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Síndrome gato-porco: o que é essa alergia

3 minutos
A síndrome gato-porco é um caso de reatividade cruzada. Faz referência às pessoas são alérgicas aos epitélios dos gatos e também à carne de porco, já que, aparentemente, tudo se deve a uma intolerância à albumina sérica.
Síndrome gato-porco: o que é essa alergia
Última atualização: 23 maio, 2020

A síndrome gato-porco é muito rara e, por esse motivo, não há muitas pesquisas sobre o assunto. Basicamente, tem a ver com pessoas alérgicas a gatos e também à carne de porco. Isso é o que se chama de ‘alergia cruzada’.

Até agora, existem muito poucos registros sobre esse problema de saúde. A síndrome gato-porco foi nomeada pela primeira vez em 1994. Uma descrição formal foi feita apenas no final dos anos 90.

As manifestações dessa doença são semelhantes às de outras alergias. Elas vão desde reações cutâneas e problemas respiratórios até a anafilaxia. Portanto, a síndrome gato-porco deve receber a atenção merecida.

Um antecedente curioso

Antes que a síndrome do gato-porco fosse descrita, Cisteró-Bahíma fez uma referência a uma dessas alergias cruzadas, que é curiosa. Tratava-se do caso de uma mulher de 39 anos que começou a apresentar sintomas de alergia a gatos.

Ao examinar o seu histórico médico, descobriu-se que, durante a infância, ela sofria de prurido oral quando consumia carne de coelho. Já na idade adulta, ela também teve reações alérgicas à carne de cavalo. Um ano antes disso, ela havia passado a ter um hamster em casa.

Isso levou à conclusão de que ela apresentava uma ‘reatividade cruzada’. Ou seja, tinha reações alérgicas a diversos alérgenos. Os pontos em comum foram estudados e, então, concluiu-se que tudo poderia ser causado pela presença de uma proteína comum no epitélio de alguns animais e na carne de outros.

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Causas da síndrome gato-porco

Os casos de alergia à carne de mamíferos são extremamente raros. No entanto, nos últimos anos, têm sido relatados casos desse tipo, principalmente na Europa e na América do Norte.

Tudo parece indicar que se deve a uma hipersensibilidade à proteína albumina sérica. Essa proteína está presente nos gatos e é muito semelhante à albumina sérica da carne de porco. Isso explicaria porque algumas pessoas são alérgicas a um animal e a um alimento ao mesmo tempo.

Nos mamíferos, a albumina sérica está presente em vários tecidos. Também na carne, na pele e em diferentes tipos de secreções. O mecanismo através do qual essas intolerâncias operam em humanos ainda não é totalmente conhecido.

Características da síndrome gato-porco

O pouco que se sabe sobre a síndrome gato-porco indica que, geralmente, a alergia a gatos aparece primeiro. É comum que isso aconteça durante a infância. Enquanto isso, a alergia à carne de porco geralmente se manifesta na idade adulta.

Além disso, foi estabelecido que a alergia ao epitélio dos gatos geralmente produz sintomas respiratórios. Por sua vez, a intolerância à carne de porco tem as características próprias de uma alergia alimentar. Também foram detectados outros casos de reações cruzadas, tais como a síndrome gato-cordeiro ou a síndrome cavalo-hamster.

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Algumas das características da síndrome gato-porco são as seguintes:

  • É mais frequente que as reações apareçam após o consumo de carne mal cozida, crua, seca ou defumada.
  • A reação alérgica é menos provável quando a carne de porco está bem cozida.
  • Os primeiros sintomas de alergia aparecem de 20 a 40 minutos após a ingestão da carne de porco. Em outras alergias à carne, a reação leva várias horas para se manifestar.
  • A reação ocorre com todos os alimentos de origem suína, tais como salsichas, salame, presunto e outros embutidos.

Outros dados interessantes

Existem alguns dados que permitem inferir que a intolerância à albumina sérica do gato tende a desaparecer gradualmente ao longo do tempo. Nesses casos, também ocorre uma remissão dos sintomas ao consumir a carne de porco. No entanto, se o contato com os gatos continuar, a intolerância à carne de porco também é mantida.

É importante buscar um diagnóstico o mais preciso possível para estabelecer a presença da síndrome gato-porco. Esse diagnóstico deve ser respaldado por testes cutâneos e exames de sangue pertinentes. A imunoglobulina E (IgE) específica deve ser determinada, para evitar outras alergias.

Em geral, recomenda-se que as pessoas com esse tipo de problema evitem comer carne de porco. No entanto, também é recomendável que elas tenham um autoinjetor de epinefrina para emergências. Algumas composições alimentares não permitem detectar que elas contêm carne de porco ou qualquer um dos seus derivados.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Martínez-Alonsoa, J. C., Moneob, I., Gómezc, M., & Aldayc, E. (1998). Hipersensibilidad a carne de cordero y reacción cruzada con otros mamíferos. Rev. Esp. Alergol Inmunol Clín13(6), 359-361.

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