Os 4 transtornos comportamentais mais comuns em gatos
Dividir o espaço e a rotina com outra espécie animal é uma experiência profunda e enormemente enriquecedora para o ser humano. Contudo, quando falamos em felinos, conseguir uma boa convivência é essencial para que não apareçam os chamados transtornos comportamentais em gatos.
Se você quiser conhecer uma breve abordagem da personalidade dos gatos e saber quais transtornos comportamentais podem derivar das suas características, encontrará informações muito úteis aqui.
Os gatos são assim
Ignore o título dessa seção. Os gatos, assim como todas as espécies, têm personalidades individuais e únicas. Embora algumas tendências gerais ligadas à espécie possam ser traçadas, é importante conhecer os felinos intimamente para julgar apropriadamente quando o tutor pode estar diante de um dos transtornos comportamentais em gatos.
Apesar de sua personalidade individual, podemos considerar uma série de ideias gerais sobre o comportamento dos felinos domésticos. Geralmente são comuns as seguintes características:
- São animais solitários: costumam procurar comida e se movimentar de forma individual. Além disso, os gatos marcam o seu território e lutam por ele. Na natureza, eles normalmente procuram uns aos outros apenas para procriar.
- São independentes: isso faz com que muitas vezes sejam vistos como animais ariscos e distantes, mas nada poderia estar mais longe da verdade. Simplesmente, a convivência com esses animais incluirá momentos em que o gato não estará pensando em interagir com o tutor ou em que ele não precisará de atenção para satisfazer certas necessidades.
- São muito curiosos: em geral, qualquer objeto novo desperta o interesse dos felinos. E esses animais sempre buscam novos horizontes quando o mundo parece ficar pequeno para eles. Como você poderá ler posteriormente, isso é algo que deve ser considerado para prevenir o estresse e certos acidentes.
- Estão conosco há muito tempo: a convivência com os gatos é algo que remonta a muitas civilizações, então ambas as espécies têm uma certa base instintiva para se entenderem. Preste atenção no que você vê.
Os gatos e o estresse
A convivência de um gato com um humano em um ambiente preparado para este último pode fazer com que alguns dos seus componentes sejam estressantes para o felino. É importante identificar quais desses estímulos podem estar estressando o felino, pois, em geral, os gatos são propensos ao estresse quando há uma mudança em algum dos componentes do seu ambiente.
Alguns transtornos comportamentais em gatos
A seguir, vamos expor os transtornos comportamentais mais comuns em gatos. Há muitos outros, mas estes são os que mais causam idas ao veterinário.
1. Excrementos em locais anormais
Há muitas reclamações quando o gato defeca ou urina fora da caixa de areia. Todos os tutores que compartilham a vida com um felino já vivenciaram um acidente desse tipo, mas, se você analisar cuidadosamente, sempre encontrará um motivo subjacente.
Se você observar que o gato está apresentando comportamentos como defecar ou urinar fora da caixa ou em locais específicos, isso pode ser causado por vários fatores:
- Algum elemento no ambiente está causando estresse: talvez ele não goste da areia da caixa ou ela esteja em um lugar que causa ansiedade. O gato pode estar estressado por causa de fontes de ruído, odores fortes ou algum outro elemento que, para um ser humano, não é um problema.
- Territorialidade: mais comum em machos não castrados do que em outros indivíduos, os excrementos talvez possam ser usados como parte da marcação do território. Geralmente ocorre quando o gato sente que o seu espaço foi invadido, seja pelo próprio humano ou caso outro animal tenha sido introduzido na casa. Certos odores também podem afetar esse instinto.
- Problemas de saúde: é possível que o gato esteja apresentando esse padrão devido a algum problema de saúde – dores ou problemas renais, por exemplo. A quantidade de urina, a cor ou o formato e/ou a consistência das fezes são sinais que devem ser levados em consideração ao pensar em um distúrbio orgânico.
2. Agressividade
A agressividade ou comportamento agonístico em felinos domésticos pode ter várias causas. Além disso, é preciso estar preparado como tutor, pois isso geralmente se manifesta por meio de comportamentos de ataque, tais como arranhar ou sibilar.
Um comportamento agressivo isolado não deve ser confundido com um transtorno comportamental. Assim como qualquer outro animal, os gatos reagem negativamente diante de estímulos agonísticos, como, por exemplo, a invasão do seu território ou espaço pessoal. Para evitar que isso aconteça, o melhor a fazer é conhecer o animal para respeitar as suas necessidades.
3. Ingestão anormal
Uma ingestão alimentar excessiva, muito rápida ou até mesmo a sua ausência pode ser um sinal de algum dos transtornos comportamentais em gatos. É importante analisar as condições ambientais em que o felino se alimenta, tais como a temperatura ou a presença de outros animais.
A quantidade de comida na hora da alimentação também pode ser importante. Por exemplo, se o gato já passou fome em algum momento da sua vida, ele pode ter desenvolvido ansiedade na hora de comer. Por outro lado, se o animal estiver estressado por causa de algum fator externo ou doença, ele pode parar de comer.
4. Comportamento de arranhar
É preciso distinguir entre o comportamento de afiar as unhas e a marcação ao arranhar. Este último é realizado como um método informativo, mais do que agressivo, para indicar a própria presença do indivíduo em seu território.
Quando a marcação territorial com as unhas é feita compulsivamente, isso pode ser indicativo de alguns dos transtornos comportamentais em gatos. É possível deduzir que o animal sente a necessidade de marcar os objetos que considera seus – e que não quer que ninguém toque – porque está estressado em relação ao seu espaço pessoal.
A importância de pedir ajuda diante dos transtornos comportamentais em gatos
Conhecer o felino é essencial para saber distinguir enter o que é normal e o que pode indicar que há a presença de algum dos transtornos comportamentais em gatos. No entanto, se as tentativas de remediar esses comportamentos não tiverem resultado, será hora de consultar o veterinário.
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