O que é o gregarismo? Conheça alguns exemplos
Segundo o dicionário, o gregarismo é a tendência a viver em grupos e pode ocorrer tanto em humanos quanto em animais. Indivíduos gregários são aqueles que se agrupam e formam sociedades para apoiar uns aos outros.
Como descrito por Aristóteles, gregarismo significa congregar, algo bastante comum em criaturas de inúmeras espécies da terra, do ar e do mar, segundo Malcolm Bull.
Características frequentes em animais gregários
Nas sociedades humanas ou animais existem regras, formas de trabalhar e membros que lideram. Você sabia que várias espécies de animais também têm senso de liderança? Contudo, para exercer essa qualidade, precisam ser gregários, pois indivíduos com mais informações atraem o resto do grupo.
Por isso, Bull também afirma que alguns dos animais gregários podem ser considerados políticos, pois têm um modo de vida compartilhado em que todos contribuem, como as abelhas, as vespas, as formigas, os grous, entre outras espécies.
Alguns exemplos
Quando se estuda o comportamento dos animais, o que se encontra é magnífico e admirável, e até a semelhança que eles têm com os humanos é bastante surpreendente. Aqui contamos vários exemplos de comunidades gregárias no reino animal, investigadas por Faustino Gudin. Suas organizações sociais chamam bastante atenção.
Cupins
Esses pequeninos são cheios de surpresas, pois suas chances de subsistência estão diretamente baseadas em sua forma de organização social, que parece perfeita devido aos seus sistemas de vigilância, defesa e construção. Eles são capazes de construir cidades incríveis que são de difícil acesso para outros insetos.
Comparada às abelhas, a rainha dos cupins não governa sozinha, embora tenha a função única e exaustiva de botar um ovo a cada vinte segundos. Os trabalhadores são cegos e não têm asas e os soldados possuem como meio de defesa a secreção de uma resina venenosa.
Elefantes
Quando se trata de elefantes, há muitas maravilhas a se observar devido à sua sociabilidade. Aqui as fêmeas também são líderes, criam relações fortes e duradouras de pelo menos uma centena de elefantes, com quem se comunicam por infrassom, que percorre centenas de quilômetros.
Você sabia que os elefantes são um dos poucos animais que consideram a morte algo transcendental? Eles respeitam seus cadáveres, lembram-se deles e não permitem que os necrófagos se aproximem deles em sua presença.
Fora os humanos, os elefantes criaram a rede social mais elaborada do reino animal. Eles se lembram de seus amigos distantes, rotas de trânsito e lugares onde há lama e poços de água.
Além disso, revelam uma memória e uma inteligência privilegiadas. Seus membros têm a capacidade de debater constantemente para tomar decisões sobre água, alimentos e segurança. E quando há elefantes que não concordam, eles emitem vozes agudas.
Cachalotes
Esta espécie também tem laços fortes e duradouros entre os membros de um grupo. Eles protegem os indivíduos mais jovens e cuidam dos doentes e feridos.
As fêmeas formam grupos com seus filhotes, onde uns recolhem alimentos, outros cuidam e ainda outros protegem os mais fracos. A divisão das funções permite que algumas fêmeas se desloquem às profundezas em busca de alimento e outras fiquem na superfície cuidando da prole que ainda não chega às profundezas.
Também se comunicam a grandes distâncias por meio de um sistema de mensagens com padrões sonoros, como o código Morse. Cada clã tem um dialeto com diferentes padrões sonoros que os adultos ensinam aos jovens para que se identifiquem entre si, como elemento cultural.
Chimpanzés
Eles têm autoconsciência, um alto potencial de relacionamento social e uma cultura que passam de geração em geração.
Podem aprender a língua de sinais, utilizar ferramentas e cooperar entre si, mas também podem manipular e mentir, sendo necessário um desenvolvimento cognitivo complexo para isso. Você sabia que chimpanzés e humanos são as únicas espécies que podem inventar uma mentira?
Novas ideias de gregarismo
Essas e muitas outras espécies de animais são gregárias, como ratos, lobos, golfinhos, etc.
É curioso como os exemplos acima rompem com a ideia do macho alfa dominando um grupo, pois, como pode ser visto, em muitas ocasiões as comunidades se formam em torno das fêmeas e os machos às vezes têm apenas uma função reprodutiva.
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- Bull M. Vectores de la biopolítica. New Left Review.[Internet] 2020 [consultado]. Disponible en: https://newleftreview.es/issues/45/articles/malcolm-bull-vectores-de-la-biopolitica.pdf
- Diccionario de la Real Academia Española. Definición de gregarismo [Internet] 2020 [consultado]
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- Gudin Rodríguez-Magariños F. “UBI SOCIETAS, IBI IUS”: SOBRE LAS NORMAS QUE ORGANIZAN A LOS ANIMALES GREGARIOS. IES [Internet]. 9 de mayo de 2016 [citado 16 de marzo de 2021];2(1):1-34. Disponible en: https://revistascientificas.us.es/index.php/ies/article/view/13209
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