Burrolândia: um refúgio para burros maltratados

A Burrolândia é um paraíso de burros e jumentos que ninguém mais quer. Esses tipos de organizações são essenciais para manter a integridade dos seres vivos a longo prazo.
Burrolândia: um refúgio para burros maltratados

Última atualização: 21 maio, 2021

Os burros são uma das espécies mais afetadas pelo especismo. Utilizados para trabalhos de campo, o abandono e o sacrifício colocaram essa espécie em perigo de extinção. Para evitar o declínio populacional, nasceu a Burrolândia, um refúgio que acolhe e dá uma nova vida a esses esquecidos equídeos.

Nas linhas a seguir, você poderá ler sobre o uso dos burros como ferramenta de trabalho e descobrir o que essa interação com o homem significou para a espécie. Além disso, você conhecerá em primeira mão o trabalho desse refúgio destinado a burros abandonados. Não perca!

Por que o burro é usado como animal de trabalho?

A sua robustez e a natureza da sua estrutura óssea tornam o asno (Equus africanus asinus), também conhecido popularmente como burro, jegue ou jumento, uma espécie susceptível de exploração pelo homem, uma vez que consegue puxar até 4 vezes o seu peso. Além disso, esses mamíferos são animais dóceis e sua teimosia costuma ser um sinal de medo, não de baixa inteligência.

O burro chegou ao México com a conquista espanhola e, com o avanço dos direitos dos nativos, esses animais se tornaram peças essenciais no desempenho das tarefas de campo.

No entanto, o progresso das técnicas agrícolas fez com que esses simpáticos equídeos se tornassem desnecessários para a maioria dos agricultores. Como você pode imaginar, esse acontecimento levou a milhares de abandonos e sacrifícios.

 

Alguns burros felizes.

Como nasceu a Burrolândia?

A Burrolândia México nasceu em 2006, graças à preocupação de uma associação civil para conservar e proteger o burro doméstico. Atualmente, esse santuário é o lar de cerca de 50 burros resgatados do abandono e dos maus-tratos.

É uma organização sem fins lucrativos, por isso é mantida graças a doações, ao turismo solidário e aos eventos que promove. A instalação ainda conta com um museu dedicado a essa espécie.

Esse espaço é único na América Latina e realiza importantes trabalhos de educação e conservação da espécie. Localizado em Otumba, hoje em dia você pode visitar tanto o museu quanto os animais, para conhecer as histórias de cada um de seus moradores – e até mesmo acariciá-los e cuidar deles.

Estado de conservação dos burros no México

O censo, realizado em 1991 no México, contou cerca de um milhão e meio de burros, mas hoje restam cerca de 300 000 exemplares. O declínio populacional nos últimos 30 anos foi alarmante.

Apesar de a espécie estar em risco de extinção, não há programas de conservação ou proteção em relação ao abandono e aos maus-tratos na maioria dos países que usaram burros para a agricultura, e até mesmo para consumo. Isso acontece porque eles são considerados como parte do rebanho ou como ferramentas.

Burrolândia não é o único refúgio para burros no mundo

Felizmente, a Burrolândia México não é o único santuário especializado em burros. Em outras partes do globo, os habitantes também estão comprometidos com a conservação dessa espécie. Se você quiser conhecer outros exemplos, confira a seguir:

  • Burrolândia, em Madrid: esse santuário dedica seus esforços aos mesmos fins que seu homônimo no México.
  • The Donkey Sanctuary: esse refúgio localizado no Reino Unido resgata e cuida de burros há 50 anos. Existem várias unidades e uma filial na Espanha, chamada Refugio del Burrito.
  • Aruba: localizado na ilha de Palm, no país que lhe dá seu nome, esse santuário está ativo desde 1996.

Em geral, em qualquer santuário dedicado a resgatar animais da exploração humana, você encontrará um espécime de burro entre seus refugiados. Porém, se esses equídeos são os seres vivos que mais chamam sua atenção, recomendamos que você procure um especialista nessa espécie.

Burrolândia é um lugar onde os burros podem se recuperar de seus traumas.

Os burros têm a reputação de serem teimosos, sujos e pouco inteligentes. No entanto, conhecê-los em um ambiente no qual são felizes revela sua verdadeira natureza: na verdade, são animais sociáveis, afetuosos, espertos e muito brincalhões. Se alguma vez você tiver a oportunidade de lidar com eles, não deixe passar, pois o seu olhar doce destruirá qualquer preconceito que se possa ter.


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