A toxocaríase que habita o intestino dos cães
Existem muitas doenças ‘ocultas’ nos nossos animais de estimação que podem nos contaminar sem que possamos perceber. Neste artigo, vamos falar sobre a toxocaríase, que habita o intestino dos cães e é um perigo para as crianças.
Cuidado com as doenças intestinais dos cães
Você sabia que, em muitos países e cidades, é proibida a entrada de animais de estimação em parques e outros espaços públicos, especialmente onde há crianças? Isso ocorre porque muitas doenças podem ser transmitidas através das fezes e da urina desses animais, além da questão da limpeza do local.
Em relação às doenças intestinais dos cães que podem ser perigosas para os seres humanos, temos que falar sobre a toxocaríase, causada por um verme chamado Toxocara canis.
Esse nematoide pode medir, quando adulto, entre 8 e 15 centímetros, e habitar o intestino delgado do cachorro sem provocar qualquer tipo de sintoma ou alteração física. Os seus ovos ‘viajam’ pelo intestino e são eliminados através das fezes.
Contágio do parasita no intestino dos cães
Quando um cão é infectado com esse parasita, ele pode liberar entre 20 e 200.000 ovos de toxocara nas suas fezes. Assim, se ele defecar na caixa de areia ou na área dos brinquedos do parque infantil e uma criança acidentalmente tocar nesses resíduos e então levar a mão à boca ou ao nariz, ela pode ser infectada com a toxocaríase imediatamente.
Outra forma de contágio, tanto em crianças quanto em adultos, é o consumo de vegetais cultivados diretamente no solo que tenha sido infectado pelas larvas. Se não forem bem lavados antes de ser ingeridos, o toxocara entrará no organismo e passará para o estômago.
É importante ter muito cuidado com as crianças, que são as mais vulneráveis à toxocaríase, principalmente se elas praticarem a geofagia – comer terra – ou beijarem animais de estimação na boca.
Sintomas e consequências da toxocaríase
A toxocaríase pode se resolver sem sintomas ou se tornar crônica. Quando detectada, o tratamento mais comum é a aplicação de agentes antiparasitários, tais como albendazol, mebendazol e dietilcarbamazina.
Acredita-se que, se fosse feito um exame nas crianças com menos de 10 anos, um terço dos resultados mostraria que houve o contágio da doença. Na maioria dos casos ela não tem consequências graves, mas em uma pequena porcentagem o quadro pode se agravar e se tornar irreversível.
O principal problema dessa doença é que ela pode se tornar sistêmica e causar lesões conhecidas como granulomas. Se um granuloma se desenvolve no cérebro, ocorrem graves danos neurológicos.
Quando a larva desse verme entra na corrente sanguínea, ele também ataca outros órgãos vitais, tais como coração, fígado e pulmões. Além disso, o principal dano do toxocara ocorre na retina, onde ele atinge as células e terminais arteriais; isso pode causar descolamentos. Em mais da metade dos casos, a criança perde o olho afetado.
Foi feita uma tentativa de remover o parasita com laser, mas, ao morrer, ele libera uma toxina que torna o quadro ainda pior. Além disso, essas lesões são muito dolorosas.
Como prevenir as doenças que infestam o intestino dos cães?
Sabendo que as consequências são tão graves, é normal ficarmos preocupados ou alarmados se tivermos filhos. Mas, em vez disso, a melhor coisa a fazer é buscar informações sobre as medidas de prevenção mais eficazes.
Primeiramente, devemos impedir que as crianças entrem em contato com as fezes dos nossos animais de estimação ou de qualquer outro animal. Também é aconselhável limpar os excrementos diariamente e não deixar que os pequenos toquem a terra com as mãos sem lavá-las bem posteriormente.
Se a criança brincar com o cachorro, as mãos e o rosto devem ser higienizados com água e sabão neutro imediatamente após a brincadeira.
Por último, cumprir o calendário de vacinação dos nossos animais de estimação minimizará a possibilidade de doenças. Além disso, é necessário lavar bem as frutas e os vegetais que crescem diretamente sobre a terra.
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Oréfice, F., Veloso, C. E. D. R., Costa, R. A., & Oréfice, J. L. (2016). Toxocariasis. In Intraocular Inflammation. https://doi.org/10.1007/978-3-540-75387-2_137
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