Esturjão-kaluga: habitat e características

O esturjão-kaluga, procurado igualmente por pesquisadores e caçadores furtivos, está a prestes a desaparecer. Saiba mais sobre a situação desse peixe!
Esturjão-kaluga: habitat e características
Sara González Juárez

Escrito e verificado por a psicóloga Sara González Juárez.

Última atualização: 09 julho, 2023

O esturjão-kaluga, peixe da família Acipenseridae, não tem um rosto muito amigável, embora encerre grandes mistérios que o tornam digno de estudo. Infelizmente, essa espécie corre sério risco de extinção, uma vez que os espécimes adultos são explorados para a obtenção de caviar preto.

Esse esturjão é o único de seu gênero junto com o esturjão-beluga (Huso huso) e é endêmico de sua área geográfica. É um peixe que pesa muitos quilos e vive por muito tempo, quase cem anos. Aqui você poderá conhecê-lo melhor.

Habitat do esturjão-kaluga

O esturjão-kaluga (Huso dauricus) só pode ser encontrado no rio Amur, que corre ao longo da fronteira entre a Rússia e a China, bem como em seus principais afluentes e alguns pequenos lagos de sua bacia, como o Nikolaevsk e o Orel. Quando sai em mar aberto, esse peixe pode ser encontrado no mar de Okhotsk e, ocasionalmente, no mar do Japão.

Características físicas

O esturjão-kaluga é considerado o maior peixe de água doce do mundo, pois pode atingir 6 metros de comprimento e pesar quase uma tonelada. O seu corpo fusiforme é reforçado com 5 linhas de escamas endurecidas: 1 dorsal, 2 laterais e 2 ventrais.

O seu corpo é verde-acinzentado na área dorsal, clareando para um branco-esverdeado na área ventral.

Além disso, esse animal tem uma boca grande, que por sua vez contém certas estruturas que podem se mover para fora. Isso o ajuda a capturar suas presas, pois é um animal carnívoro. Na parte externa do nariz, possui 4 barbilhões achatados, que desempenham uma função sensorial inestimável em águas turvas, onde a visão não é muito útil.

 

Comportamento do esturjão-kaluga

O esturjão-kaluga é um peixe solitário e predador. É uma espécie que não exibe cuidados parentais, portanto os filhotes são autossuficientes a partir do momento em que eclodem do ovo.

Esses peixes preferem águas límpidas com fundo de cor clara, principalmente durante sua viagem para o mar. Essa preferência lhes permite nadar perto da superfície do rio, onde os filhotes podem evitar mais facilmente os predadores.

A alimentação do esturjão-kaluga

Esse peixe é um caçador, embora não tenha muita preferência em termos de espécies: se couber em sua boca, ele vai comer, podendo até incorrer em canibalismo se a comida estiver escassa. Suas presas mais comuns são o lúcio, a carpa, o arenque, o salmão e o keta. Assim que nascem, os filhotes se alimentam de seres menores, como zooplâncton, insetos e camarões.

A reprodução do esturjão-kaluga

O ciclo reprodutivo começa com a desova, que ocorre de maio a julho. Durante esse período, os esturjões retornam ao rio Amur para depositar seus ovos em áreas pouco profundas e com fortes correntes. Os filhotes permanecem no ovo durante 83 a 295 horas e eclodem com um saco vitelino, que os alimenta por até 8 ou 9 dias de vida.

Embora durante o período de desova os machos se reproduzam até 5 vezes, as fêmeas só podem se reproduzir a cada 4 anos.

A migração que os filhotes fazem para o mar é considerada passiva, pois são carregados pela correnteza. Assim que chegam ao mar aberto, permanecem lá até atingirem a maturidade reprodutiva, aos 10-14 anos.

Estado de conservação

O esturjão-kaluga está em perigo crítico de extinção. A principal causa do acentuado declínio que a espécie vem sofrendo desde o século XIX é a pesca massiva em seu habitat para a obtenção de caviar. Outros fatores, como as mudanças climáticas, fazem a temperatura da água oscilar, afetando os ciclos reprodutivos das fêmeas.

A exploração terrestre pelo ser humano nas áreas próximas ao rio Amur também afeta o esturjão-kaluga, uma vez que resíduos das construções ou a extração de madeira afetam o ecossistema fluvial. A introdução de espécies invasoras é um fator adicional, além da dificuldade de conservação do seu habitat.

Sua maturação sexual tardia é um dos maiores obstáculos para a recuperação da espécie, já que durante mais de uma década podem ser capturados espécimes adultos que não terão sido capazes de se reproduzir. O tempo mais curto que podem desovar é aos 6 anos de idade.

As agências governamentais da China e da Rússia proibiram a pesca de qualquer espécie nesse rio, mas a caça furtiva continua a ceifar a vida de muitos espécimes, apesar do fato de também existirem fazendas de esturjões destinadas à obtenção de caviar. De fato, a população dessa espécie continua em declínio atualmente.

É triste saber repetidas vezes que as principais causas de extinção de alguma espécie tem origem em atividades do ser humano. Embora sempre se tente proteger os seres vivos através de diferentes organizações, a divulgação sobre quaisquer espécies ameaçadas de extinção é essencial. Em outras palavras, conhecê-los abre as portas da consciência para a necessidade de proteger o planeta.


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