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As redes sociais mudam a nossa percepção dos animais

4 minutos
Vários estudos sugerem que as redes sociais podem modular a nossa percepção sobre o mundo animal.
As redes sociais mudam a nossa percepção dos animais
Samuel Sanchez

Escrito e verificado por o biólogo Samuel Sanchez

Última atualização: 21 dezembro, 2022

Sem dúvida, estamos vivendo em um planeta globalizado e em comunicação contínua. A internet permite que os usuários compartilhem, obtenham conhecimento e até mesmo ganhem a vida. Vivemos na era da informação, mas será que você sabe como os animais e as redes sociais interagem?

Apesar dos múltiplos benefícios que a mídia on-line reporta sobre a população em geral, devemos ter em mente certas considerações ao expor os nossos animais de estimação a esse mundo ou ao buscar informações confiáveis ​​sobre o reino animal.

Sobre a internet e sua expansão

Não é segredo para ninguém que as redes sociais estão no auge. Contudo, vamos expor alguns dados para colocar a sua real importância em perspectiva:

  • Em 2019, calculava-se que 4,54 bilhões de pessoas teriam acesso à internet, ou seja, 59% da população mundial.
  • O Instagram tem 1 bilhão de usuários ativos atualmente.
  • A plataforma do Facebook registrou um total de 2,32 bilhões de usuários em todo o mundo.

Conforme podemos ver, estamos diante de números astronômicos. Vários estudos mostram como essa atividade se reflete no mundo dos cuidados com os animais.

Por exemplo, o percentual de busca de 80% dos termos analisados ​​relacionados ao cuidado animal (pet shop, cachorros, ração para cachorros, por exemplo) aumentou consideravelmente nos últimos quatro anos. A título de curiosidade, pet shop” é o mais procurado de todos termos os analisados.

Por outro lado, a presença de páginas relacionadas a animais nas redes sociais também está em alta. Estima-se que existam mais de 100 000 links ativos para determinados portais relacionados ao mundo dos animais de estimação.

Todos esses dados buscam destacar a importância dos animais de estimação na era da informação. Além de estarem presentes em adoráveis ​​fotos e vídeos, seus tutores ​​também buscam informações para melhorar a vida dos animais continuamente.

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Animais e redes sociais: luzes e sombras

De acordo com vários estudos científicosas redes sociais podem alterar a nossa percepção do mundo animal. Essa afirmação depende muito do contexto e do estrato populacional analisado.

Por exemplo, ao apresentar duas histórias sobre primatas para diferentes participantes (uma a favor de manter macacos em cativeiro e outra contra), os resultados foram muito diferentes. É necessário notar que a imagem que acompanhava o artigo era a mesma nos dois casos:

  • Os participantes expostos à notícia negativa atribuíram níveis mais elevados de estresse ao animal da imagem.
  • As notícias negativas promoviam uma discussão na caixa de comentários, onde foram produzidas “câmaras de eco” nas quais quase todos os membros tinham opinião semelhante.
  • A notícia que mostrava positividade diante da manutenção de macacos como animais de estimação causou mais receio entre os leitores.
  • Em geral, observou-se que os participantes foram menos categórico em relação ao o que bem-estar animal se referia nas redes sociais do que em outras mídias não sociais.

Assim, verifica-se que a resposta dos internautas diante de uma mesma imagem depende em grande parte do contexto oferecido. Isso pode, de certa forma, suavizar ou aumentar o nível de conscientização e pensamento crítico sobre o mundo animal.

Redes sociais e educação

Além desses resultados, outras pesquisas também estudaram o impacto da presença de animais nas redes sociais e em meios educativos sobre as crianças.

A existência de desenhos, imitações e interpretações de diversos seres vivos era considerada negativa para a conscientização das crianças sobre a natureza e os ecossistemas. Isso porque as crianças associariam a natureza a uma visão distorcida, mas nada poderia estar mais longe da verdade.

Esses estudos têm mostrado, por exemplo, que a presença de figuras de animais antropomórficas (interpretadas a partir do ponto de vista humano) em materiais educativos não afeta de forma alguma o nível de compreensão das crianças sobre os seres vivos.

Crianças que foram expostas a informações sobre o mundo natural saíram com mais conhecimento, independentemente das figuras antropomórficas, dos desenhos e do material que acompanhava o conteúdo informativo exposto. Desde que as informações sejam confiáveis, o conhecimento está garantido.

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Questão de nuances

Conforme podemos ver, a interação entre os animais e as redes sociais na cultura humana é, no mínimo, complexa. Por exemplo, as crianças não parecem ser afetadas pela presença de material informativo transformado a partir de um ponto de vista totalmente humano.

Por outro lado, estudos sugerem que, dependendo da fonte e das informações, podemos atribuir características diferentes às mesmas imagens de animais, modulando o nível de debate de acordo com o portal em que estivermos.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Mkono, M., & Holder, A. (2019). The future of animals in tourism recreation: Social media as spaces of collective moral reflexivity. Tourism Management Perspectives29, 1-8.
  • Geerdts, M. S., Van de Walle, G. A., & LoBue, V. (2016). Learning about real animals from anthropomorphic media. Imagination, Cognition and Personality36(1), 5-26.
  • Estudio del sector mascotas en internet, liftingroup.com. Recogido  7 de septiembre en https://www.liftingroup.com/pdf/estudio-sector-mascotas-internet-2014.pdf
  • ¿What is social media for animals? Socialmediaforanimals.com. Recogido a día 7 de septiembre en https://socialmediaforanimals.com/animal-welfare-news/what-is-social-media-for-animals/

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