Argentinossauro: o maior dinossauro que já existiu

O gigantismo está associado a vantagens importantes para os animais, como maior proteção contra predadores, acesso a alimentos, longevidade ou resistência climática. Os saurópodes maximizaram essa estratégia.
Argentinossauro: o maior dinossauro que já existiu
Francisco Morata Carramolino

Escrito e verificado por o biólogo Francisco Morata Carramolino.

Última atualização: 21 dezembro, 2022

O Argentinosaurus huinculensis é um dos maiores animais terrestres que já existiu neste planeta. Ele habitou a atual Argentina durante o final do Cretáceo, período em que surgiram alguns dos dinossauros mais impressionantes, após milhões de anos de evolução.

Seu tamanho exato é uma questão controversa, pois não foram encontrados esqueletos completos desse animal. Apesar disso, apenas o fêmur do Argentinosaurus já é maior do que um humano adulto, o que é uma prova de sua imensidão.

Qual a aparência desse dinossauro em vida? Como ele atingiu esse tamanho incrível? O que comia? Se você quiser aprender mais sobre o argentinossauro, continue lendo.

Os saurópodes, verdadeiros gigantes

Apesar de serem descendentes de pequenos dinossauros, os saurópodes foram os maiores animais que já existiram na superfície da Terra. Seu tamanho era tão grande que mesmo os menores saurópodes eram maiores do que o resto das criaturas com as quais conviviam.

Os maiores mamíferos – como o Paraceratherium atingiam uma fração do tamanho dos saurópodes. Apenas alguns cetáceos atuais os superam em tamanho, mas esses animais vivem no meio aquático, onde a influência da gravidade é menor e o desenvolvimento de tamanhos grandes é mais fácil.

O argentinossauro pertence a um dos grupos mais diversos e difundidos durante o Cretáceo, os titanossauros. Esses saurópodes se distinguem dos demais por serem mais robustos e pesados, com pescoços e caudas mais grossos e curtos. Curiosamente, os maiores titanossauros foram descobertos na Argentina.

Como o argentinossauro era em vida?

Os fósseis recuperados desse animal são muito fragmentados, o que dificulta a reconstrução exata de como ele seria em vida. Apesar disso, graças às modernas técnicas paleontológicas, os especialistas propuseram hipóteses sobre a sua aparência.

As estimativas de seu tamanho variam amplamente entre os autores, mas todos concordam que o argentinossauro media entre 30 e 40 metros de comprimento e pesava entre 50 e 100 toneladas, aproximadamente.

Esse réptil tinha um pescoço longo e robusto, que talvez pudesse apresentar estruturas para a comunicação. No final dessa poderosa formação, havia uma cabeça bastante pequena com dentes semelhantes a lápis, que formava um rastelo com o qual o animal arrancava as folhas das árvores.

As patas desses dinossauros são um dos seus aspectos mais interessantes, pois se adaptaram para suportar uma quantidade incrível de peso a partir de ancestrais bípedes. Para isso, os dedos se agruparam, formando um cilindro que acompanha o comprimento do resto da pata. Isso lhes dava a aparência de colunas gigantes.

A ecologia do argentinossauro

Esse titanossauro foi encontrado em áreas com abundante vegetação arbórea, formada principalmente por florestas subtropicais de coníferas, samambaias e palmeiras. As áreas arborizadas alternavam com amplos planícies. Além disso, esses ecossistemas possuíam rios caudalosos que variavam sazonalmente, o que dava origem a planícies fluviais em alguns períodos.

Nesses ambientes, o argentinossauro se alimentava principalmente de vegetação, que podia consumir até da copa das árvores, graças ao seu enorme pescoço. Ele não mastigava as folhas, mas as engolia diretamente e as triturava graças aos gastrólitos – pedras redondas – do seu sistema digestivo.

Ao contrário do que acontece nos grandes mamíferos de hoje, esses dinossauros não davam à luz um ou dois filhotes. As fêmeas dos argentinossauros se agrupavam na estação reprodutiva para botar milhares de ovos.

Esses dinossauros eram muito pequenos no momento do nascimento, medindo cerca de 1 metro e pesando apenas 5 quilos. Mas tinham um crescimento muito rápido e, ao longo da vida, multiplicaram seu tamanho por 5 ordens de magnitude, o que é um recorde entre os amniotas.

Como eles ficaram tão grandes?

Os saurópodes se encontravam em uma posição excepcional para atingir esse enorme tamanho, graças às suas características anteriores. No caso do argentinossauro, esse tamanho está próximo do limite do que é biologicamente possível.

Como dinossauros, eles tinham ossos pneumatizados, o que os tornava muito menos pesados do que outros animais do mesmo tamanho. Eles também tinham um sistema respiratório semelhante ao das aves, mais eficiente e importante na dispersão do calor produzido por um corpo massivo.

A oviparidade permitiu que os argentinossauros tivessem muitos filhotes, o que lhes possibilitou atingir grandes populações com alta taxa de rotatividade e grande número de animais jovens. Isso é um problema para os grandes mamíferos herbívoros de hoje, dentre os quais o tamanho grande está associado a menos descendentes.

Além disso, os saurópodes contavam com sua mais conhecida adaptação: o pescoço. Para um animal enorme, uma das maiores limitações é conseguir alimento suficiente para sustentar um corpo gigante. O pescoço muito comprido, por sua vez, lhes permitia ter acesso a toda a vegetação do meio, o que amenizaria essa limitação.

Sua forma de se alimentar – engolir sem mastigar e depois processar tudo no estômago – também permitia ao animal consumir mais alimento por unidade de tempo. Por outro lado, é possível que as condições climáticas e atmosféricas do Cretáceo também fossem mais favoráveis ao desenvolvimento do gigantismo do que as atuais.

Embora o argentinossauro fosse um dos maiores dinossauros, não se sabe ao certo qual foi o maior de todos. Existem vários candidatos ao título, que são considerados os maiores de acordo com diferentes estimativas. Será necessário encontrar fósseis mais completos para resolver esse questão.


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