Um jovem dá o primeiro abraço em cães sem-teto
Escrito e verificado por o advogado Francisco María García
Emmy Panu é um jovem tailandês que criou a campanha “O primeiro abraço”. Seu objetivo é transmitir amor aos cães sem-teto de seu país através de um primeiro abraço. Seu vídeo promocional causou furor e já em quase 2,5 milhões de acessos no YouTube.
Ele não tem uma fundação, fundos e muito menos um abrigo. No entanto, isso não impede o adolescente humilde de ajudar uma população em situação de emergência: cães sem-teto.
Sua contribuição não é econômica, mas não é insignificante, especialmente para os cãezinhos com os quais ele entra em contato. Emmy simplesmente lhes dá um abraço, provavelmente o primeiro que esses pequenos amigos receberam em toda a sua vida.
Tarefa complicada com cães sem-teto
Mas Emmy encontra muitos obstáculos e perigos consideráveis. Como você pode ver em seu vídeo, alguns cães que ele tenta abordar estão relutantes, na defensiva, e até tentam morder.
Esta manifestação animal é bastante compreensível, pois muitos desses cães foram submetidos a maus-tratos cruéis. Alguns nem sequer tiveram a oportunidade de estabelecer laços de confiança com os seres humanos.
Mas Emmy também conseguiu se dar bem com alguns cachorros, mostrando que, mais do que de bens materiais, o que eles precisam é de atenção e de alguém para confiar dentro dos limites das ruas mais escuras de Banguecoque.
O que a maioria das pessoas não sabe é que a Tailândia pode ser um inferno para cães abandonados. Para se ter uma ideia, essa nação também é chamada de “o país dos cães vadios”.
Tailândia: o pior lugar para cães sem-teto
Estima-se que mais de 300 mil cães percorram as ruas da capital tailandesa. Isso é muito desencorajador, pois não há registros claros sobre o número de cães abandonados que existem em todo o país.
A abundância desses animais motivou há muito tempo a criação de um dos negócios mais lucrativos e aterrorizantes da Tailândia: o contrabando de cães para consumo humano. Em um lugar onde o que resta são cães sem donos, uma única unidade pode gerar um lucro muito pequeno, equivalente a 2 euros.
É por isso que os contrabandistas precisam sequestrar um grande número desses animais para gerar lucros razoáveis. Os mais experientes chegam a uma média de 2 mil cães, que acabam sendo cozidos em um restaurante movimentado no Vietnã.
Para completar, eles até roubam cachorros domésticos que estão na porta das casas de seus donos. As pessoas que adotam precisam fazer grandes esforços para cuidar de seus amados animais de estimação.
De jovem a herói dos cachorros
É nesse contexto que Emmy Panu realiza seu trabalho arriscado. Faz isso com grande coragem, apesar do fato de que grande parte da população canina do país está infectada com a raiva.
O melhor é que, para fazer isso, você não precisa ser residente da Tailândia. Em qualquer lugar, há sempre um cachorro abandonado que requer um pouco de carinho.
Monarquia e desigualdade canina
Sabe-se que a família real da Tailândia teve governantes que amavam cães. O antigo rei Bhumibol Adulyadej construiu, no ano de 2015, um monumento em memória de Thong Daeng. Este foi o seu último cão, que viveu até os 17 anos de idade.
Ele morreu em 13 de outubro de 2016. Isso levou seu filho Maha Vajiralongkorn ao trono. Seu sucessor nomeoou seu pequeno poodle Foo Foo um Marechal das Forças Aéreas do país.
Além disso, o governo asiático fez pouco ou nada para proteger a vasta população de cães sem dono. Estes já fazem parte do patrimônio cultural de Banguecoque. Isso fala de uma situação de desigualdade canina que não tem nenhum precedente.
Exemplo a ser seguido
Emmy compartilhou alguns resultados de sua experiência: “Entrei em discussões sobre linguagem corporal e conversando sobre cães de rua”. No momento da interação, nem todos eram amigáveis. Mas outros simplesmente pularam em seus braços.
Organizações de renome mundial, como a Peta ou a Animal Humane Society, confiam que a única fórmula efetiva para conter a proliferação de cães de rua é a esterilização.
Fonte da imagem: www.vanguardia.com.mx
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