Os óleos essenciais podem ser tóxicos para os animais de estimação?

Quando você quiser usar um pouco de óleo essencial, é importante consultar o veterinário primeiro e seguir as instruções.

Às vezes, as pessoas usam alguns óleos essenciais para realizar massagens relaxantes ou aliviar certos desconfortos, como o inchaço produzido por algum tipo de pancada. No entanto, quando se trata de utilizá-los em animais de estimação, surgem algumas perguntas sobre como usá-los corretamente.

Pode haver opções mais recomendadas do que outras? Quais são os óleos essenciais que podem ser tóxicos para os animais de estimação? Vamos responder a essas e outras perguntas com mais detalhes abaixo.

O que são os óleos essenciais?

De acordo com um estudo publicado em 2004, os óleos essenciais são definidos da seguinte forma: “são uma mistura complexa de substâncias aromáticas responsáveis ​​pelas fragrâncias das flores”. A isso, pode-se acrescentar o seguinte: são concentrados de certas partes das plantas que são extraídas através do processos de destilação ou prensagem a frio.

Ao usar os óleos essenciais em um ambiente com animais de estimação, você deve ter cuidado, pois esses aromas podem afetar o seu olfato (que é muito mais poderoso do que o de um ser humano).

Lembre-se de que “natural” não é o mesmo que “seguro”, pois é preciso ter em mente que os óleos essenciais são substâncias poderosas. Eles são rapidamente absorvidos pelo organismo e metabolizados no fígado, portanto, o uso inadequado pode levar a sérios riscos para o animal.

Normalmente, os óleos de uso tópico podem causar irritação na pele, entre outros problemas. Portanto, seu uso tópico não é recomendado em filhotes, cães idosos ou com problemas hepáticos.

É conveniente que um veterinário indique quais são os produtos mais recomendados, assim como a sua correta aplicação no cão. Isso ajudará a evitar reações adversas e complicações para o animal.

Quais são os óleos essenciais que podem ser tóxicos para os animais de estimação?

Entre os diferentes tipos de óleos essenciais disponíveis, nem todos são adequados para aplicação ou uso em animais de estimação.

A seguir, vamos discutir uma série de óleos que podem ser tóxicos para os animais de estimação:

Óleo cítrico

Frutas cítricas contêm componentes característicos, como linalol e D-limoneno. Esses dois compostos provaram ser bons inseticidas.

Especificamente, o D-limoneno tem sido aplicado como inseticida em cães e gatos. No entanto, se o óleo cítrico puro ou algumas fórmulas forem usadas, pode ser venenoso para os animais.

Efeitos adversos foram relatados em gatos após a aplicação de um creme de óleo cítrico orgânico. Entre os efeitos estavam a ataxia, tremores musculares que podem levar a um estado de coma ou morte.

Óleo de melaleuca

A árvore-do-chá é chamada de Melaleuca alternifolia e dela é derivado o óleo de malaleuca. É um composto encontrado em uma ampla variedade de produtos, principalmente xampus.

Também foi comercializado em produtos para gatos, cães, cavalos ou furões. No entanto, foi incluído na lista de óleos essenciais tóxicos para cães e gatos.

Hortelãzinho

O hortelãzinho está disponível como um óleo volátil derivado de duas plantas, Mentha pulegium e Hedeoma pulegiodes. O hortelãzinho tem sido usado ao longo da história como repelente de pulgas.

Um caso de intoxicação em cães por hortelãzinho foi relatado na literatura. Um cão foi exposto a 2 g/kg de hortelãzinho em sua pele.

A intoxicação começou ao se observar o animal com vômitos e diarreia, entre outros sintomas. Infelizmente, o cão continuou com convulsões e acabou morrendo. A autópsia, especificamente a análise histopatológica, revelou necrose hepatocelular maciça.

Gualtéria

Gualtéria é um óleo extraído da planta Gaultheria procumbens. O óleo obtido é aplicado na pele para o tratamento de dores musculares.

Esse óleo é aplicado na forma de salicilato metilado, e os salicilatos são prejudiciais para cães e gatos. Especificamente, os gatos podem sofrer uma overdose ao metabolizar salicilatos mais lentamente.

Um gato intoxicado mostra sintomas variados, como anemia, problemas hepáticos ou gástricos, além de depressão. Por outro lado, outros sintomas de intoxicação foram relatados, como aumento da temperatura acima de 41ºC (hiperpirexia) ou problemas respiratórios.

Do que depende a toxicidade dos óleos essenciais?

Em primeiro lugar, o importante é mencionar que nem todos os óleos são tóxicos para os animais de estimação. Existem certos óleos, como o óleo de lavanda, que são benéficos para o animal, embora o uso inadequado possa levar a intoxicações.

Além disso, o olfato dos cães é muito mais poderoso do que o dos humanos. Portanto, é preciso tomar cuidado ao escolher óleos naturais e aromas para passar em casa.

O uso de óleos essenciais em produtos repelentes de pulgas pode ser problemático em animais. Esses produtos são considerados pela Agência de Proteção Ambiental como pesticidas de baixo risco.

No entanto, foram relatados efeitos adversos e casos de envenenamento pelo uso de repelentes com óleos essenciais em cães. É válido mencionar que a maioria dos casos de intoxicação foi causada pelo uso indevido do produto. 

Antes de tudo, você sempre deve ter a opinião de um especialista, que indicará quais óleos podem ser usados ​​em cães. Ao usar esses produtos, você deve se perguntar: quais são os óleos essenciais que podem ser tóxicos para os animais de estimação?