A ciência mostra que cães têm sentimentos

A ciência mostra que cães têm sentimentos

Última atualização: 09 março, 2022

Acredite ou não, os cães têm sentimentos e consciência e um estudo das ondas cerebrais prova isso.

Os cães têm sentimentos? Os animais são capazes de sentir empatia? A percepção que temos dos animais está em contínuo processo de mudança.

A consciência dos animais

Tanto a comunidade científica como o mundo jurídico relutam em aceitar que os animais são seres que sentem e sofrem como qualquer outra pessoa. Como eles não sabiam muito sobre suas mentes, escolheram ignorar um mundo mais rico e mais complexo do que pensavam.

Essa decisão não corresponde, no entanto, à percepção que os cidadãos têm dos animais. As associações de defesa dos direitos dos animais, bem como alguns partidos políticos, acreditam firmemente na inteligência emocional dos animais.

Cães se cumprimentando

Na Espanha, a Câmara dos Deputados aprovou uma lei, em dezembro de 2017,  que torna os cães “seres” sujeitos a direitos e não bens móveis. Pouco a pouco, estamos avançando para mudar a percepção que temos dos animais e de sua maneira de pensar. Uma das descobertas mais recentes nesse campo diz respeito a cães.

Um estudo das ondas cerebrais, a chave para a descoberta

A noção de que outros animais podem ter sentimentos não começou a ser considerada até dez anos atrás. O neurocientista Gregory Berns, da Universidade Emory, decidiu concentrar seus esforços em descobrir se os cães podem sentir emoções. Sua ideia era treinar uma série de cães para poder submetê-los a um scanner cerebral.

Graças a esse teste, Berns conseguiu mapear o cérebro dos animais e ver como eles respondem aos diferentes estímulos que lhes foram apresentados. Os resultados aparecem em seu livro  What’s Like to Be a Dog

Um estudo publicado na revista  Science  já havia afirmado que os cães podiam processar a informação de maneira semelhante aos humanos. Nesse artigo, provou-se que o hemisfério esquerdo reagiu às palavras, enquanto o hemisfério direito reagiu à entonação com a qual pronunciaram.

A história de Callie, o primeiro objeto de estudo

Callie, uma fêmea mestiça de Terrier , foi adotada por Berns em um abrigo local. Ele não a escolheu por nenhuma razão particular. Callie era curiosa e, como muitos outros terrier, era cheia de energia.

Em primeiro lugar, Berns decidiu construir um simulador em sua casa para acostumar o animal aos ruídos típicos que os scanners costumam emitir em um hospital. Para fazer isso, ele gravou os sons produzidos pelos ímãs das máquinas e os reproduziu em casa enquanto brincava com Callie.

Os sons da máquina, inicialmente, foram reproduzidos em um volume muito baixo. Berns foi aumentando o volume do som progressivamente. O processo durou entre dois e três meses e acabou por ser mais fácil do que o esperado. Com esse primeiro sucesso, a porta foi aberta para mais animais se juntarem ao projeto.

Um núcleo caudado semelhante em cães e humanos

O núcleo caudado é uma estrutura presente na parte mais profunda dos hemisférios cerebrais. É um elemento comum a todas as espécies, especialmente em mamíferos, e essencial na recepção da dopamina.

Dona abraçando seu cachorro

O núcleo caudado está ativo no momento em que o sujeito atinge o chamado “estado de antecipação”. Uma vez que a informação é recebida, um processo de tomada de decisão ocorrerá. Isso vai determinar o que se fará com ela. Se for algo positivo, esse estado é mais intenso.

Essa estrutura do cérebro é ativada de forma análoga em cães e humanos, nas mesmas condições. As claras diferenças de tamanho (o cérebro do cachorro é do tamanho de um limão) fazem, no entanto, que eles não tenham as mesmas capacidades que nós.

Então, cães têm sentimentos e podem nos amar?

No experimento, foram mostrados dois objetos. Eles foram treinados para identificar um deles com comida e o outro com a aparência de seu dono dizendo “Bom garoto!”. Alguns cães preferiram o primeiro; outros, o segundo.

Não há uma resposta categórica a esse respeito. As reações ocorreram em partes iguais. O tipo de relacionamento que eles desenvolveram com seus donos é que fez a diferença.


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