A doença cervos zumbis
Uma doença chamada de cervos zumbis, também conhecida como caquexia crônica, ou CWD, parece estar afetando muitos cervídeos nos Estados Unidos. Veados, alces e renas de até 23 estados foram afetados por essa doença neurológica.
O que é a doença cervos zumbis?
Essa síndrome foi descoberta na década de 1960 em cativeiro, embora foi apenas em 1981 que o primeiro caso foi visto na natureza. Com a entrada do século 21, ocorreram novos surtos que a distribuíram por grande parte dos Estados Unidos.
As causas da doença cervos zumbis seriam os príons, proteínas que podem levar até um ano para causar sintomas no animal. E esses sintomas são neurológicos, principalmente fraqueza e falta de coordenação, além de apatia e perda de peso.
Essa doença não tem tratamento e costuma colocar fim à vida dos animais. Atualmente, a doença não afeta pessoas, embora estudos com primatas não humanos demonstrem que comer carne ou cérebro de animais infectados pode ser perigoso.
Na natureza, as populações mal chegam a 10% dos animais infectados. No entanto, em populações criadas em cativeiro, essa taxa de infecção pode chegar a 79% do rebanho.
É provável que os animais se infectem através de fluidos como fezes, saliva, sangue ou urina. Os príons resistem por muito tempo no ambiente, por isso há o risco de infecção por animais mortos há muito tempo.
Essa doença está colocando em risco as populações de cervos nos Estados Unidos e representa uma ameaça para os países nórdicos. Em alguns desses países, onde os pastores de renas ainda existem, a doença já chegou.
Os lobos: uma barreira contra veados zumbis?
Vários profissionais apontaram os lobos como o melhor controle dessa doença. A estratégia de caça do lobo se baseia no esgotamento das presas mais fracas dos rebanhos de cervídeos, como os afetados por essa doença.
Um estudo publicado em 2011 analisou diferentes estratégias para controlar a doença usando modelos matemáticos. A seleção feita por predadores como o lobo parece muito mais eficaz do que a feita por caçadores e pode levar ao desaparecimento da doença sob certas condições.
O estudo também observou que a presença desses predadores poderia eliminar a ocorrência da doença cervos zumbis em novos locais, sugerindo que as zonas livres de lobo poderiam incentivar muito a propagação da doença.
Dado o risco potencial representado pela doença, especialmente diante de sua possível mutação, lobos e outros predadores demonstram mais uma vez que mantêm um equilíbrio natural e que podem controlar doenças perigosas para os seres humanos.
Assim, a importância da cadeia alimentar na natureza também se transfere para a saúde da nossa espécie. Portanto, isso deve ser levado em consideração quando se fala em controle populacional de animais silvestres como o lobo.
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Mathiason, C. K., Powers, J. G., Dahmes, S. J., Osborn, D. A., Miller, K. V., Warren, R. J., … & Wild, M. A. (2006). Infectious prions in the saliva and blood of deer with chronic wasting disease. science, 314(5796), 133-136.