Crescimento excessivo dos pré-molares em um porquinho-da-índia
Escrito e verificado por a veterinária Érica Terrón González
Os porquinhos-da-índia (Cavia porcellus) apresentam problemas recorrentes de crescimento excessivo dos pré-molares em ambos os lados da mandíbula. Esses dentes crescem e fazem uma ponte sobre a língua, dificultando assim a ingestão de alimentos e, portanto, o dia a dia do animal.
A seguir, vamos falar mais sobre esse assunto tão interessante, para que você possa ter mais atenção com a saúde do seu animal de estimação e detectar quando é hora de ir ao veterinário para que os dentes sejam examinados.
Crescimento excessivo dos pré-molares em um porquinho-da-índia
Observações
Os problemas dentários em roedores são uma das patologias mais comuns em uma clínica veterinária de animais exóticos. E o crescimento dos pré-molares é tão rápido e desproporcional que o prognóstico geralmente é bastante ruim.
Sintomas
Primeiramente, percebe-se que o porquinho-da-índia tenta se aproximar do alimento e o cheira, mas não come. Ao mesmo tempo, ele faz um movimento muito característico com a boca, como se quisesse engolir e não conseguisse. Por causa desse problema, ele também baba continuamente e o seu hálito tem um cheiro azedo.
Ao examiná-lo, o animal muito provavelmente terá perdido peso e os seus ossos pélvicos estarão visíveis. Os cantos da boca estarão úmidos e ele ficará relutante ao exame da boca, porque essa manipulação lhe causa dor.
Se for esse o caso, o animal precisará ser sedado para que a cavidade oral possa ser examinada facilmente a fim de verificar se realmente há um crescimento excessivo dos pré-molares, uma vez que há outras possibilidades como:
- Abscesso dentário.
- Má oclusão dentária.
- Desvio da articulação temporomandibular.
Como um exame complementar, uma radiografia do crânio pode ser feita para determinar o diagnóstico e a causa do crescimento excessivo. Por exemplo, as radiografias oblíquas permitem que cada lado da cabeça seja analisado e que os ramos mandibulares direito e esquerdo sejam observados. Assim, o crescimento das raízes dos dentes afetados poderá ser visto.
Nas radiografias médio-laterais, é possível ver o crescimento excessivo dos pré-molares. E uma radiografia craniocaudal permitirá o estudo da articulação temporomandibular, em busca de alterações.
Diagnóstico
Uma vez confirmado o crescimento excessivo, o animal é diagnosticado com uma “doença dental adquirida” que causa má-oclusão e impede a ingestão de feno. Ao não se alimentar adequadamente, os dentes não se desgastam como deveriam e o problema se retroalimenta.
Tratamento para o crescimento excessivo dos pré-molares em um porquinho-da-índia
Para tratar o crescimento excessivo dos dentes em porquinhos-da-índia, o que pode ser feito é cortar e limar os dentes.
Primeiramente, o porquinho-da-índia é anestesiado, seguindo o protocolo do veterinário. O próximo passo será colocar um abridor de boca e um separador de bochechas, para ter fácil acesso à cavidade oral. Usando uma lima cirúrgica, as coroas dentárias serão abaixadas. E, por fim, os dentes serão aparados com pinças hemostáticas.
Em algumas ocasiões, abaixando corretamente as coroas dentárias, obtém-se uma melhor oclusão e, portanto, o desgaste normal dos dentes, retardando, assim, o reaparecimento do problema.
A melhor maneira de impedir que o crescimento excessivo aconteça novamente é corrigir a dieta do porquinho-da-índia. Os roedores são animais que ingerem grandes quantidades de vegetais fibrosos para que o movimento e a oclusão da boca sejam adequados. Isso é semelhante ao que acontece durante a mastigação dos ruminantes, triturando os vegetais e permitindo o desgaste adequado dos dentes.
O grande inconveniente é que muitos animais de estimação estão acostumados a comer alimentos que não são propícios à sua espécie, geralmente devido à ignorância ou teimosia dos seus donos.
O crescimento excessivo dos pré-molares é uma doença muito comum em porquinhos-da-índia que comem de tudo, menos o feno ou uma boa ração. Muitas vezes, é difícil fazer o dono entender que esses animais precisam de uma dieta mais equilibrada, na qual a ingestão de fibras seja a prioridade.
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- Valls Badía X, Vergués Bueno J. Casos clínicos de animales exóticos. Servet.
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