Alimentos crus não são a opção mais saudável para animais de estimação, segundo especialistas

Especialistas no tema garantem que a alimentação à base de alimentos crus para os animais de estimação põe em risco tanto a saúde dos animais quanto das pessoas que vivem com eles.
Alimentos crus não são a opção mais saudável para animais de estimação, segundo especialistas

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Há todo um debate em torno do assunto da alimentação dos animais de estimação. De acordo com alguns especialistas, os alimentos crus não são a opção mais saudável para os animais de estimação. Essa vertente alimentar acaba sendo um perigo latente para o animal e as pessoas que convivem com ele, principalmente se forem idosos ou crianças. No entanto, algumas delas estão convencidas de que se trata de uma dieta ideal e segura para animais.

Alguns cientistas afirmam que essa prática não traz benefícios, mas cada vez mais pessoas estão optando por usá-la como método de alimentação para os seus animais de estimação. Em países como a Holanda, metade das pessoas que têm cães dizem que usam carne crua como base da alimentação dos seus cães. A seguir, você entenderá por que os alimentos crus não são recomendados para os animais de estimação.

O que é a dieta BARF?

A dieta BARF (Biologically Appropriate Raw Food) ou Alimentos Crus Biologicamente Apropriados, ACBA em português, consiste em um método de alimentação à base de carne crua que alguns tutores consideram mais propício e natural para os seus animais. Essa dieta inclui não apenas carne, mas também vísceras, ossos, frutas, vegetais, óleos e oleaginosas.

Esse método, que exclui todos os tipos de alimentos industrializados, é colocado em prática por quem considera que a natureza do animal de estimação, seja do cão ou do gato, não está preparada para se alimentar de ração ou outro tipo de produto considerado menos natural. Em outras palavras, parece uma opção mais saudável e orgânica à primeira vista.

 

Dar ou não dar alimentos crus para os animais de estimação?

Benefícios e malefícios

Os defensores da dieta BARF afirmam que o método melhora a pelagem do animal e ajuda a fortalecer o sistema imunológico. Além disso, de acordo com o que foi informado à BBC News pelo diretor médico da BarfChile, alimentos excessivamente processados proporcionam facilidade para o usuário, mas podem prejudicar a microbiota intestinal do animal.

Para esse médico, os alimentos processados causam doenças como diabetes ou obesidade.

No entanto, alguns especialistas garantem que os alimentos crus não são a opção mais saudável para os animais de estimação. Ao contrário daqueles que defendem a dieta de Alimentos Crus Biologicamente Apropriados, outros afirmam que esse método de alimentação carece de nutrientes e pode ser prejudicial para os dentes, o intestino dos animais e outras partes de seu corpo.

Consequências dos alimentos crus para os animais de estimação

De acordo com o European Scientific Counsel Companion Animal Parasites, os animais de estimação que consomem alimentos crus podem liberar bactérias patogênicas/zoonóticas em suas fezes, que correm o risco de serem transmitidas às pessoas por contato direto. Essa transmissão também costuma ocorrer por contaminação cruzada de alimentos na cozinha após seu preparo.

A alimentação com a dieta BARF, segundo os especialistas que se opõem a ela, representa risco de exposição a bactérias para os animais de estimação.

Além disso, as dietas cruas apresentam um alto risco de desequilíbrio nutricional, especialmente para animais jovens em crescimento. A multiplicação de certos parasitas pode ser favorecida em uma dieta composta por alimentos não tratados, uma vez que completam seu ciclo biológico à medida que os carnívoros ingerem proteínas de origem animal crus ou mal cozidas.

Parasitas nos alimentos

Um estudo publicado pela British Veterinary Association afirma que bactérias como Salmonella e Campylobacter foram encontradas em dietas à base de carne crua para cães. Essas espécies bacterianas são capazes de passar dos animais para as pessoas, colocando em risco quem convive com o cão, caso ele seja infectado.

As vísceras usadas na alimentação não são submetidas a nenhum tipo de tratamento para reduzir o conteúdo microbiano, segundo a pesquisa. Isso implica no risco de que tenham uma presença potencial de microrganismos patogênicos que, sem dúvida, afetarão diretamente os animais de estimação.

O estudo também constatou a presença de bactérias pertencentes à família Enterobacteriaceae e à espécie Clostridium perfringens. Portanto, é importante ter mais cuidado ao estipular uma dieta que realmente beneficie seu animal de estimação. É importante destacar que alguns animais possuem organismos sensíveis que podem ser realmente afetados por um descuido em sua dieta.

Como alimentar seu animal de estimação corretamente

Para encontrar uma dieta adequada para o seu animal de estimação, é importante primeiro consultar um profissional da área. Um especialista poderá dar conselhos se o seu animal apresentar condições especiais em seu organismo que devem ser consideradas na alimentação. Graças a isso, você evitará expor a saúde do seu animal ao risco de uma alimentação inadequada.

Cozinhar alimentos pode ser uma opção melhor e mais segura para o animal. Você também pode usar equipamentos específicos de cozinha para evitar a propagação de bactérias em outros instrumentos. Da mesma forma, se a carne crua for utilizada na dieta do animal, é importante adquiri-la em um local confiável e higiênico.

Também é recomendável manter a carne separada dos outros alimentos e evitar dá-la a um canino que esteja tomando antibióticos, pois pode aumentar sua resistência bacteriana.

 

Por fim, lembre-se de que uma boa alimentação contribui para um animal saudável e feliz. A saúde deles é um dos pilares mais importantes, e vale considerar que a possibilidade de contrair doenças, vírus ou bactérias do seu animal de estimação pode afetar a sua própria integridade física. O manuseio correto dos alimentos é essencial para evitar riscos.


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