Descubra como os cachorros podem ajudar crianças na sala de aula

Escrito e verificado por o advogado Francisco María García

Última atualização: 22 dezembro, 2022

O cachorro é o melhor amigo do homem. Essa é uma frase bem comum para se referir a estes adoráveis animais de estimação. Porém, o que pouca gente sabe é que os cãezinhos também podem ser os melhores amigos e o maiores aliados que as crianças podem contar. Os benefícios que os mascotes oferecem aos pequenos, principalmente os cachorrinhos, são numerosos e valiosos. Por isso, o uso pedagógico e terapêutico dos cães está cada vez mais difundido e reconhecido.

Cachorros que assistem a aulas: instrumento para todas as crianças

Talvez sejam mais populares os casos em que os cachorros são utilizados em terapias para crianças com Transtorno do Espectro de Autismo (TEA). Mas também são usados para ajudar pequenos com problemas de mobilidade, Síndrome de Down, outras dificuldades gerais de socialização ou aqueles que necessitem trabalhar o controle da agressividade e da ira.

Mas o uso de cães com fins pedagógicos dentro das salas de aula em colégios com alunos sem nenhuma condição especial é uma tendência que está em crescimento.

Os especialistas que promovem a participação destes animais nas escolas afirmam que é um método que auxilia às crianças a melhorar a concentração e que a aprendizagem se torna mais divertida. Aspectos pontuais, como a leitura ou a compreensão numérica, também foram significativamente beneficiadas pela colaboração canina.

Os cachorros reduzem o estresse das crianças

O êxito dos cães como instrumentos de ensino nas salas de aula está intimamente relacionado com várias pesquisas. Estas investigações concluíram que estes animais reduzem de modo significativo o estresse das crianças.

Situações que geram muita tensão, como ler em público ou fazer uma prova, podem provocar experiências traumáticas nos pequenos, mas pesquisas afirmam que, na companhia de um cachorro, essas situações podem se tornar perfeitamente toleráveis.

O mesmo princípio foi utilizado em casos de crianças que requerem atenção especial. Os resultados são mais que expressivos.

Integradores de crianças

Desde os meados dos anos 90 os cachorros começaram a ser utilizados de maneira frequente na educação. São ferramentas para ajudar os pequenos com autismo a se relacionar com o entorno, socializar e melhorar a qualidade de vida em geral (e dos familiares também).

Parte da ajuda se concentra em acompanhar as crianças ao enfrentar novas experiências. Estas, além disso, podem ser altamente estressantes, como o primeiro dia numa escola nova, por exemplo.

Os benefícios para as crianças

Entre os muitos benefícios enumerados pelos especialistas que utilizam cachorros treinados em terapias para ajudar crianças com Transtorno do Espectro de Autismo, destacam-se os seguintes:

Diminuição das condutas de fuga

Um risco que enfrentam os pais e quem trabalha com os pequenos. Uma parte importante no treinamento que os animais recebem é bloquear fisicamente as tentativas de fuga por parte das crianças. 

Quando os cachorros são destinados para trabalhar nestes casos, em situações como sair à rua ou ir ao colégio, eles vão amarrados no cinto dos pequenos. Se a criança tenta escapar, o cão que estiver acompanhando ficará deitado no chão. Com o tempo, asseguram os especialistas, estas condutas irão diminuindo, até desaparecer completamente.

Tolerância e controle da frustração

Ajudam as crianças no controle da tolerância e da frustração. Quando uma criança com autismo se enfrenta com uma situação desagradável ou que gera um sentimento de angústia, normalmente responde com gritos ou outros gestos estereotipados, como o movimento forte das mãos. Estando na companhia do cachorro, estas reações geradas pela tensão diminuem progressivamente.

Estimulam a comunicação

Sabemos que o contato olho no olho com as pessoas que sofrem autismo é quase impossível de alcançar. Porém, ao trabalhar com os cães, as crianças gradualmente vão estabelecendo contato visual com as pessoas que estão no entorno delas. Também adotam outras formas de comunicação verbal e não verbal.

Em geral, os cachorros se tornam agentes motivadores. São responsáveis pelo aumento das capacidades de interação social, assim como da atenção, concentração e autoestima. Os especialistas recomendam que as crianças comecem a trabalhar junto a este animal de estimação designado o mais cedo possível, preferencialmente, ao completar 3 anos de idade.

Outras experiências terapêuticas e psicológicas

Nas crianças com problemas de mobilidade, são os cachorros que os acompanham à escola. Também em outros momentos do dia, se tornam muito mais que os assistentes pessoais de cada um.

A maioria dos cães, sobretudo quando são treinados com esta finalidade, são semelhantes às babás. Por outro lado, as crianças facilmente estabelecem afinidade com os animais em geral. O instinto de proteção e colaboração, assim como a empatia natural entre pequenos e cachorros, podem se potencializar ao máximo, conseguindo resultados simplesmente surpreendentes.