues, por exemplo, costumavam ter um corpo harmonioso e forte, mas décadas de consanguinidade produziram um animal desajeitado, babão e acima do peso.
O Dogue alemão, de aparência majestosa e aristocrática, agora sofre da chamada Síndrome de Wobbler ou espondilopatia cervical, que inclui várias doenças degenerativas neuromotores.
Tudo pela beleza
Juntamente com os problemas da consanguinidade, podemos até encontrar operações de cirurgia plástica destinadas a cumprir com os requisitos exigidos pelos juízes deste tipo de concurso.
As caudas são cortadas, as orelhas são delineadas e os ‘defeitos’ que podem levar a uma desqualificação são corrigidos por um bisturi.
O apoio econômico e institucional a esse tipo de disputa só legitima uma série de práticas que violam os direitos básicos dos animais.
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