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Os répteis têm fungos?

3 minutos
Os répteis têm fungos e desenvolvem micose. E, embora seu diagnóstico não seja fácil, há cada vez mais informações a respeito. Se você quiser saber mais, neste artigo vamos trazer mais explicações.
Os répteis têm fungos?
Érica Terrón González

Escrito e verificado por a veterinária Érica Terrón González

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Os répteis têm fungos, como qualquer outro animal, mas seu diagnóstico não é fácil, pois os sintomas costumam ser genéricos e de evolução progressiva. Hoje, os herpetologistas têm muito mais informações e ferramentas de diagnóstico do que anos atrás. E os tutores de répteis têm o conhecimento e a disposição para que o cuidado de seu animal de estimação seja o mais adequado possível.

Os répteis têm fungos?

História

Historicamente, as micoses nos répteis estavam relacionadas ao manuseio incorreto e à manutenção em instalações inadequadas.

Os répteis são animais ectotérmicos cuja saúde depende do ambiente em que são mantidos, principalmente quando estão em cativeiro. Eles não só devem ser mantidos em condições muito controladas de temperatura e umidade, como também, no caso de viverem em grupos, devem ser grupos formados por poucos exemplares.

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Em ambientes aglomerados, a sujeira e a umidade são fontes de crescimento de fungos, que encontram as características ambientais ideais para se multiplicar e espalhar. E assim, a qualquer momento, estes superam as defesas do sistema imunológico do réptil e causam as infecções fúngicas.

A micobiota natural dos répteis

Conhecida coloquialmente como ‘flora fúngica’, a micobiota presente na pele e no intestino dos répteis costuma ser escassa, mas variada. Quando os animais estão fracos e debilitados, essa micobiota cresce de forma anormal, causando uma infecção. É isso o que seria considerado uma micose.

Os répteis têm fungos: as chamadas ‘micoses’

Dermatomicose

É um termo que se refere a qualquer infecção fúngica da pele e dos tecidos relacionados. Pelo contrário, o termo dermatofitose se refere apenas às dermatomicoses causadas por fungos ceratolíticos do gênero Microsporum, Trichophyton e Epidermophyton.

Eles podem ser superficiais e afetar apenas as camadas mais externas da epiderme, mas também existem aqueles que afetam a derme e a hipoderme. Qualquer uma dessas formas foi descrita em todos os répteis, exceto no grupo rinocefálico (tuataras da Nova Zelândia).

Micoses sistêmicas

Às vezes, ocorrem em conjunto com a dermatomicose ou são uma consequência dela. Contudo, o caso mais comum é a infecção sistêmica começar nos pulmões, permanecendo no sistema respiratório ou se espalhando para outros órgãos pelo sangue. Pneumonias fúngicas são, portanto, comuns em répteis. Porém, a nível gastrointestinal são mais raras, dada a presença natural de fungos na flora digestiva.

Os fungos mais comuns que causam micoses sistêmicas em répteis são as leveduras, tipo Candida.

Répteis têm fungos: as micoses nos animais de estimação

Micose em quelônios

São relativamente frequentes em tartarugas marinhas e tartarugas de água doce, principalmente a dermatomicose, pois a umidade é um fator decisivo. Já as micoses sistêmicas costumam ser pulmonares, sendo mais frequentes em tartarugas terrestres, principalmente em ambientes temperados, onde os esporos dos fungos permanecem no ar.

Normalmente, são descritos em grupos de reprodução muito grandes, ou em tartarugas jovens, o que sugere que o sistema imunológico ainda é imaturo. A qualidade do ambiente está relacionada com isso.

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Micose em crocodilos

As dermatomicoses são bastante frequentes em animais mantidos em cativeiro, mas nem tanto nos selvagens, principalmente em espécies de água salgada. Contudo, as pneumonias fúngicas são de longe as mais comuns e graves.

Micose em animais com escamas

  • Sáurios: as dermatomicoses são mais comumente descritas do que as micoses sistêmicas, mas isso pode se dever apenas ao fato de serem mais evidentes para os tutores.
  • Ofídios: as lesões cutâneas também são mais comuns, embora sejam confundidas com muitas outras doenças que acometem as cobras.
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Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Jacobson E. Infectious diseases and pathology of reptiles. Boca Raton, FL: CRC/Taylor & Francis; 2007.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.