5 curiosidades de animais que habitam a Antártica
Escrito e verificado por o biólogo Cesar Paul Gonzalez Gonzalez
A Antártica é um dos continentes mais frios, inexplorados e diversificados que conseguiu se manter como um mistério até agora. Essa região é capaz de abrigar uma diversidade de fauna que luta todos os dias por sua sobrevivência: devido ao ambiente que encaram, esses animais tiveram que desenvolver várias capacidades e adaptações para sobreviver.
A natureza sempre encontra uma maneira de sobreviver, apesar de ter tudo contra si. Junte-se a nós nas linhas a seguir para conhecer 5 curiosidades de animais que habitam a Antártica que vão te surpreender.
1. O animal mais importante na Antártica é o menor
O krill antártico (Euphausia superba) é um pequeno crustáceo de apenas 6 centímetros de comprimento. Sua aparência é semelhante à do camarão comum e costuma se alimentar do fitoplâncton que se desenvolve na superfície do mar. Por seu tamanho, é o banquete perfeito para muitas espécies de animais, como focas, pinguins e baleias.
Apesar de tão pequeno, esse invertebrado fornece muitos nutrientes e proteínas, que permitem a outros animais sobreviver em ambientes difíceis. Na Antártica, a dieta animal é composta de algumas proteínas e gorduras. Portanto, o ecossistema não poderia suportar o desaparecimento do krill, uma vez que afetaria severamente outras espécies.
2. No frio, os tamanhos importam
Os climas extremos causam mudanças profundas na biologia dos seres vivos, e a Antártica não é uma exceção. Para resistir ao frio, muitas espécies precisam apresentar corpos robustos e grandes, com o único objetivo de armazenar gordura.
Nessas espécies, a gordura serve como isolante, portanto, quanto mais tecido adiposo, melhor. Por esse motivo, uma grande ingestão alimentar também é fundamental na vida da maioria dos seres vivos da Antártica.
De qualquer forma, é surpreendente encontrar nesse ambiente animais de porte reduzido. Por exemplo, os pinguins-imperador (Aptenodytes forsteri) têm apenas 1,20 metros de altura. Comparado a um humano, é um animal bastante pequeno. No entanto, ainda é a maior espécie de pinguins.
Comparado aos pinguins tropicais – que medem entre 35 e 76 centímetros – o pinguim-imperador é quase 2 vezes maior. Em resumo, os seres vivos crescem de maneira mais geral em ambientes frios, mas suas imposições biológicas e sua herança genética também devem ser levadas em consideração.
3. Bonitos, mas perigosos
Apesar de parecer bastante amigável, a foca-leopardo (Hydrurga leptonyx) é uma das espécies mais perigosas da Antártica. É tão feroz que pode devorar até 20 pinguins em um único dia.
Sua dieta é tão variada que pode consumir krill, pequenas focas, aves, pinguins e vários tipos de peixes. Tudo isso é possível graças ao seu grande tamanho, já que esse mamífero mede entre 3 e 3,6 metros. Com essas medidas, é listado como a segunda maior foca da Antártica.
Essa foca tende a ser bastante agressiva e ataca com seus caninos afiados, por isso seu comportamento é solitário. A única maneira que essa foca encontrou para sobreviver foi consumindo tudo que pode, mas quem pode julgar? Na Antártica, a comida é o mais importante.
4. A foca olímpica
A medalha de ouro em resistência dessa vez vai para a foca-de-wendell (Leptonychotes weddellii). Ela é capaz de aguentar até 80 minutos dentro da água.
Embora seja difícil de acreditar, muitas das espécies que habitam a Antártica são mamíferos, o que significa que têm pulmões. Ou seja, toda vez que entram na água para nadar, caçar ou se mover, elas realmente precisam prender a respiração.
Apenas para comparação, os pinguins-imperador podem aguentar – em média – até 20 minutos debaixo d’água, enquanto a foca-de-wendell consegue aguentar até 4 vezes mais. Comparada ao Recorde Mundial do Guinness para humanos, de apenas 11 minutos e 54 segundos, fica claro que essa foca vence qualquer adversário.
E tem mais: além disso, a foca-de-wendell tem a capacidade de descer até 600 metros de profundidade. Contudo, nesse quesito não é páreo para baleias, cachalotes ou baleias-bicudas-de-cuvier, que ultrapassam os 1000 metros de profundidade, mas não esqueça que a foca mede muito menos.
5. A aparência também importa
Você provavelmente já se perguntou por que os pinguins andam de forma tão estranha ou por que as focas parecem mais um barril. A resposta é simples: as características físicas dos animais antárticos estão diretamente relacionadas ao próprio clima.
Se esses seres vivos tivessem mais área de superfície em suas extremidades – como pés mais longos ou nadadeiras mais grossas – a facilidade com que perderiam calor seria maior. Quanto maior a área do corpo exposta ao frio, mais rápido o calor do corpo é perdido.
O frio da Antártica era tão exigente que fazia com que as espécies se modificassem e se adaptassem ao clima. Desse modo, esses seres vivos são fisicamente barris de calor, enquanto nós ainda precisamos de roupas ou um bom abraço em climas frios.
Como você viu, as inclemências climáticas provocam pressões evolutivas muito características nos animais da Antártica. É de vital importância conhecê-los para preservá-los, pois são alguns dos seres vivos mais ameaçados pelas mudanças climáticas.
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