10 curiosidades sobre o peixe guppy

O guppy é um dos animais mais famosos no mundo dos aquários. Você quer conhecer algumas curiosidades sobre ele?
10 curiosidades sobre o peixe guppy
Samuel Sanchez

Escrito e verificado por o biólogo Samuel Sanchez.

Última atualização: 21 dezembro, 2022

O guppy, também conhecido como barrigudinho, é um dos peixes de água doce mais famosos do aquarismo. São animais muito adaptáveis que se estabeleceram em uma ampla gama de ecossistemas e condições, o que mostra seu potencial colonizador e a facilidade dos seus cuidados. Você quer saber mais curiosidades sobre o peixe guppy?

Esse pequeno peixe actinopterígio se destaca por sua bela e ornamentada cauda, mas apresenta características que o distinguem dos demais, muito além de sua coloração. Se você quiser saber mais sobre ele, aqui estão alguns fatos curiosos que podem surpreender você.

1. Uma família muito grande de peixes

O peixe guppy (Poecilia reticulata) pertence à família Poeciliidae, um clado que inclui mais de 300 espécies, algumas delas muito famosas no mundo dos aquários. Além do guppy, encontramos outros poecilídeos normalmente comercializados em pet shops: a molinésia-negra (Poecilia sphenops), o platy (Xiphophorus maculatus) e o espadinha (Xiphophorus hellerii).

Todos esses peixes se destacam pelo simples cuidado exigido e seu belo aspecto. De qualquer modo, apesar do tamanho reduzido de alguns deles, recomenda-se mantê-los em aquários com um volume mínimo de 40 litros. Como são animais tropicais, um bom aquecedor e um sistema de filtragem adequado também são necessários.

2. Os guppies têm uma gama de distribuição muito ampla

Uma das curiosidades mais marcantes do guppy é sua capacidade de se adaptar a diferentes ecossistemas. Essa espécie é endêmica das regiões de Antígua e Barbuda, Barbados, Suriname, Guiana, Trindade e Tobago, e Venezuela. Além disso, foi introduzida intencionalmente em todos os continentes do mundo, exceto na Antártica.

 

Curiosidades sobre o peixe guppy

3. Eles foram introduzidos para comer mosquitos

A introdução forçada do guppy em alguns ecossistemas tem conotações sanitárias: como ele se alimenta de larvas de mosquitos, poderia reduzir a carga patológica desses invertebrados em certas regiões. Algo semelhante aconteceu com Gambusia affinis, outro poecilídeo semelhante ao guppy, mas com cores mais acinzentadas.

Em países como a Espanha, G. affinis se tornou uma espécie invasora, conforme indicado pelo Ministério para a Transição Ecológica e o Desafio Demográfico. Seu potencial adaptativo e sua facilidade de reprodução lhe renderam o duvidoso crédito de ser uma das 100 espécies invasoras mais prejudiciais do mundo.

Introduzir espécies exóticas para controlar pragas quase nunca é a solução.

4. O dimorfismo sexual é muito claro

O guppy representa um dos casos mais evidentes de dimorfismo sexual no mundo dos peixes de água doce. Os machos são pequenos (1,5 a 3,5 centímetros) e esbeltos, enquanto as fêmeas são mais longas (3 a 6 centímetros) e sua área abdominal é muito mais volumosa. Além disso, os machos possuem uma cauda colorida muito maior e mais chamativa.

5. Uma espécie submetida à seleção genética

Como muitos dos animais domésticos que conhecemos hoje em dia, outra curiosidade do guppy é que ele passou por um exigente processo de seleção genética ao longo dos anos. Os genes herdados entre gerações codificam o tamanho das nadadeiras e as cores, assim como o formato e a tonalidade geral do corpo.

Esses caracteres podem ser “isolados” e são cruzados apenas os espécimes que os possuem até que tais caracteres fixem em todos os descendentes. Graças a esse processo de seleção, vários tipos de guppies surgiram: cauda de pá, espada superior, cauda de lira, cauda de ponta e muitos outros.

6. As cores fazem parte do cortejo

O sistema reprodutivo dos guppies é do tipo poliandria, ou seja, uma fêmea pode se reproduzir com vários machos. Isso também beneficia os pretendentes do sexo masculino: quanto mais fêmeas receptivas, mais eles poderão espalhar seus genes em um único evento de reprodução. Eles também não perdem muita energia, pois não cuidam dos filhotes em nenhum momento do processo.

Como indicam os estudos, as fêmeas escolhem os machos de acordo com seus padrões de coloração, sendo mais bem-sucedidos os mais vistosos. Por isso, pode-se supor que a tonalidade dos machos é um sinal verdadeiro de sua qualidade genética.

7. Esses peixes dão à luz seus filhotes vivos

Quase todos os membros da família Poeciliidae são vivíparos, o que é muito incomum no mundo dos peixes. Isso significa que dão à luz filhotes formados e vivos, em vez de botar ovos que levam certo tempo para se desenvolver. Portanto, o período de gestação é um pouco mais lento, e no guppy demora até 30 dias.

Contudo, são animais extremamente prolíficos: uma única fêmea pode dar à luz entre 5 e 30 filhotes em um único evento reprodutivo. O trabalho de parto é realizado individualmente, com pausas entre “ondas” de nascimentos.

8. Esses peixes evitam a consanguinidade

A depressão por endogamia ocorre quando animais aparentados cruzam entre si. Quanto mais geneticamente parecidos forem um pai e uma mãe, mais provável será que algo dê errado com a prole, a curto ou longo prazo. Se muitos parentes forem cruzados entre si, é de se esperar que doenças e condições hereditárias se acumulem na prole.

Para evitar isso, os guppies têm certos mecanismos de pós-cópula. Por exemplo, internamente é preferível que, ao se deparar com dois tipos de espermatozoides, o primeiro a chegar ao óvulo seja aquele que está geneticamente mais distante da fêmea fecundada. Os mecanismos pelos quais isso ocorre ainda não são completamente conhecidos, mas ainda é uma das curiosidades mais fascinantes do guppy.

9. Esses peixes têm muitos predadores

A seleção sexual dos machos pode custar caro. Por terem cores tão marcantes, eles são muito fáceis de serem vistos por predadores, como peixes maiores e algumas espécies de aves. Por esse motivo, as populações selvagens tendem a se agrupar em “cardumes” se as ameaças no ambiente forem múltiplas. Quanto mais próximos ficarem, mais reduzida será a probabilidade de um indivíduo morrer engolido.

10. Em cativeiro, esses peixes podem apresentar certos problemas

Como dissemos nas linhas anteriores, os peixes guppy são capazes de evitar a depressão por endogamia, mas apenas até certo ponto. Se espécimes de uma mesma família forem cruzados à força para favorecer uma determinada característica, a prole provavelmente será cada vez menos viável.

Por essa razão, os guppies “projetados” são geralmente bem mais fracos do que suas contrapartes selvagens.

 

Conheça curiosidades sobre os peixes guppy

Então, o que você achou dessas curiosidades sobre o peixe guppy? Além de suas belas cores, esses animais apresentam uma capacidade de adaptação incomum e um sistema reprodutivo extremamente complexo. Se você quiser saber mais sobre eles, por que não tenta montar um aquário para um grupo de 6 espécimes e analisá-los ao vivo?


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