2 em cada 10 espécies podem desaparecer até 2100
Escrito e verificado por o biólogo Cesar Paul Gonzalez Gonzalez
O planeta Terra sofreu várias extinções em massa ao longo de sua história. Como o próprio nome diz, esses fenômenos são caracterizados por causar o desaparecimento de muitas espécies no mundo. Portanto, altera o equilíbrio do ecossistema e modifica o meio ambiente. Estudos recentes indicam que um cenário semelhante será vivenciado em 2100, já que cerca de 20% das espécies poderão desaparecer.
Embora seja verdade que as extinções em massa são eventos biológicos naturais, foi demonstrado que as atividades humanas podem acelerar o processo. É por isso que a poluição, a emissão de gases na atmosfera, a destruição dos ecossistemas e a alteração do uso do solo são consideradas algumas das principais causas. Continue a leitura e descubra mais sobre o assunto.
O que é uma extinção em massa?
A extinção em massa é considerada a perda repentina de um grande número de seres vivos, cerca de 30% da diversidade mundial. Essa mudança repentina na estabilidade do ecossistema afeta o clima e o meio ambiente, de modo que as condições ambientais se tornam mais extremas e agressivas para o restante das espécies.
A extinção em massa não afeta apenas plantas e animais, mas também diferentes microrganismos que vivem tanto nas massas continentais quanto no fundo do oceano. Em suma, é um evento devastador a nível global que envolve várias alterações profundas na natureza.
Normalmente, as extinções em massa ocorrem em um período de tempo relativamente curto (de milhares a milhões de anos) se a escala de tempo geológico for tomada como referência. Essa é a razão pela qual a maioria dos seres vivos não são capazes de se adaptar e perecem rapidamente.
O que causa as extinções em massa?
Extinções em massa são causadas por muitos fatores diferentes. Na verdade, nem sempre são iguais, pois cada cenário apresenta circunstâncias próprias que promovem o desaparecimento da espécie. Entre os agentes causadores conhecidos dessas catástrofes estão os seguintes:
- Mudanças climáticas.
- Mudanças no nível ou nas condições dos mares.
- Superpopulação de algumas espécies.
- Impactos de asteroides ou cometas.
- Erupções vulcânicas.
- Mudanças no campo magnético da Terra.
- Excesso de radiação do espaço sideral (devido a supernovas).
- Impacto das atividades humanas (emissões de gases, poluição, etc.).
Quantas extinções em massa aconteceram no planeta?
Embora ainda haja muito debate sobre isso, a maioria dos especialistas concorda que a Terra passou por 5 grandes extinções em massa no passado. Cada uma delas é mostrada a seguir:
- Extinção Tardia do Ordoviciano (440-450 milhões de anos atrás): desaparecimento de cerca de 100 famílias de invertebrados marinhos.
- Extinção do Devoniano Superior (há 372 milhões de anos): desapareceram muitas espécies marinhas pertencentes a grupos como Eurypterida, Ostracoda, Asteroidea, Crinoidea, entre outros.
- Extinção Permiano-Triássica (há 250 milhões de anos): estima-se a perda de 90% das espécies marinhas e de quase 70% das espécies terrestres.
- Extinção do Triássico Superior (há quase 200 milhões de anos): desaparecem cerca de 20% das famílias taxonômicas que viviam no mar. Da mesma forma, várias espécies de grandes anfíbios desapareceram.
- Extinção do Cretáceo-Terciário (65 ou 66 milhões de anos atrás): mais conhecida pela extinção de espécies emblemáticas de répteis (dinossauros).
O início da sexta extinção em massa
Muitos especialistas sugerem que o recente desaparecimento de espécies em todo o mundo significa o início de uma sexta extinção em massa. As alterações climáticas, juntamente com a poluição, a agricultura, a pecuária e a invasão de espécies exóticas, parecem ser os principais culpados por isso. No entanto, é possível que existam outros agentes causadores ainda desconhecidos.
Além do mais, alguns cientistas realizaram várias simulações da Terra para prever o que acontecerá com a flora e a fauna no futuro. Embora os resultados variem um pouco, todos concordam que grande parte das espécies pode desaparecer até o final deste século.
Mais de 10% das espécies podem desaparecer até 2050
De acordo com um estudo recente publicado na revista Science Advances, se as condições ambientais atuais continuarem, espera-se que até 2050 entre 6 e 10% da diversidade biológica seja perdida. Seguindo essa mesma tendência, até 2100 estima-se que entre 13 e 27% das espécies atuais serão perdidas.
Visto de outra forma, uma em cada 10 espécies poderia desaparecer em 2050, enquanto até 2100 desapareceriam duas em cada 10. Claro, essa é apenas uma simulação que leva em conta parte dos fatores que levam à extinção em massa, pois é possível que o futuro seja pior.
A extinção em massa pode ser evitada?
Depois de conhecer o destino cruel que aguarda vários dos animais e plantas que existem no mundo, é normal pensar em querer evitá-lo. No entanto, isso não é totalmente possível, pois a extinção das espécies já começou e avança a passos largos. A única maneira de salvá-las é por meio de mudanças globais drásticas e imediatas, impossíveis de serem alcançadas.
Embora a extinção em massa não possa ser evitada, ainda é plausível reduzir a gravidade de seu impacto. Para isso, é crucial apostar em atividades de restauração e proteção ambiental, além de incentivar a regulamentação da exploração do meio natural.
Embora o exposto acima pareça simples, a tarefa é complexa e requer a cooperação de cidadãos, governo e cientistas. Nem tudo está perdido, ainda há esperança de resgatar vários animais e plantas da extinção. Porém, para isso será necessário mudar muitos hábitos, pensamentos e confortos do ser humano.
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