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O uso de corticoides em cães

4 minutos
O uso de corticoides em cães
Francisco María García

Escrito e verificado por o advogado Francisco María García

Última atualização: 21 dezembro, 2022

A administração de corticoides em cães é recomendada para diversas patologias crônicas e certas deficiências metabólicas. No entanto, sua eficiência é objeto de muitas controvérsias por culpa de seus efeitos adversos no organismo do animal — e também de pessoas.

A seguir, saberemos mais sobre os medicamentos corticoides, seus riscos e benefícios para a saúde de nossos melhores amigos.

O que são os corticoides?

Pertencentes ao grupo de hormônios chamados esteroides, o organismo de humanos e de cães libera naturalmente doses moderadas de certos corticoides, como o cortisol (hidrocortisona) e a corticosterona. Estes hormônios são produzidos no córtex das glândulas suprarrenais, o que explica seus nomes.

A função orgânica dos corticoides está associada ao controle de situações de estresse ou ansiedade. Nestes casos, pequenas doses são segregadas na corrente sanguínea para gerar uma resposta rápida.

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No entanto, sua utilização farmacológica deve-se à potente ação anti-inflamatória. Os corticoides impedem o acúmulo de células inflamatórias nas zonas afetadas, revertendo os sintomas.

Uso de corticoides em cães: para quais doenças eles são recomendados?

Os corticoides podem ser administrados por via oral (comprimidos), aplicação tópica (pomadas e cremes), inalações e injeções. A forma de aplicação deve ser a recomendada pelo veterinário, e depende da doença que se deseja tratar.

Sua administração visa conter o processo inflamatório e aliviar os sintomas agudos gerados pelas seguintes condições:

  • Alergias e inflamações dermatológicas
  • Transtornos metabólicos, como a insuficiência adrenocortical
  • Doenças reumáticas
  • Alergias e patologias respiratórias
  • Conjuntivites alérgicas
  • Síndrome nefrótica (renal)
  • Doenças autoimunes, como Addison e Crohn
  • Transplante de órgãos
  • Tendinites e lesões musculares inflamatórias
  • Tratamentos paliativos de neoplasias malignas

Por que o uso de corticoides em cães gera polêmica?

A princípio gera polêmica porque não são capazes de tratar a verdadeira causa da inflamação. Isto é, seu efeito é paliativo, porque só ameniza os sintomas de forma provisória.

Como não estabelecem critérios para sua ação, inibem a função imunológica dos linfócitos e macrófagos nas regiões inflamadas. Por isso, costumam ter efeitos imunossupressores que prejudicam o organismo e deixam o animal vulnerável a outras doenças.

De fato, podem ter um efeito contrário ao desejado, já que inclusive impedem a dilatação de vasos sanguíneos e a liberação de enzimas, que precisamente são cruciais para curar naturalmente a inflamação.

Efeitos secundários leves do uso de corticoides em cães

Em doses moderadas para tratamentos curtos, os corticoides podem gerar as seguintes reações:

  • Aumento da sede e do apetite
  • Tendência ao sobrepeso
  • Acúmulo de líquidos e inchaços em diferentes regiões do corpo
  • Alterações comportamentais: ansiedade, transtornos do sono, etc
  • Taquicardia e irregularidades do ritmo cardíaco
  • Mudanças de humor
  • Cicatrização lenta

Efeitos secundários crônicos do uso de corticoides em cães

Também se detectaram efeitos secundários graves derivados do uso prolongado de medicamentos corticoides em cães. Os danos podem chegar a ser crônicos, o que afetará o animal durante toda sua vida, pois requererá um tratamento permanente.

Os corticoides reduzem a produção e a liberação de suco gástrico, e é por isso que eles eliminam a principal camada protetora das paredes estomacais. Por outro lado, aumentam a secreção de ácido clorídrico, o que favorece o aparecimento de gastrites e úlceras.

Muitos animais de estimação desenvolvem problemas na fixação do cálcio, o que deixa seus ossos mais vulneráveis a doenças degenerativas, como a displasia e a artrose. Também deixa o animal mais suscetível a fraturas e traumas, em virtude do desgaste de sua massa óssea.

Além disso, encontraram-se diferentes alterações metabólicas nos animais submetidos a altas doses de corticoides. Isso inclui do desequilíbrio nos níveis de vitaminas e minerais, bem como na produção hormonal.

Os corticoides também interferem na metabolização dos carboidratos ingeridos diariamente na dieta. Como consequência, o cão pode sofrer uma hiperglicemia e desenvolver diabetes.

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Outros efeitos secundários do uso de corticoides em cães

  • Edemas generalizados em consequência do acúmulo excessivo de líquidos na cavidade abdominal.
  • Desgaste das estruturas cardíacas e aumento do risco de um infarto de miocárdio.
  • Aumento da pressão do globo ocular, que favorece o desenvolvimento de cataratas e glaucoma.
  • Quadros severos de imunodepressão
  • Hipertensão arterial

Corticoides em cães: contraindicações

O uso de corticoides em cães diagnosticados com gastrite (ou úlcera), diabetes, doenças cardíacas e infecções, é contraindicado. Os efeitos imunossupressores poderiam levar o animal a morrer rapidamente.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


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  • Blois. S & Mathews. KA. (2016). Anti-Inflammatory Therapy.Textbook of Veterinary Internal Medicine. en Ettinger.S, et al. (8º Ed). Saunders.USA.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.