Saiba qual foi o primeiro animal do mundo
Descobrir o primeiro animal do mundo sempre foi do interesse dos cientistas. No entanto, é difícil demonstrar quais restos fósseis pertencem a animais extintos e quais não pertencem, o que não impediu a descoberta do que é atualmente o primeiro animal do mundo: a dickinsonia.
Dickinsonia, o primeiro animal do mundo
A dickinsonia é uma das criaturas correspondentes ao período Ediacarano, que começou há 635 milhões de anos. Deste período vêm fósseis de extrema raridade, aos quais a dickinsonia foi adicionada.
Dada a aparência desses seres vivos, é difícil classificá-los. Na ausência de membros, ossos ou outros traços que muitos animais possuem, muitos fósseis como a dickinsonia acabam sendo classificados como fungos ou líquens.
A dickinsonia foi definida como uma espécie de coral ou verme ou uma medusa. Foi há pouco tempo que uma equipe de cientistas descobriu a identidade desse ser.
Como sabemos que este é o primeiro animal do mundo?
Há algo que distingue o primeiro animal do mundo de outras descobertas: este fóssil contém colesterol, uma molécula que só os animais têm e que fazem da dickinsonia o animal mais velho, sendo datado em 542 milhões de anos.
A presença de colesterol não levanta suspeitas sobre a identidade deste animal, mas faz da dickinsonia o primeiro animal do mundo, sem dúvidas. Ou melhor, o primeiro animal do mundo que conhecemos, uma vez que muitas espécies ainda não foram classificadas ou descobertas.
A verdade é que sempre se suspeitou que a dickinsonia era um animal, porque vários espécimes fossilizados pareciam indicar crescimento e movimento correspondentes a um desses seres vivos. Mas em 2018 isso foi confirmado, o que nos permitiu descobrir novas características de nossos ancestrais mais antigos.
Como aconteceu essa descoberta?
A aparência desses animais os torna especialmente difíceis de classificar; a dickinsonia é uma criatura de até um metro de diâmetro e de forma oval, com um corpo dividido em segmentos. Foi descoberta por Ben Dickinson, em cuja homenagem foi batizada há mais de 70 anos.
Os fósseis foram localizados a uma altura de 100 metros, em um penhasco do Mar Branco, a noroeste da Rússia, em pleno habitat do urso pardo. Para obter as amostras, os cientistas tiveram que descer pela rocha e extrair sedimentos, em uma tarefa entre o canionismo e a paleontologia.
O uso de biomarcadores como o colesterol abre a porta para o estudo de outros fósseis deste tipo.
Acredita-se que este animal tenha sido uma espécie aquática, que passou a maior parte do tempo ancorada em sedimentos de forma semelhante às ostras ou líquens, através de hifas.
Acredita-se que eles possuam uma espécie de revestimento de queratina, o que permitiu a sua fossilização. No entanto, é claro que muitos mistérios ainda precisam ser resolvidos sobre os animais mais antigos que pisaram em nosso planeta.
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Bobrovskiy, I., Hope, J. M., Ivantsov, A., Nettersheim, B. J., Hallmann, C., & Brocks, J. J. (2018). Ancient steroids establish the Ediacaran fossil Dickinsonia as one of the earliest animals. Science, 361(6408), 1246-1249.