Fauna extinta: o leão-das-cavernas
Escrito e verificado por o veterinário Eugenio Fernández Suárez
Houve uma época em que os leões espreitavam nas montanhas de Burgos e outros territórios europeus. O temido e admirado leão-das-cavernas foi um dos últimos grandes predadores da megafauna que atravessaram essas terras.
O leão-das-cavernas foi descoberto em 1810 em uma caverna na Alemanha, e desde então tem havido muita especulação sobre a sua biologia.
Assim como outros animais, como várias espécies de cavalos pré-históricos, o leão-das-cavernas chegou ao nosso conhecimento graças aos restos fósseis e pinturas rupestres.
Características do leão-das-cavernas
Graças a ambas as descobertas, podemos saber um pouco mais sobre a aparência desse predador: o leão-das-cavernas era maior do que os atuais leões africanos e podia exceder o peso de um tigre siberiano adulto. Portanto, provavelmente pesava 350 kg sem nenhuma dificuldade.
Alguns desenhos de arte rupestre são especialmente reveladores: na caverna de Chauvet, na França, aparecem dois leões: um com escroto e outro sem.
O segundo é menor do que o primeiro, e essa é a única diferença, então os machos provavelmente eram maiores que as fêmeas. Eles não tinham juba, embora talvez tivessem uma camada leve de pelos longos, como os filhotes machos do leão africano.
Quanto à sua cor, os restos de animais congelados mostraram que tinham um pelo semelhante ao do leão africano, mas é provável que fosse um pouco mais pálido, embora possa haver variações diferentes na cor.
Comportamento do leão-das-cavernas
Com relação à alimentação desses grandes predadores, sabemos que eles poderiam ter como presas os bisões, cavalos, renas ou cervídeos, embora também atacassem rinocerontes e filhotes de mamutes.
Associamos todos estes animais a um clima frio e com grandes quantidades de neve, mas eles poderiam coexistir com outros animais, como as hienas na Europa. Isso ocorreria de forma semelhante ao que acontece com os atuais leões africanos, que competem com este predador.
Este animal esplêndido viveu até não muito tempo atrás, e os últimos restos deste felino datam de 13.000 anos. Sua distribuição pode ser comprovada pelos seus restos mortais, que foram encontrados desde a Península Ibérica até o Alasca.
O desaparecimento
Existem muitas teorias sobre o desaparecimento do leão-das-cavernas e sobre por que ele não sobreviveu até hoje.
Parece razoável pensar que, após o desaparecimento das suas presas, assim como aconteceu com os últimos mamutes, sua extinção fosse provável. No entanto, o leão-das-cavernas desapareceu antes desses animais.
Quanto a outros casos de extinção do Pleistoceno, alguns falam em mudança climática. No entanto, outros fatores provavelmente tiveram influência, já que muitas espécies foram extintas nesses períodos sem necessariamente coincidir com as mudanças climáticas.
Uma hipótese popular é de que o seu desaparecimento foi comprometido pela competição com outras espécies. A expansão do ser humano também coincide com a do lobo, e há registros de seres humanos caçando o leão-das-cavernas ou pelo menos consumindo-o, como em Atapuerca.
O que está claro é que, embora não saibamos o motivo, esse leão está extinto.
Mesmo assim, esse felino não apenas influenciou a cultura africana e asiática, mas também as primeiras culturas europeias, que temiam esse animal enorme e o erigiram como um dos símbolos mais representados e venerados da pré-história.
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Stuart, A. J., & Lister, A. M. (2011). Extinction chronology of the cave lion Panthera spelaea. Quaternary Science Reviews, 30(17-18), 2329-2340.
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