Mais de 300 espécies de tubarões e raias em perigo de extinção
Escrito e verificado por o biólogo Samuel Sanchez
Em dezembro de 2020, a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) publicou um relatório sobre a biodiversidade e o panorama de extinção atual. Os dados não são animadores: das 128 918 espécies analisadas, mais de 35 000 estão em perigo de extinção.
Pior ainda é o fato de que 31 espécies foram declaradas oficialmente extintas nos últimos tempos. Também é impressionante ver que certos animais marinhos – especialmente tubarões e raias – estão levando a pior. Se você quer saber o porquê, continue lendo.
A notícia e o relatório: tubarões e raias em perigo de extinção
De acordo com o prestigiado portal NBC News, a UICN estimou que cerca de 300 espécies de tubarões e raias estão em perigo de extinção. Entre elas estão 4 representantes dos tubarões-martelo, 4 espécies de tubarões-anjo e a jamanta (Mobula birostris).
De acordo com Andy Cornish, representante da WWF para a preservação de tubarões e raias, “esses resultados eram tristemente previsíveis”. Conforme indica o especialista, “20 anos se passaram desde que o risco da pesca desses animais foi reconhecido internacionalmente, mas não foi feito o suficiente para eliminá-la”.
Além desses relatos, o documento oficial citado anteriormente mostra dados iguais ou ainda mais devastadores. Entre eles, encontramos os seguintes:
- O tubarão perdido ou lost shark, em inglês (Carcharhinus obsoletus), entra na lista vermelha na categoria “em perigo crítico (CR)”. Do ponto de vista realista, é considerado praticamente extinto, já que não é visto desde 1934.
- 17 espécies de peixes de água doce endêmicos do Lago Lanao, nas Ilhas Filipinas, são consideradas oficialmente extintas.
- 3 espécies de rãs da América Central desapareceram recentemente. Além disso, outras 22 espécies dessa região foram adicionadas à categoria que antecede a extinção.
Poderíamos continuar listando os dados por um bom tempo, mas nos parece que a ideia já está clara. O desmatamento, a caça indiscriminada e as mudanças climáticas – entre muitos outros fatores – estão causando a morte lenta, porém constante, do planeta. Se continuarmos assim, em breve chegaremos a um ponto sem volta.
Por que tantos tubarões estão entre as espécies ameaçadas de extinção?
Infelizmente, temos que olhar novamente para a espécie humana para dar uma resposta a essa pergunta. Por exemplo, o portal World Economic Forum mostra que o tamanho das populações de muitas espécies de tubarões tem uma correlação clara com a sua proximidade aos centros urbanos e o grau de pobreza dos seus habitantes.
Por mais letais que esses animais pareçam para nós, somos muito mais prejudiciais para eles do que o contrário. Várias espécies de tubarões ainda são caçadas por causa de suas barbatanas – com propriedades infundadas – e de sua carne. Isso se complica ainda mais, já que esses peixes estão sujeitos à extinção por causa do seu crescimento lento e de sua baixa taxa reprodutiva.
Os tubarões estão funcionalmente extintos em 20% dos recifes de coral cuja amostragem foi feita atualmente.
A importância dos tubarões e raias nos ecossistemas
Apesar de sua infundada má reputação, esses animais são superpredadores essenciais para a manutenção da cadeia trófica nos ecossistemas marinhos. Ainda assim, não se trata apenas de predação. Aqui estão algumas das maneiras através das quais os tubarões podem beneficiar os habitats marinhos:
- Neutralizam a ação das mudanças climáticas: diversas espécies de tubarões protegem as florestas de algas de forma involuntária, evitando que certos peixes herbívoros se aproximem para se alimentar delas. Essas plantas capturam o carbono atmosférico 35 vezes mais rápido do que as árvores terrestres.
- São arquitetos marinhos: algumas espécies de raias e tubarões são escavadoras, criando microhabitats para muitos peixes e pequenos invertebrados simplesmente cavando na areia.
- Cultivam vegetais marinhos de forma involuntária: certas raias e tubarões habitam o fundo do mar e lá se alimentam. Quando emergem à superfície, trazem de volta nutrientes biológicos – anteriormente perdidos – por meio da defecação. Isso é um excelente adubo para muitas algas.
- São uma fonte de nutrientes essencial: por causa da sua grande massa corporal, os tubarões mortos são uma fonte incomensurável de alimento para muitas espécies detritívoras.
Além disso, tubarões e raias também são de grande interesse turístico para os mais aventureiros. Quando eito corretamente, o ecoturismo pode promover a preservação dos habitats e gerar benefícios econômicos para as comunidades mais pobres que, sem ele, recorreriam à pesca e à caça indiscriminada para sobreviver.
Tubarões e raias: espécies em perigo de extinção
Em resumo, os tubarões são essenciais para a vida marinha e a manutenção dos ecossistemas aquáticos. Esperamos que as medidas governamentais sejam cada vez mais rígidas para evitar que a pesca continue a prejudicar as populações dessas espécies e, assim, elas possam voltar a ser as donas dos mares.
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- Study finds sharks are ‘functionally extinct’ in 20% of reefs observed, World Economic Forum. Recogido a 25 de diciembre en https://www.weforum.org/agenda/2020/08/study-finds-sharks-are-functionally-extinct-in-20-of-reefs-observed/#:~:text=And%20overfishing%20and%20exploitation%20have,after%20delicacy%20in%20some%20countries.
- European bison recovering, 31 species declared Extinct – IUCN Red List. Recogido a 25 de diciembre en https://www.iucn.org/news/species/202012/european-bison-recovering-31-species-declared-extinct-iucn-red-list
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