4 tipos de fósseis e suas características

Os fósseis são necessários para reconstruir a filogenia e a evolução dos seres vivos atuais e passados. Graças a eles, sabemos quais organismos habitaram a Terra há milhares de anos.
4 tipos de fósseis e suas características
Miguel Mata Gallego

Escrito e verificado por o biólogo Miguel Mata Gallego.

Última atualização: 21 dezembro, 2022

Se cavarmos fundo na Terra, podemos encontrar vários fósseis que nos fornecem uma visão única do passado. Rastros de pegadas, conchas ou ossos que sofreram um processo de mineralização são elementos que nos permitem saber como diferentes animais – e plantas – viviam há milhões de anos.

Além dessa premissa geral, você sabe quais são os diferentes tipos de fósseis? Quais são as características deles? Quais  pistas eles nos dão sobre o passado e como se formaram? Vamos responder a todas essas questões sobre os fósseis nas linhas a seguir.

O processo de fossilização: de orgânico a pedra

Um fóssil é qualquer vestígio ou sinal da atividade de animais ou plantas do passado que está impregnado em rochas terrestres. Os tipos de fósseis são muito variados, pois são muitos os sinais de atividade biológica que podem ficar marcados: desde pegadas – passando por ossos ou conchas – até eventos de natureza química.

O processo de fossilização é o conjunto de reações químicas que fazem com que o resto de um animal possa ser conservado. Embora esses mecanismos sejam tão variados quanto os tipos de fósseis existentes, em geral podemos resumir a fossilização da seguinte forma:

  1. As partes moles do animal se decompõem.
  2. O esqueleto ou a carapaça do animal é enterrado sob sedimentos – rochas sedimentares, aquelas oriundas da erosão que vão se depositando aos poucos, principalmente argilas.
  3. O resto do fóssil se mineraliza. Nesse ponto, os segmentos de ossos ou conchas se tornam matéria mineral, que será conservada por milhões de anos.
  4. O resto fóssil é enterrado, enquanto novas camadas de rochas vão sendo sobrepostas em cima dele.
  5. Os movimentos geológicos ou as escavações humanas trazem o fóssil de volta à superfície.
Um fóssil de amonite.

1. Icnofósseis : vestígios do passado

Os vestígios fósseis ou icnofósseis são um dos tipos de fósseis mais conhecidos pelos paleontólogos, cientistas que se dedicam ao estudo dos fósseis. Isso inclui todos os tipos de pegadas ou vestígios de presença deixados por animais do passado. Compreendem desde as enormes e majestosas pegadas de dinossauros às humildes pegadas de trilobitas.

As pegadas de animais – particularmente de organismos grandes e complexos como dinossauros ou outros vertebradospodem nos dizer muito sobre como eles viviam. Por exemplo, essas formações são capazes de nos dar pistas sobre seu tamanho, seu peso, sua maneira de se mover e outras características.

Os paleontólogos classificam os icnofósseis em vários táxons com base na forma e nas características do fóssil. Por causa disso, existem vários tipos de icnofósseis gerados por uma única espécie. É o caso dos trilobitas, que geram fósseis devido ao seu deslocamento (Cruziana), bem como outros associados à escavação de galerias (Cheiichnus).

Essas pegadas podem ser perfeitamente preservadas ao ar livre, razão pela qual são uma grande atração turística em muitas áreas. Podemos encontrar rotas para ver pegadas de dinossauros em Enciso (La Rioja), na província de Burgos ou no conhecido Museu Jurássico das Astúrias (MUJA). Todos esses locais estão na Espanha.

2. Macrofósseis: esqueletos transformados em pedra

Os macrofósseis são todos aqueles fósseis que podem ser vistos a olho nu. Nessa seção, vamos nos concentrar em esqueletos e conchas mineralizados, que são os tipos de fósseis mais conhecidos e espetaculares.

Existem numerosos exemplos de fósseis de esqueletos mineralizados: ossos de dinossauros, restos de peixes antigos, restos de pássaros primitivos ou mamíferos, etc. Alguns desses ossos podem ser incrivelmente preservados, de modo que vemos esqueletos quase completos.

Alguns desses esqueletos preservados em pedra podem ser incrivelmente grandes: é o caso do Titã da Patagônia (Patagonian mayorum) que pesava nada mais nada menos do que 70 toneladas e podia medir 40 metros de comprimento.

3. Pseudofósseis: restos químicos de vidas passadas

Os pseudofósseis são padrões visuais em rochas, produzidos por processos geológicos, que se assemelham às formas de animais ou plantas. Um exemplo clássico são os dendritos de pirolusita, formados a partir de óxido de manganês, que se parecem com restos de plantas. No entanto, os cientistas mostraram que se tratam de impressões digitais químicas produzidas por bactérias.

Outro exemplo bem conhecido são os estromatólitos, compostos de restos de atividade de algumas bactérias. Na Groenlândia, foram encontrados estromatólitos de 3,7 bilhões de anos: eles são considerados o primeiro sinal geológico de vida na Terra.

4. Fósseis vivos: sobreviventes de épocas passadas

Os fósseis vivos não são restos fósseis, mas a datação é importante para compreender a história evolutiva das espécies. São conhecidos como fósseis vivos todas as espécies vivas atualmente que também são encontradas em registros fósseis de tempos remotos. São, portanto, animais e plantas que conservam estruturas corporais muito antigas.

O exemplo mais conhecido de fóssil vivo é o celacanto, um animal encontrado em fósseis de 70 milhões de anos. Apesar disso, espécimes de celacantos vivos foram encontrados em 1938 nas costas da África, fato que mostra que sua linhagem não estava extinta.

Exemplo dos dinossauros mais antigos.

Como vimos nessas linhas, existem muitos tipos de fósseis na Terra, dependendo de como foram formados ou do tipo de animal em questão. No entanto, ainda existem muitos fósseis por descobrir nas profundezas do nosso planeta. Por isso, a paleontologia ainda pode guardar muitas surpresas para nós.


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