Reflexões sobre maus-tratos contra animais na Espanha
A existência dos maus-tratos contra animais na Espanha é uma realidade e, talvez, o problema possa parecer mais evidente dia após dia, por causa dos avanços nos direitos e liberdades dos animais. Contudo, a verdade é que continuam ocorrendo inúmeros casos de maus-tratos contra os animais na Espanha.
Reflexões sobre maus-tratos contra animais na Espanha
A história se repete com diferentes nomes e raças, mas com muitos fatores em comum: cães resgatados, que, atualmente, têm uma família feliz, mas que viveram seu próprio calvário. Alguns deles ainda ficam paralisados e urinam quando veem porretes ou cintos, o que deixa claro que os animais não se esquecem dos maus-tratos a que foram submetidos.
Os dados revelados pelo Serviço de Proteção da Natureza (SEPRONA, na sigla em espanhol) falam por si sós: há por volta de 15 mil denúncias por ano de animais maltratados, dados que levam em consideração outras espécies animais também. Esse mesmo corpo da Guarda Civil realiza mais de 11 mil operações contra os maus-tratos por ano.
Esses abusos se referem a cenas dignas de um filme de terror: estrangulamentos, feridas à bala, desnutrição, envenenamentos, torturas físicas, roubos ou abandono são algumas das formas de maus-tratos aos animais na Espanha.
A caça e os maus-tratos contra animais na Espanha
Aos dados da Guarda Civil devem ser somados aqueles que não recebem a intervenção desse corpo de segurança do Estado. De acordo com várias ONGs, mais de 120 mil cães são abandonados na Espanha, e, infelizmente, uma grande percentagem deles são animais de caça.
Mesmo que, por sorte, a imensa maioria dos caçadores cuide dos seus animais e os mantenha em boas condições, a verdade é que o percentual de abandono é muito mais alto no setor de caça: os animais abandonados por caçadores correspondem a 40% do total.
As associações dos animais calculam que os galgos e os podengos são os mais abandonados, animais tradicionalmente utilizados para a caça. A cifra poderia ultrapassar 50 mil galgos e podengos abandonados por ano, e, apesar da Federação Espanhola de Galgos assegurar um rigoroso registro de nascimento, parece que a criação ilegal e os roubos estão por trás dessa cifra.
Calcula-se que, no ano de 2016, por volta de 13% dos abandonos tenha ocorrido depois da temporada de caça, e, infelizmente, embora muitos caçadores cuidem de seus companheiros, a verdade é que os cães de caça continuam sofrendo mais do que os de companhia.
Os maus-tratos contra animais exóticos e silvestres
Provavelmente, os animais silvestres estão entre os que mais sofrem maus-tratos na Espanha. A posse de animais exóticos é permitida e sem muitas restrições. Por isso, algumas pessoas podem ter tigres, serpentes perigosas, e, inclusive, jacarés.
Esses animais, que, dificilmente podem ter todas as suas necessidades atendidas em cativeiro, sofrem o empobrecimento de suas vidas ao viverem em uma casa. Além disso, outras espécies de animais, como a raposa-do-deserto ou o suricato, se veem afetados pela posse de animais silvestres em cativeiro.
Embora cada dia mais proibidos, circos com animais são outra das dívidas com a fauna que temos, e um dos melhores exemplos de maus-tratos contra animais na Espanha. O adestramento que submete o animal a maus-tratos e fome é comum nesses centros, que mutilam os grandes felinos para que não representem perigo.
Uma mudança de paradigma para combater maus-tratos contra animais na Espanha
A verdade é que parece que o pensamento coletivo a favor dos direitos dos animais avança cada dia mais. Um exemplo disso são as reações diante dos maus-tratos em granjas, abatedouros ou locais dedicados à extração de peles.
Quanto à tourada, embora cada dia mais decadente, continua sendo uma das dívidas a serem quitadas em termos de maus-tratos contra animais na Espanha. Cada vez mais as arenas de tourada estão mais vazias, e as manifestações contrárias mais intensas.
Parece necessário cada vez mais uma reforma do Código Penal, que comece a atuar realmente contra os maus-tratos. A posse doméstica de espécies selvagens, o abandono de pequenos animais e espetáculos como os circos e as touradas são cada vez mais rechaçados pela população, e devem mudar.
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