Urolitíase em gatos: causas, sintomas e tratamento

A urolitíase em gatos causa falta de micção, dor abdominal, excreção de urina com sangue e outros sintomas muito preocupantes. Se não for tratada, pode ser fatal.
Urolitíase em gatos: causas, sintomas e tratamento
Samuel Sanchez

Escrito e verificado por o biólogo Samuel Sanchez.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

A urolitíase em gatos é uma entidade clínica caracterizada pelo aparecimento de cálculos – nefrólitos e urólitos – nos rins ou em alguma parte do trato urinário do animal. 1% dos felinos domésticos vão apresentar essa patologia ao longo da vida e, além disso, pode ser fatal nos casos mais graves.

Quando as pedras minerais formadas no trato urinário do animal bloqueiam algum duto, a vida do felino corre sério risco. Nas linhas a seguir, vamos apresentar as causas e os sintomas da urolitíase em gatos. Nosso objetivo é mostrar para você como detectar essa condição a tempo, antes que se torne uma patologia letal. Não perca!

O que é a urolitíase em gatos e quais são suas causas?

Os minerais que circulam na urina naturalmente podem acabar se transformando em acúmulos cristalinos. Os cristais em felinos domésticos são geralmente compostos de oxalato de cálcio – em 70% dos casos – estruvita, fosfato de cálcio, purinas e outros compostos misturados.

A urolitíase é uma consequência direta da perda de solubilidade dos íons circulantes na urina, evento que causa sua precipitação e a formação de cristais. Esses acúmulos de minerais surgem em decorrência de certas condições patológicas, pois, em uma situação normal, a urina inibe a formação de cristais e o aparecimento de cálculos.

A composição dos urólitos pode fornecer pistas sobre o agente causador da doença, mas os veterinários em todo o mundo ainda não sabem ao certo o que causa sua deposição. No entanto, podemos citar vários prováveis fatores desencadeadores na lista a seguir:

  1. Níveis muito altos de cálcio e outros minerais no organismo. A doença renal crônica e as neoplasias podem promover essa condição, pois, como os rins não conseguem filtrar o sangue adequadamente, algumas substâncias se acumulam.
  2. Um pH urinário atípico. Se o pH da urina for maior ou menor que o normal, pode haver deposição de cristais minerais com diferentes propriedades químicas.
  3. Urina muito concentrada que permanece armazenada no organismo. A retenção de urina pode favorecer o aparecimento de urolitíase. Esse comportamento pode ser desencadeado por estresse, obesidade, problemas neurológicos ou problemas ortopédicos, entre outros.

No entanto, esses eventos clínicos não garantem o aparecimento da urolitíase em gatos. As doenças adquiridas e as predisposições congênitas podem desempenhar um papel muito relevante no surgimento de cálculos renais, mas seu mecanismo de aparecimento ainda não é totalmente compreendido.

O reencontro de um gato e seu guardião.

Sintomas

Conforme indicado pelo portal MSD Manuals, um gato com urólitos pequenos pode ser assintomático. Em todo caso, acúmulos minerais maiores são capazes de obstruir certos canais essenciais para a micção, o que é evidenciado por vários sinais clínicos. Dentre eles, destacamos os seguintes:

  • Dificuldade para urinar, fator que resulta leva à redução da micção. Quando o gato é completamente incapaz de expelir urina, surge um quadro clínico conhecido como anuria.
  • Sangue na urina (hematúria).
  • Micções fora da caixa de areia em lugares e horários bem dispersos.
  • Dor, embora os gatos sejam especialistas em mascarar esse tipo de manifestação.

É importante destacar que, em alguns casos, os urólitos são “inativos”. Isso significa que eles não mostram sinais de infecção, não crescem e não bloqueiam nenhum duto. Nesses cenários, sua extração pode ser retardada, mas o animal deve ser monitorado periodicamente.

Diagnóstico e tratamento da urolitíase em gatos

Em alguns casos, o veterinário consegue sentir as pedras diretamente, bastando tocar no abdômen do gato. Em todo caso, exames de urina e de imagem que mostram o sistema urinário do felino são sempre necessários. Além disso, é essencial obter uma amostra de um urólito para descrever sua composição química e seus possíveis agentes causadores.

Um dos métodos mais eficazes de tratamento da urolitíase é a litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LECO). Nela são utilizadas ondas ultrassônicas que destroem os cristais minerais, o que permite a desobstrução dos canais urinários e a passagem da urina. A diminuição do diâmetro das pedras favorece sua eliminação.

Nos casos mais graves, pode ser necessária uma cirurgia imediata a fim de remover manualmente das pedras. Estas serão encaminhadas a um laboratório e analisadas, a fim de compreender qual foi o agente causador e como agir após a operação.

Prevenção

É difícil prevenir a urolitíase em gatos, pois alguns felinos são geneticamente predispostos à insuficiência renal. Por exemplo, até 50% dos gatos persas desenvolvem rins policísticos, uma condição que acaba sendo letal com o tempo. Infelizmente, essas doenças não podem ser evitadas.

No entanto, acredita-se que uma dieta baixa em proteínas minimiza as chances de formação de cristais. Além disso, recomenda-se dar comida úmida ao felino regularmente, pois quanto mais água o gato consumir – direta ou indiretamente -, mais diluída será a urina produzida.

Um gato comendo de sua tigela.

Como você deve ter visto, essa doença ainda é bastante desconhecida no mundo veterinário. Seus sintomas e tratamentos foram registrados, mas em muitos casos as causas não ficam claras. Portanto, além de prevenir a doença, é necessário detectá-la a tempo caso ela apareça e procurar rapidamente o veterinário.


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