Faringite em cães: tudo o que você precisa saber

O aparecimento de faringite em cães é um quadro comum. Portanto, é importante conhecer os sintomas e os fatores de risco para consultar imediatamente o veterinário assim que percebê-los.
Faringite em cães: tudo o que você precisa saber
Samuel Sanchez

Revisado e aprovado por o biólogo Samuel Sanchez.

Última atualização: 21 dezembro, 2022

Tal como acontece com os humanos, os cães também podem desenvolver faringite. Embora essa enfermidade tenha potencial para aparecer em qualquer época do ano, as estações frias são as mais propícias, devido à ação do frio e do vento no corpo do cão.

A faringite em medicina veterinária é identificada como um processo inflamatório, que pode ser superficial ou profundo. Por afetar o tecido mucoso, o palato e as amígdalas do cão, essa condição às vezes pode impossibilitar a deglutição, o que resulta em perda de peso, fraqueza e muitos outros sinais clínicos.

Por esses motivos, essa patologia deve ser tratada imediatamente pelo médico veterinário. Sua abordagem é fundamental, principalmente se levarmos em conta que afeta a faringe, uma estrutura que se comunica com as cavidades nasal e oral. Se não tratada, a inflamação desse tecido pode causar asfixia do animal.

O que é a faringite em cães?

A faringite em cães é descrita, graças a evidências científicas, como uma inflamação aguda das amígdalas e, portanto, da faringe. Essa condição é mais normal em cães do que se pode pensar e requer atenção veterinária urgente. Além disso, é necessário levar em consideração que sua causa mais comum é a presença de bactérias, que podem se espalhar para outros órgãos se não forem eliminadas.

Porém, qualquer outra condição que ocorra na faringe, sem que seja bacteriana, pode desencadear a faringite. Infecções virais, crescimentos de fungos, irritantes químicos ou processos alérgicos também podem causar esse quadro.

 

Um cachorrinho doente.

Causas

A faringite em cães tem várias causas, entre elas estão as externas, que se enquadram no grupo das faringites agudas idiopáticas. Segundo as evidências científicas, esses quadros são causados por lesões mecânicas, como engolir alimentos ásperos, com espinhos ou com alguma característica que dificulte a passagem dos alimentos pelo esôfago.

O consumo de alimentos muito quentes ou muito frios também foi identificado como fator de risco para o desenvolvimento de faringite. Não é recomendável dar ração em temperaturas extremas ao cão, pois pode causar inflamação e irritação da faringe, deixando-a exposta a lacerações, por exemplo, ao se alimentar ou engolir corpos estranhos.

Como mencionamos, os agentes bacterianos também causam essa condição, que pode levar a faringite a evoluir para amigdalite. De acordo com estudos que abordam esse tema, as bactérias que afetam o aparecimento dessas afetações são as seguintes:

  • Escherichia coli.
  • Staphylococcus aureus.
  • Streptococcus pyogenes.
  • Staphylococcus intermedius.
  • Staphylococcus albus.
  • Klebsiella spp.
  • Pasteurella spp.

Por fim, também foi demonstrado que existe relação entre a faringite e doenças sistêmicas, como a cinomose e a parvovirose. Nesses casos, a inflamação da faringe é causada por uma infecção viral. Afinal, o ambiente faríngeo é um dos primeiros locais em que os vírus são encontrados quando entram no organismo do cão.

Sintomas

Assim que começar a desenvolver faringite, o cão passará a apresentar alguns sintomas característicos, que são muito semelhantes aos que ocorrem em qualquer doença respiratória. Os mais comuns são os seguintes:

  • Tosse seca e constante: o acúmulo excessivo de muco no ambiente respiratório, o ressecamento dos tecidos e a presença de corpos estranhos promovem a tosse em mamíferos, incluindo os cães.
  • Espirros frequentes.
  • Disfagia: deglutição dolorosa e dificuldade acentuada na hora de engolir.
  • Perda de apetite.
  • Náuseas.
  • Latidos roucos.
  • Cansaço.
  • Febre.
  • Excesso de salivação.
  • Sufocação e engasgos.

Além disso, o desconforto vivenciado pelo cão com faringite pode levá-lo a apresentar fraqueza e pouca vontade de brincar. Quando a patologia gera obstrução, seu cão pode apresentar estridor (chiado ao inalar), cianose (cor azul ou cinza na boca) e até desmaiar. Todos esses sinais indicam a necessidade de cuidados veterinários urgentes.

Como tratar a faringite em cães?

Quando a faringite canina é causada por um agente bacteriano, os veterinários geralmente podem tratá-la com amoxicilina trihidrato de 150 miligramas e uso veterinário (antibiótico). Esse medicamento está disponível em solução injetável e é útil quando a infecção é por Streptococcus spp. ou Enterococcus spp.

A doxiciclina também é frequentemente utilizada, pois é um bactericida muito eficaz e atua bloqueando a síntese proteica. Esse medicamento costuma ser combinado com a alimentação para facilitar a ingestão do animal, aproveitando que a sua efetividade não é alterada.

Além do tratamento com antibióticos, a faringite em cães geralmente também é tratada com anti-inflamatórios e antitussígenos para aliviar a tosse seca. Por outro lado, se houver dor, o médico escolherá um medicamento complementar adequado para o seu cão.

Como tutor do animal doente, você deve entender que ele sentirá dor ao engolir e, por isso, sua alimentação habitual pode dificultar a recuperação. Para evitar que o quadro piore, você pode ajudá-lo fornecendo alimentos úmidos, enlatados ou caseiros.

Por outro lado, se a condição for de origem viral, geralmente não há tratamento possível, a não ser manter o organismo do canídeo constante e esperar que seu sistema imunológico combata a infecção. Se a faringite for alérgica, os profissionais às vezes prescrevem glicocorticoides, como a prednisona (imunossupressores).

Como prevenir a faringite em cães?

Para prevenir o aparecimento dessa patologia no seu animal, é importante ter atenção para que o seu peludo não consuma elementos estranhos que possam danificar a faringe. Certifique-se de que a sua alimentação não vai provocar desconforto ou ferimentos e que esteja, na medida do possível, à temperatura ambiente.

Por outro lado, evite que seu cão se molhe ou fique molhado por muito tempo. Assim, após o banho, procure secá-lo o mais rápido possível. O mesmo vale caso ele se molhe com a chuva, principalmente se for época de frio ou se vocês viverem em locais muito frios. Verifique se o seu cão não passa frio à noite e se a cama o isola bem.

Finalmente, no caso de identificar algum sintoma estranho no seu animal, o mais efetivo e aconselhável é consultar o veterinário e estudar os sintomas. A recuperação será muito mais fácil se a doença for combatida em seus estágios iniciais.

Remédios caseiros e dicas contra a faringite em cães

Embora existam maneiras de aliviar a dor e os sintomas da faringite em cães, você deve ter em mente que elas não substituem o tratamento que um veterinário profissional pode fornecer. Enfim, aqui vão algumas dicas referentes a esse assunto:

  • Para diminuir os sintomas, você pode tentar oferecer uma colher de sopa de mel ao seu cão. Mas cuidado: evite em cães com menos de 1 ano de idade.
  • Você também pode fornecer caldo de galinha quente sem sal ou temperos. Uma vez que o cão não terá muita fome, essa opção pode motivá-lo a comer algo.
  • Evite colocar a coleira, sendo melhor substituí-la por um lenço, um casaco ou um pano qualquer que o ajude a não sentir frio direto nessa área.
  • Faça vaporizações. Para realizá-las, basta levar o cão ao banheiro e ligar o chuveiro com água bem quente, para que o animal inale o vapor. Isso vai favorecer a abertura das vias aéreas.
  • Evite deixar que ele inale substâncias fortes como tabaco ou fumaça.
  • Faça-o beber muita água para se manter hidratado.

 

Um cachorro doente que está triste.

A faringite em cães é uma condição que geralmente indica uma infecção viral, bacteriana ou um processo de hipersensibilidade. Se o seu cão apresentar algum desses sintomas, leve-o ao veterinário. Se as vias aéreas forem completamente afetadas, o quadro pode se complicar rapidamente.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.



Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.