10 dicas para ajudar um cão com depressão
Escrito e verificado por o biólogo Samuel Sanchez
A depressão clínica em humanos é definida como um transtorno do humor no qual sentimentos de tristeza, perda, raiva ou frustração interferem na vida diária por um período de algumas semanas ou mais. Estima-se que mais de 300 milhões de pessoas sofram dessa doença em todo o mundo, mas você sabia que os canídeos também podem apresentá-la? Como ajudar um cão com depressão?
Se o seu cachorro está triste e apático, perdeu peso e mostra falta de energia, a primeira coisa que você deve fazer é ir levá-lo ao veterinário para uma avaliação geral. Se não houver nenhum desequilíbrio fisiológico, é possível que o seu cão esteja passando por um choque emocional. Continue a leitura e descubra 10 dicas para ajudar um cão com depressão.
A depressão em cães e 10 dicas para lidar com ela
Geralmente, os transtornos de ansiedade andam de mãos dadas com quadros depressivos, razão pela qual se costuma dar mais destaque à ansiedade canina, já que ela é um pouco “mais fácil” de quantificar e tem menos carga emocional. Estudos estimam que até 40% dos cães têm medo de barulho, 26% sentem medo generalizado e 17% sofrem de ansiedade de separação.
Por sua vez, cães com medos constantes e ansiedade crônica tendem a ser mais agressivos, irritáveis, apáticos e com menos habilidade social. Portanto, um canídeo com transtorno de ansiedade provavelmente desenvolverá sintomas depressivos também. Veja como lidar com esse quadro emocional.
1. Passe mais tempo com seu cachorro
Conforme indicado pelo site VCA Hospitais, os cães são capazes de desenvolver sintomas depressivos, principalmente quando perdem um companheiro canino. Caso o animal tenha enfrentado a morte de um membro de sua “manada”, o melhor que o tutor pode fazer é tentar passar mais tempo com ele. Qualquer atividade que distraia o animal de estimação de sua sensação de perda será útil.
2. Faça mais exercícios com ele
Como já dissemos, ansiedade e depressão costumam andar de mãos dadas no mundo canino. Um cão que faz pouca ou nenhuma atividade física não conseguirá gastar a energia produzida e, portanto, ficará nervoso, agitado, irritado e triste. Portanto, é sempre aconselhável levar o cão para passear por cerca de 2 horas por dia, dependendo do tamanho e da raça.
3. Introduza mudanças em casa gradualmente
Os cães são animais rotineiros, com comportamentos, horários e ambientes fixos. Talvez seja um mecanismo evolutivo, mas a instabilidade ambiental tende a estressar quase todos os seres vivos, incluindo os humanos. Assim como nós, os canídeos não costumam lidar bem com separações, mudanças de casa ou variações drásticas na dinâmica vital.
Se você for se mudar com seu cão ou se uma grande mudança ocorrer em suas vidas, lembre-se de que o animal deve se sentir seguro o tempo todo. Por exemplo, recomenda-se colocar o espaço do canídeo assim que chegar à nova casa durante a mudança, sempre com cobertores, brinquedos e bebedouros que já lhe sejam familiares.
4. Evite que seu cão fique entediado
A falta de estimulação em ambientes fechados promove a depressão nos animais, conforme estudos. Um tutor não deve apenas prestar atenção ao canídeo quando sai para passear, o ideal é que o animal tenha à sua disposição estímulos físicos e emocionais de forma contínua. Um quintal, muitos brinquedos ou outro companheiro canino podem ajudar nessa questão.
5. Respeite as emoções do cão
Por mais que o tutor não goste, o cachorro também tem o direito de sentir tristeza e ansiedade, desde que essas emoções não se tornem crônicas. Se o canídeo tiver passado por um evento traumático ou se aconteceram muitas mudanças em sua vida, deixe-o se adaptar aos poucos e não se irrite por ele estar mais apático.
Reprimir um cão por um estado emocional negativo só aumentará seu desconforto. Em muitos casos, a empatia é o melhor remédio.
6. Ajudar um cão com depressão com medicação: é possível?
Se o seu cão desenvolver ansiedade e depressão graves, ele pode precisar de medicação. Como indica o American Kennel Club, às vezes são usados medicamentos para tratar essas condições, como vários benzodiazepínicos, antidepressivos tricíclicos (TCAs), inibidores seletivos da recaptação da serotonina (SSRIs) e outros.
Nunca medique o seu cão sem orientação profissional. Doses farmacológicas para humanos podem envenenar animais de estimação.
7. Eduque seu cão com a ajuda de um profissional
Muitos sintomas de ansiedade e depressão em cães são derivados de uma situação instável em casa, que por sua vez pode estar enraizada no comportamento conflitivo do cão. Se você não sabe como lidar com o comportamento do seu animal de estimação, não deixe de consultar um educador canino. Os comportamentos desadaptativos dos animais podem ser “desaprendidos” com o apoio correto.
8. Conheça a si mesmo
De acordo com estudos, os cães se contaminam com as emoções dos seus tutores. Portanto, um cão com depressão também pode ser ajudado por meio da melhoria da saúde emocional dos membros da família. Se você está estressado, apático, chora com frequência ou tem algum distúrbio emocional, seu animal de estimação perceberá isso e seu estado também mudará.
Nesse ponto, é importante destacar que não se trata mais de ajudar o cão, e sim de preservar a própria saúde e buscar ajuda profissional em caso de quadros depressivos. Ficar triste constantemente não é normal, e qualquer mudança emocional de longo prazo requer uma avaliação psiquiátrica.
9. Deixe seu cachorro socializar com outros cães
Alguns cães são muito “na deles”, enquanto outros gostam genuinamente do contato intraespecífico. Se você já colocou todas essas dicas em prática e a saúde emocional de seu cão não está melhorando, a resposta pode se encontrar na falta de socialização com outros de sua espécie. Os parques públicos ou a adoção de um novo membro na família podem ser a solução.
10. Leve seu cachorro ao veterinário
Por fim, é necessário enfatizar que a apatia e a tristeza em cães geralmente são causadas por problemas físicos, não apenas emocionais. Parasitoses, infecções virais e patologias bacterianas podem drenar a saúde do seu cão de forma aguda ou crônica, causando sintomas de tipo depressivo.
Outras doenças, como anemia, tumores malignos, deficiências nutricionais ou hemorragia interna, também resultam em falta de energia e perda de peso. Antes de atribuir um estado emocional à depressão, é necessário descartar qualquer outro quadro fisiológico. Se o seu cão está triste, não deixe de levá-lo ao veterinário.
Ajudar um cão com depressão requer conhecimento multidisciplinar
Um cão pode apresentar sintomas depressivos devido a problemas de comportamento, distúrbios congênitos, doenças adquiridas, falta de exercícios, falta de socialização, contágio emocional e muito mais. A falta de energia e a apatia são conceitos tão etéreos que podem ser atribuídos a uma miríade de causas, desde uma tênia intestinal até a perda de um ente querido.
Por causa disso, você pode não encontrar a causa da depressão do seu cão na primeira consulta. Mas não se desespere, mantenha a calma e demonstre solidariedade ao seu cão. Sem dúvida ele faria o mesmo por você.
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