Bugio: todas as características da espécie
Escrito e verificado por o veterinário Eugenio Fernández Suárez
Quando falamos sobre o bugio, nos referimos a um gênero de primatas do Novo Mundo, caracterizados por ter uma das vocalizações mais potentes do reino animal.
Características do bugio
Esses primatas caracterizam-se por terem um osso hioide desenvolvido para realizar essas vocalizações potentes, pois funciona como uma caixa natural de ressonância.
Possuem nariz achatado e narinas bem separadas, o que dá a esses macacos um rosto característico, junto com sua pelagem espessa e seu rabo comprido e preênsil, como a dos macacos capuchinhos.
Uma curiosidade é que a maioria dos macacos do Novo Mundo não têm visão de três cores, mas o bugio tem. Seu movimento é normalmente em quatro patas, mas podem ser muito habilidosos com o rabo, que aguenta todo seu peso, sem problemas.
Essa espécie apresente dimorfismo sexual, ou seja, machos e fêmeas apresentam diferenças. Principalmente porque os machos são maiores e chegam a pesar 10 quilos, e as fêmeas dificilmente passam dos 7. Em algumas espécies, como o bugio-preto, as fêmeas são amareladas, enquanto os machos são negros.
Uma curiosidade é que a maioria dos macacos do Novo Mundo não têm visão de três cores, mas o bugio tem.
Comportamento do bugio
Os uivos deste macaco servem de advertência para grupos rivais, e tanto os machos quanto as fêmeas o fazem, especialmente durante a tarde, ainda que também uivem durante a noite, principalmente na lua cheia.
São um dos poucos primatas do Novo Mundo que ingerem folhas frescas, um alimento de difícil digestão que requer adaptações, como a ruminação. É um alimento que dá pouca energia, por isso, é preciso consumir muito – quilos, cerca de um terço do peso – e limitar os movimentos.
Isso permite ao bugio ingerir um alimento que não tem muita demanda na floresta, mas em troca, precisam evitar o gasto excessivo de energia. Por isso, esses animais são bastante inativos e passam muito tempo descansando.
Os bugios vivem em grupos pequenos de cerca de cinco indivíduos, tanto de machos como de fêmeas. Em algumas espécies, no entanto, os grupos podem reunir até vinte macacos.
Habitat e conservação do bugio
Seu habitat compreende diferentes níveis das florestas tropicais. As principais áreas são as regiões arborizadas da América Central e América do Sul, por isso podemos encontrá-los desde o sul do México até o norte da Argentina. No entanto, distribuem-se principalmente entre Bolívia, Venezuela e Brasil.
A maioria das espécies de bugio encontram-se ameaçadas, mas não em um alto grau de risco de extinção. O tráfico deste tipo de macaco como animal de estimação é muito reduzido em comparação a outras espécies, como o macaco-tití. No entanto, ainda é muito caçado pela sua carne.
A perda do habitat também põe a espécie em risco, sem falar das mortes por conta do medo de que esses macacos, assim como outras espécies de primata, possam transmitir febre amarela. Essa doença é um problema de saúde pública em países como o Brasil.
A verdade é que a febre amarela não pode ser transmitida diretamente pelos macacos (ou ao menos o risco é muito baixo), já que sua principal via de transmissão é a picada de um mosquito. Os ataques a macacos, além de serem um desastre ecológico, trazem muito mais risco pela transmissão direta de outras doenças através de mordidas ou arranhões do que a própria febre amarela.
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