Araras ameaçadas da Bolívia: ararinha-de-testa-vermelha

Escrito e verificado por o veterinário Eugenio Fernández Suárez

Última atualização: 21 dezembro, 2022

Existem araras ameaçadas na Bolívia devido ao tráfico ilegal de espécies ameaçadas de extinção, e uma das mais importantes é a ararinha-de-testa-vermelha (Ara rubrogenys), uma espécie de psitacídeo encontrada apenas nesse país latino-americano que está seriamente ameaçada.

Características da ararinha-de-testa-vermelha

Essa ave, considerada uma arara do gênero Ara, é muito menor do que alguns de seus parentes, pois tem apenas 60 centímetros de comprimento total.

Seu nome faz referência a uma mancha vermelha muito característica e distinta na testa, além de outras atrás dos olhos como se fosse uma bochecha. Também tem manchas alaranjadas nos ombros e nas patas, que contrastam com o resto do corpo esverdeado.

Todo o seu corpo é coberto de penas, exceto ao redor dos olhos e atrás do bico, onde a sua pele é rosada. Possui, como outras araras, um bico forte e, neste caso, preto, que permite quebrar os frutos mais fortes que outras aves não conseguem abrir.

Comportamento

Essas araras ameaçadas são monogâmicas, o que significa que têm um parceiro a vida inteira, embora seja verdade que existem espécies que desafiam essa norma.

Com o parceiro, essas aves criam ninhos muito particulares que ficam localizados nas paredes de pequenos penhascos acessíveis. Nesses ninhos, geralmente existem dois filhotes, embora em muitas ocasiões apenas um deles consiga sobreviver.

São araras que vivem em áreas muito mais secas do que outros psitácidos, por isso recorrem frequentemente a plantações próximas, principalmente durante a estação seca de maio a outubro, quando grandes grupos podem ser vistos nas culturas próximas de milho.

Como a maioria das araras, não há um dimorfismo sexual acentuado, portanto, machos e fêmeas são muito semelhantes.

Habitat e conservação da ararinha-de-testa-vermelha

Esse animal vive nas florestas da Bolívia, especificamente em Cochabamba, Chuquisaca, Potosí e Santa Cruz, com um alcance de distribuição de aproximadamente 5.000 quilômetros quadrados. Também está ligado a áreas semiáridas de falésias, que são os locais de nidificação dessa arara ameaçada.

Embora no passado seu alcance de distribuição fosse muito maior: nos anos 1980, a captura dessas araras ameaçadas começou a se intensificar para a venda ilegal como animal de estimação. Mais de 1.000 espécimes foram extraídos, o que levou a espécie a ser considerada ameaçada de extinção.

Estima-se que 40% do seu habitat tenha sido perdido: a expansão da agricultura intensiva para alimentar animais ou produzir combustíveis matou muitas das selvas que abrigavam esse pássaro.

A espécie, no entanto, teve poucas medidas de proteção. Apenas recentemente o governo boliviano, juntamente com associações de conservação, se comprometeu com a sua proteção.

Para isso, eles planejam criar reservas e apoiar o desenvolvimento local ambientalmente amigável, para que o tráfico ilegal e a extração de madeira de seus habitats cesse, e assim garantir um futuro para as araras ameaçadas da Bolívia.