Dermatite por Malassezia em cães
Escrito e verificado por o biotecnólogo Alejandro Rodríguez
A doença de que falamos hoje é peculiar, pois é causada por um microrganismo que vive na pele de forma normal. Quando ocorrem certas alterações, a Malassezia em cães torna-se um fungo patogênico, causando dermatites e outras doenças.
A Malassezia em cães
Em primeiro lugar, convém conhecer um pouco mais a fundo sobre esse organismo. O gênero Malassezia foi inicialmente descrito por volta de 1874 como um fungo um tanto particular, tanto na morfologia quanto no estilo de vida. Atualmente são conhecidas até 11 espécies diferentes.
Em condições normais, esse fungo vive na pele dos cães, com presença especial nas orelhas, boca ou região genital do animal. Vários fatores – como a descamação natural da própria pele ou a imunidade natural do cão – mantêm o crescimento da Malassezia em equilíbrio.
Quando a população desse fungo está dentro dos limites, sua presença é até benéfica, pois evita que outras espécies de fungos nocivos comecem a proliferar nos tecidos da pele. No entanto, a Malassezia pode começar a ficar descontrolada em certas situações, como:
- Um aumento significativo de umidade ou calor.
- Maior quantidade de lipídios, ou seja, alteração na produção das glândulas sebáceas do cão.
- Sistema imunológico deprimido, existência de alergias cutâneas ou até mesmo excesso de dobras cutâneas.
Sintomatologia em cães
Como se vê, esse fungo é oportunista, o que significa que ele aproveita para proliferar quando outras patologias mais importantes se manifestam. Um dos principais sintomas, e talvez o mais esclarecedor, é o cheiro desagradável de mofo que começa a exalar da pelagem do cachorro. Isso se deve às crostas, que costumam ser acompanhadas de coceira.
Outros sintomas característicos da dermatite por Malassezia são:
- Perda de pelo na área afetada.
- Pele inflamada e avermelhada, um fenômeno comumente conhecido como eritema.
- Descamação e coceira intensa.
Normalmente, o abdômen é o principal local de infecção. Depois, ele se espalha para as axilas, a região da virilha e a cabeça. Ocasionalmente, atinge as extremidades e causa pododermatite, caracterizada pela coloração marrom da região interdigital.
Existem algumas raças com maior predisposição para sofrer esta dermatite, como o basset hound, o poodle, o labrador ou o shar-pei, entre outras.
Existe tratamento para essa dermatite?
Se o seu cão apresentar os sintomas que mencionamos, você deve levá-lo ao veterinário para que o animal seja examinado. Uma vez lá, o veterinário fará uma série de testes de diagnóstico – uma cultura e contagem de células, normalmente – e se a infecção por Malassezia for confirmada, a primeira coisa a fazer é aplicar antifúngicos à base de imidazol.
Dependendo da extensão da área afetada, o tratamento pode ser feito de várias maneiras. Se a lesão for muito localizada, a aplicação tópica de pomadas antifúngicas costuma ser suficiente. Nos casos mais graves, deve-se seguir um tratamento diário com xampus especialmente indicados para esse tipo de infecção.
Após algumas semanas, o número de colônias de Malassezia é contado novamente. Se voltar aos limites normais, significa que o tratamento funcionou. Contudo, de qualquer forma, pode-se prescrever algum tipo de xampu preventivo.
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