Câncer de estômago em cães: o que fazer se detectado?
Escrito e verificado por a bióloga Paloma de los Milagros
O câncer de estômago em cães é uma das doenças mais letais, tanto pela agressividade dos sintomas quanto pela falta de eficácia dos tratamentos. No entanto, identificar os sinais dessa condição em seus estágios iniciais pode prolongar a expectativa de vida dos animais afetados.
Apesar de ser uma das patologias mais graves, as estatísticas mostram que não é muito representativa no grupo das neoplasias caninas, menos de 0,5%. Mesmo assim, é aconselhável que os animais de estimação sigam um estilo de vida preventivo saudável, pois uma alimentação inadequada pode levar ao seu aparecimento.
O câncer de estômago em cães é mais comum entre as diferentes variedades de pastores-belgas, no boiadeiro de Flandres, no chow-chow, no akita ou no keeshond. O controle dessas raças deve ser mais exaustivo, principalmente se forem observados distúrbios gastrointestinais crônicos.
Tipos de câncer de estômago em cães
Embora existam diferentes variedades de câncer de estômago, todos eles têm uma sintomatologia e um prognóstico muito graves.
- Adenocarcinomas. São tumores que se originam nas membranas mucosas do trato digestivo e que podem se espalhar para outros órgãos. O estômago, o intestino delgado, o intestino grosso e o reto são as áreas mais afetadas. Costuma se manifestar em cães com mais de seis anos de idade, e sua gravidade torna muito difícil o tratamento.
- Leiomiossarcoma. Tumor de órgão específico com uma ou mais cavidades, como estômago, útero ou vias aéreas. Afeta especificamente as paredes: pode se espalhar para os gânglios linfáticos, o fígado, o baço ou os rins nos casos mais graves.
- Linfoma. O nome desse tumor se deve à sua ligação com os linfonodos e os linfócitos e, entre outros órgãos, pode afetar o estômago. Apresenta maior incidência em cães entre seis e nove anos, sendo o boxer, o são-bernardo ou o buldogue os mais propensos.
- Tumores de mastócitos. Os mastócitos são células pertencentes ao sistema imunológico e atuam nos processos de inflamação e resposta a alérgenos. Apesar de estarem presentes em quase todos os tecidos do corpo, estão altamente concentradas nas paredes do trato digestivo. Quando atingem o estômago, ocorre secreção excessiva de heparina e histamina com consequentes úlceras estomacais, além de outros problemas autoimunes.
Sintomas, diagnóstico e tratamento
O câncer de estômago em cães é caracterizado por sintomas de vômito, anorexia e perda de peso. Também podem ocorrer vômitos de sangue, expulsão de fezes escuras por causa da presença de sangue degradado, anemia, letargia, distensão abdominal e desconforto abdominal.
Em geral, os distúrbios associados aos tumores gastrointestinais tendem a coincidir com os da gastrite crônica, daí a complexidade do diagnóstico.
A correta determinação da doença geralmente ocorre quando ela já está altamente desenvolvida, o que dificulta o tratamento do animal. Exames de urina, sangue e fezes, assim como radiografias abdominais após ingestão de substâncias de contraste e ultrassonografia para detectar inflamações fazem parte do protocolo de identificação. Em casos de disseminação para outros órgãos, uma endoscopia também pode ser necessária.
Exceto em casos de linfoma, o tumor é removido na maioria das vezes. Uma vez praticada a extirpação, o veterinário orientará o tipo de dieta que melhor se adaptará ao grau de deterioração sofrido, depois avaliará a severidade da perda de peso.
Normalmente, é o baixo peso que leva ao enfraquecimento do sistema imunológico do animal, que, aliado à idade avançada, tende a antecipar o falecimento.
Embora a predisposição genética seja um dos fatores mais importantes no desenvolvimento da doença, a prevenção sempre tende a diminuir sua incidência. Portanto, seguir um estilo de vida adequado com dieta e exercícios necessários contribuirá para melhorar a qualidade e a expectativa de vida do cão.
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