Três doenças mentais em gatos
Os transtornos comportamentais podem estar associados a doenças mentais. Esse fato é evidente para os seres humanos, mas os animais também podem desenvolver patologias que afetam seu estado físico e mental. Em gatos, as doenças mentais mais comuns são estresse, depressão e epilepsia.
Todas essas alterações têm origens e tratamentos diferentes. Se, como tutor de um gato, você suspeitar que o felino tem sintomas semelhantes, é necessário levá-lo ao veterinário ou consultar um especialista em comportamento felino.
A seguir, vamos apresentar as três doenças mentais mais comuns nos felinos domésticos.
1. Estresse em gatos
O estresse em gatos também pode prejudicar seriamente a saúde desses animais, pois afeta continuamente o sistema imunológico e pode até causar distúrbios alimentares, alopecia e comportamentos bizarros.
Um gato estressado pode se tornar agressivo e apresentar comportamentos compulsivos e repetitivos, como estereotipias. Outros sinais claros de estresse são:
- Não usar a caixa de areia.
- Marcar os móveis da casa, tanto com urina quanto com as unhas.
- Mostrar hiperatividade.
- Miar excessivamente.
- Aumento ou diminuição do cuidado próprio. Lambidas excessivas podem causar manchas calvas na pele, o que é conhecido como alopecia psicogênica. Uma grande ingestão de pelo também pode afetar o sistema digestivo.
Algumas causas comuns de estresse podem ser mudanças no espaço ou na rotina, a chegada de outros animais em casa ou a falta de estímulos suficientes, devido a um pobre enriquecimento ambiental.
Para tratar um gato estressado, você pode facilitar a adaptação a novas mudanças com a ajuda de feromônios.
Além disso, você também pode evitar esse sentimento fazendo uma boa apresentação se novos membros forem incorporados à família ou melhorando seu enriquecimento ambiental com novos locais de descanso, brinquedos, postes para arranhar, janelas (sempre fechadas) onde ele possa olhar para fora, etc.
O estresse pode não se enquadrar na categoria de doença mental em gatos, mas é certamente um dos principais desencadeadores de transtornos físicos e mentais.
2. Depressão em gatos
A depressão é uma doença felina comum e muitas vezes passa despercebida. Os gatos são animais muito sensíveis, e qualquer mudança pode afetar sua vida mais do que pensamos.
Os sintomas de depressão em felinos podem ser camuflados com os hábitos de um gato calmo, mas não devemos minimizá-los, pois a depressão pode afetar sua saúde. Alguns sinais dessa patologia são os seguintes:
- Dorme mais horas do que o normal.
- Apatia. O animal perde o interesse pelo ambiente, não interage com seus objetos nem com outros animais ou pessoas.
- Para de se limpar.
- Não usa a caixa de areia.
- Mostra-se esquivo ou irritado quando tentamos nos relacionar com ele.
A falta de liberdade – principalmente se for um gato acostumado a sair – uma mudança de casa, ficar muito tempo sozinho, a perda de um membro da família (seja uma pessoa ou outro animal de estimação), o desenvolvimento de uma doença, a falta de estímulos ou uma dieta pobre são alguns dos motivos que podem desencadear a depressão em gatos.
Consulte o veterinário se achar que esse é o caso do seu felino e nunca administre qualquer medicação por conta própria. O estresse e a depressão podem ser tratados em muitos casos por meio de um cuidado especial com o entorno do animal.
3. Doenças mentais: epilepsia em gatos
A epilepsia é um distúrbio neurológico que produz episódios convulsivos transitórios. As crises nem sempre são sinônimos de epilepsia, pois também podem surgir devido a doenças endócrinas, metabólicas, cardiovasculares ou dores agudas.
Só falamos em epilepsia quando as crises são de origem intracraniana. Assim que o veterinário confirma a epilepsia no felino, ele tenta descobrir os desencadeadores das crises ou se, pelo contrário, trata-se de uma epilepsia idiopática, ou seja, sem causas conhecidas.
Nos gatos, apenas entre 15 e 25% são casos de epilepsia idiopática. Por isso, qualquer tipo de patologia que possa produzir epilepsia de causa orgânica é muito importante:
- Vírus da Leucemia Infecciosa Felina (FeLV).
- Vírus da Imunodeficiência Felina (FiV).
- Toxoplasmose.
- Tumores.
- Malformações.
A epilepsia idiopática costuma aparecer em gatos entre um e três anos de idade e os animais geralmente não apresentam anormalidades entre as crises. Dessa forma, eliminando as convulsões, é difícil apresentar sintomas na consulta veterinária.
Além disso, por serem movimentos tão repentinos e exagerados, os responsáveis pelos gatos epilépticos tendem a não serem muito objetivos ao descrever o que aconteceu com seu animal de estimação. Os ataques costumam ser curtos, não duram mais de um minuto e, quando terminam, o animal parece completamente recuperado e costuma ir diretamente ao seu comedouro.
Se você já testemunhou uma convulsão epiléptica ou se o seu gato teve convulsões, mesmo que apenas uma vez, você deve ir ao veterinário para ele realizar um exame neurológico no seu animal de estimação.
A epilepsia pode ser tratada com medicamentos (não chega a ser curada), mas o tratamento reduz a frequência das crises e proporciona uma melhor qualidade de vida ao animal.
Como você viu, os gatos podem sofrer de doenças mentais, na maioria dos casos desencadeadas pelo estresse. Os sintomas nesses casos são muito semelhantes e você deve prestar atenção a eles antes que o problema piore.
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- Affinity petcare. Síntomas de un gato estresado: cómo detectarlo y tratarlo.
- Affinity petcare. Mi gato está triste ¿tiene depresión?
- GEMFE. Epilepsia idiopática en gatos.
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