Os alérgenos mais comuns em cães: o que fazer?

Os cães podem desenvolver reações alérgicas a muitos elementos. Como cuidador, você deve estar atento a quaisquer sintomas para evitar consequências graves.
Os alérgenos mais comuns em cães: o que fazer?
Luz Eduviges Thomas-Romero

Escrito e verificado por a bioquímica Luz Eduviges Thomas-Romero.

Última atualização: 21 dezembro, 2022

Uma alergia é uma reação do sistema imunológico a um elemento estranho ao corpo. Assim como as pessoas, os cães e outros animais de estimação também podem sofrer de alergias, mas quais são os alérgenos mais comuns em cães? Para responder a essa pergunta, devemos primeiro saber com o que estamos lidando.

As alergias em cães e seus sintomas

Existem diferentes tipos de alergias em cães. As alergias cutâneas e alimentares, e os alérgenos ambientais apresentam sintomas diferentes. Na verdade, os sintomas de uma ou outra condição podem se sobrepor.

Algumas reações alérgicas aos alérgenos mais comuns em cães são tão leves que você mal consegue notá-las. Por exemplo, vermelhidão localizada ou coceira após uma picada de abelha ou de inseto.

Se o seu cão mostrar sinais de uma reação mais avançada, como inchaço facial, coceira, vômito, urticária, inchaços no corpo ou erupções cutâneas, consulte o veterinário imediatamente.

Choque anafilático

Em casos raros, os cães podem experimentar uma reação alérgica grave chamada anafilaxia. Sinais adicionais de anafilaxia podem incluir falta de ar, fraqueza e colapso. Isso pode ser uma emergência com risco de vida.

Em alguns cães, o choque anafilático pode resultar de picadas de abelha e reações às vacinas. Por esse motivo, é sempre uma boa ideia monitorar de perto seu cão após a administração de qualquer vacina, medicamento ou novo alimento.

Choque anafilático

O tratamento usual para os sintomas de choque anafilático geralmente consiste na administração de epinefrina. Nos estágios iniciais do choque, a epinefrina pode ser útil, embora um estudo publicado em 2002 pareça sugerir que a sua eficácia em casos mais avançados pode ser limitada.

Felizmente, as reações anafiláticas são raras em cães, e uma consulta oportuna com o veterinário deve resolver o problema.

Reações alérgicas cutâneas

Elas se manifestam com vermelhidão, coceira, erupções cutâneas e inflamação, e são chamadas de dermatite alérgica. Juntos, são o sintoma mais comum de reações alérgicas em cães. Existem três causas principais de alergias cutâneas em cães:

  • Dermatite alérgica a insetos
  • Alergias a alimentos
  • Alérgenos ambientais

Todas as alergias cutâneas apresentam risco de infecção secundária, fungos e bactérias. Se essas condições não forem resolvidas a tempo, o quadro pode se complicar.

Alimentos como os alérgenos mais comuns em cães

As alergias alimentares em cães podem variar com sintomas de doenças de pele (urticária, inchaço facial, coceira, descamação), sintomas gastrointestinais (vômitos ou diarreia) ou uma combinação dos dois. Infecções crônicas das orelhas ou patas também podem aparecer. Em alguns casos, uma reação severa pode ocorrer, resultando em anafilaxia.

Os sintomas e o tratamento variam de acordo com o animal, seu histórico médico e as causas das alergias. De acordo com especialistas do Colégio de Dermatologia Veterinária Americana, entre 10% e 20% dos casos de alergia em cães acontecem devido a alergias alimentares.

Os componentes da dieta canina são os alérgenos mais comuns em cães. A consulta médica é necessária para diferenciar os casos de alergia ou intolerância alimentar.

Alimentos que podem desencadear alergias

Em geral, os cães podem ser alérgicos a qualquer alimento. As fontes mais comuns de alergias e intolerâncias alimentares são:

  • Carne bovina
  • Carne e derivado de aves (ovos)
  • Peixes
  • Trigo e outros cereais

A melhor maneira de diagnosticar e tratar uma alergia alimentar é consultando o veterinário. Juntos, vocês serão capazes de controlar os sintomas do cão e descobrir o ingrediente que está causando a reação.

Alérgenos ambientais e alergias de contato

Os alérgenos ambientais, como poeira, pólen e mofo, podem causar reações alérgicas atópicas ou dermatite atópicaNa maioria dos casos, essas alergias são sazonais. Isso faz com que você perceba que seu cão se coça apenas em certas épocas do ano.

Tal como acontece com as alergias alimentares, as áreas mais comumente afetadas são as patas e as orelhas. O focinho, as axilas, a virilha, e as áreas o redor dos olhos e entre os dedos também podem ser afetados.

Alérgenos ambientais e alergias de contato

A dermatite alérgica em cães também parece estar relacionada ao aparecimento de otite externa e infecções de ouvido, embora os mecanismos exatos de ação não pareçam terem sido estudados ainda.

Um estudo estatístico realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia descobriu que a dermatite atópica era causada principalmente em reação aos ácaros, tornando-os um dos alérgenos mais comuns em cães.

A dermatite atópica geralmente piora sazonalmente, com maior incidência no outono. De acordo com o mesmo estudo, o segundo alérgeno é o mofo, com maior incidência de alergia no outono e na primavera.

Picadas de insetos, um dos alérgenos mais comuns em cães

É preciso notar que há uma predisposição de certas raças, como o bull terrier, para sofrer de alergia ao pólen.

Picadas de insetos, um dos alérgenos mais comuns em cães

Quanto às picadas, o alérgeno mais comum em cães são as picadas de pulgas. Muitos cães são alérgicos à saliva da pulga e desenvolvem dermatite alérgica a partir de uma infestação por esse ectoparasita.

Os cães afetados apresentam coceira, principalmente na base da cauda, ​​e a pele pode ficar avermelhada, inchada e com crostas. choque  anafilático  pode ocorrer no caso de picadas de outros insetos, como escorpiões, vespas ou abelhas.

Os sintomas dessas picadas são vermelhidão generalizada e inflamação, geralmente concentradas na própria área picada. Orelhas, focinho e patas inchados também aparecem com frequência.

Se o seu cão apresentar um inchaço anormal, é importante levá-lo ao veterinário imediatamente. O profissional fará o diagnóstico e o tratamento adequado.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Hill, Peter. (2011) Diagnosing cutaneous food allergies in dogs and cats – some practical considetations. In practice Magazine.
  • Zur, G. , Ihrke, P. J., White, S. D. and Kass, P. H. (2002) Canine atopic dermatitis: a retrospective study of 266 cases examined at the University of California, Davis, 1992–1998. Part I. Clinical features and allergy testing results. Veterinary Dermatology, 13: 89-102. doi:10.1046/j.1365-3164.2002.00285.x
  • Bautista E, Simons F, E, R, Simons K, J, Becker A, B, Duke K, Tillett M, Kepron W, Mink S, N: (2002) Epinephrine Fails to Hasten Hemodynamic Recovery in Fully Developed Canine Anaphylactic Shock. Int Arch Allergy Immunol. 128:151-164. doi: 10.1159/000059406

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.