Os gatos têm ansiedade?
Escrito e verificado por o biólogo Samuel Sanchez
A ansiedade é, infelizmente, uma patologia cada vez mais diagnosticada na população em geral. Muitos de nós conhecemos os seus sintomas: sudorese, dores no peito, falta de concentração e cansaço excessivo são alguns deles. Nessa sociedade de contínuos estímulos e responsabilidades, o nervosismo crônico está na ordem do dia.
Ainda que possa não parecer, mesmo que a capacidade emocional de animais não humanos seja frequentemente questionada, os animais de estimação também podem sentir ansiedade. Afinal, essa sensação coloca o corpo em alerta e o prepara para situações perigosas, algo essencial para a sobrevivência na natureza.
A seguir, vamos mostrar como identificar os transtornos de ansiedade em gatos, suas possíveis causas e algumas dicas gerais para resolvê-los.
Cada animal tem a sua própria percepção
Em primeiro lugar, deve ficar claro que a ansiedade depende de duas coisas, principalmente:
- A natureza do estímulo que causa essa sensação.
- A predisposição do animal para experimentá-la.
Não se deve esquecer que, assim como as pessoas, os animais são indivíduos com histórico prévio e personalidades diferentes. Portanto, há gatos mais nervosos e outros mais calmos, e o que gera indiferença em um pode desencadear um quadro de ansiedade em outro.
Cada tutor conhece o seu animal de estimação melhor do que ninguém, e observar o animal para decifrar suas características emocionais será essencial para o diagnóstico. Ainda assim, existem dois fatores ambientais gerais que podem causar ansiedade em gatos.
Ambiente físico
Alguns desses fatores físicos promovem a ansiedade felina:
- Ausência de locais que permitam o uso tridimensional do espaço, tais como arranhadores, torres ou móveis que possam ser escalados.
- Falta de espaço individual, ou seja, um local onde o gato possa se isolar de pessoas e outros animais.
- Fornecimento inadequado ou insuficiente de pratos de comida e água, especialmente quando vários gatos vivem na mesma casa, pois podem ocorrer conflitos.
- Mudanças no ambiente físico: mudar de casa, mudar de lugar as estruturas de brincadeiras e alimentação do gato continuamente, etc.
- Um ambiente muito monótono: uma coisa é respeitar os espaços do animal e outra é nunca proporcionar novos estímulos. Os felinos são naturalmente curiosos, e novos brinquedos e desafios são necessários para a sua ativação mental.
Ambiente social
Existem também vários fatores sociais que podem nos fazer suspeitar que o animal esteja sofrendo de ansiedade:
- Convivência ruim com outros animais que compartilham a casa com o gato, sejam eles da mesma espécie ou de espécies diferentes.
- Manuseio incorreto do animal pelos tutores: demasiada manipulação e contato, punição física, gritos, ruídos estridentes, etc.
- Chegada de uma nova pessoa à casa, principalmente se for uma criança ou um recém-nascido que cause escândalos de forma usual.
Como identificar a ansiedade em um gato?
Assim como ocorre com as pessoas, os transtornos de ansiedade podem se manifestar de inúmeras maneiras e incluem sintomas tanto comportamentais quanto físicos.
A lista de sinais é praticamente infinita, mas estas são algumas mudanças no felino que devem fazer os alarmes de qualquer tutor disparar:
- Agressividade sem precedentes, aumento do lambido e contrações espasmódicas dos músculos dorsais do tronco do animal. Esses sintomas estão presentes em uma patologia chamada síndrome de hiperestesia felina.
- Diminuição da vontade de comer ou anorexia.
- Aumento dos períodos de descanso de forma desproporcional.
- Marcação com urina ou fezes fora da caixa de areia.
Como tratar a ansiedade em gatos?
A ansiedade pode ter diversas causas e, de acordo com elas, o tratamento será mais ou menos complexo.
Afinal, não é a mesma coisa tratar um gato com ansiedade devido a uma fobia ou experiência passada comparado a outro que sofre com falta de estímulos em casa.
Por isso, é sempre importante conhecer o histórico do animal antes da sua chegada em casa e consultar o veterinário diante de qualquer mudança no seu comportamento.
Em geral, aumentar os estímulos geralmente funciona para os transtornos de ansiedade generalizados (sem motivo específico), pois isso mantém o animal ocupado e reduz o estresse por meio dos exercícios físicos. Arranhadores, brinquedos novos ou a interação com o tutor são boas opções. Em suma, o enriquecimento ambiental é essencial.
No entanto, se essas alterações não surtirem efeito, existe uma série de medicamentos ansiolíticos que podem ser administrados aos gatos, sempre com a prescrição e supervisão de um veterinário.
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- Ansiedad felina, gattos.net. Recogido a 10 de junio en https://www.gattos.net/images/Publicaciones/Vanesa/ARTICULOANSIEDADFELINA.pdf
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