A cor do pelo do cachorro pode indicar doenças

A cor do pelo do cachorro pode não apenas revelar seu estado atual de saúde, mas também pode ser um indicativo da sua predisposição para certas doenças.
A cor do pelo do cachorro pode indicar doenças
Francisco María García

Escrito e verificado por o advogado Francisco María García.

Última atualização: 27 dezembro, 2022

A cor do pelo do cachorro, assim como seu brilho e textura, podem dizer muito sobre o seu estado de saúde. Ao observar o pelo do seu animal de estimação, você pode ter indicações dos alimentos e cuidados que ele recebe, além de detectar possíveis sintomas de desequilíbrios no organismo dele.

Na prática, a cor dos pelos do cão também pode indicar uma predisposição para certas doenças. Para saber mais sobre esses problemas, aqui estão algumas diretrizes a serem seguidas.

A cor do pelo do Labrador Retriever e a sua saúde

Para começar, queremos mencionar um estudo realizado no Reino Unido e publicado na revista  Canine Genetics and Epidemiology. Ele reflete uma análise meticulosa da história veterinária de mais de 30.000 cães da raça Labrador Retriever que residem no Reino Unido.

As cores dos labradores

Como consequência, foi confirmado que as doenças mais frequentes nessa raça de cachorro são:

  • Infecções de ouvido
  • Dermatite piotraumática.
  • Obesidade.
  • Doenças articulares degenerativas.

Em outras palavras, os especialistas sugerem que existe uma relação entre a cor dos pelos do cão e a incidência das doenças mencionadas. Além disso, o sexo também pode influenciar a predisposição para certos problemas de saúde.

O labrador marrom e a sua saúde particularmente frágil

Labradores marrons ou cor de chocolate costumam ser muito apreciados pela beleza dos seus pelos. No entanto, de acordo com a pesquisa mencionada, a sua expectativa de vida pode ser até 10% menor do que a dos labradores amarelos ou pretos.

O labrador marrom e sua saúde particularmente frágil

Além disso, uma maior incidência de doenças comuns na raça é observada em espécimes marrons. As infecções de ouvido, por exemplo, têm uma taxa de prevalência de 12,8% em labradores pretos, 17% nos amarelos e 23,4% nos labradores marrons.

A dermatite piotraumática registra uma incidência de 4% em labradores cor de chocolate. A prevalência da mesma doença é de 1,6% em espécimes amarelos e 1,1% em cães pretos.

Como se explica a relação entre a cor do pelo do cachorro e a predisposição para certas doenças?

Segundo os pesquisadores que participaram do estudo mencionado acima, a relação entre a cor do pelo do cachorro e a sua saúde se deve a fatores genéticosNo caso do Labrador Retriever, o gene que determina a cor marrom ou chocolate é recessivo.

Para um labrador de cor chocolate nascer, é necessário que ambos os pais sejam portadores desse gene. Portanto, é comum os criadores praticarem cruzamentos consanguíneos ou entre cães com estruturas genéticas muito semelhantes.

Consequentemente, os labradores marrons tendem a ter uma baixa variedade genética e alta consanguinidade. Isso se reflete em uma maior predisposição genética para as patologias típicas da raça e em uma menor longevidade.

Cão-guia

Os riscos da baixa variedade genética em cães e dos cruzamentos consanguíneos

A padronização das raças de cães, que inclui a cor dos pelos, só foi possível graças à seleção genética dos pais. O principal problema é que, no desejo de destacar características estéticas ou comportamentos instintivos, diversos cruzamentos consanguíneos foram praticadas.

Como resultado, a grande maioria das raças de cães demonstra uma alta predisposição genética para desenvolver certas doenças hereditárias. 

Além disso, os cruzamentos consanguíneos geralmente geram exemplares com problemas de fertilidade, sistema imunológico mais fraco e expectativa de vida reduzida.

Como vimos no caso do labrador marrom, esse problema é ainda mais alarmante quando falamos sobre características associadas aos genes recessivos. Basicamente porque, devido à raridade ou baixa prevalência dessas características, geralmente são feitos cruzamentos entre indivíduos intimamente relacionados ou geneticamente muito semelhantes.

Por outro lado, cães sem raça definida tendem a ter uma maior longevidade e baixa prevalência de doenças hereditárias. Entre outras coisas, porque eles têm uma grande variedade genética e porque não foram submetidos a cruzamentos seletivos entre indivíduos geneticamente semelhantes.

Dessa forma,  pesquisa mencionada  aponta novamente para os riscos dos cruzamentos inadvertidos com o objetivo de obter determinadas características em cães.

Se a cor dos pelos do cão for um indicativo de uma saúde mais frágil e de uma menor longevidade, o mais responsável a se fazer seria não incentivar ou facilitar a reprodução dessas amostras apenas para fins lucrativos.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.