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Homem testa em si mesmo uma coleira elétrica de adestramento

4 minutos
Muitas vezes, cães que latem com uma coleira elétrica de adestramento são punidos. Então, um homem quis experimentar o que os cães sentiam, você quer saber o que ele descobriu?
Homem testa em si mesmo uma coleira elétrica de adestramento
Laura Huelin

Escrito e verificado por a treinadora de cachorros Laura Huelin

Última atualização: 19 outubro, 2022

Uma coleira elétrica de adestramento (ou coleira antilatidos) é geralmente recomendada para cães que latem muito. Antes de colocá-la em seu cachorro, um homem decidiu experimentar em si mesmo para saber o que o cão sentiria.

Um homem testou em si mesmo uma coleira elétrica de adestramento

WoodysGamertag é o canal do Youtube de Woody, que criou um canal sobre videogame, mas que começou a diversificar os vídeos com o tempo. 

Atualmente, a maior parte de seu conteúdo é baseado em vlogs falando sobre sua vida cotidiana, de sua esposa e sua casa.

“Eu tenho um filhote de dogue alemão”, diz ele na introdução do vídeo. “Ele tem 9 ou 10 meses de idade, mas não sabe o quanto é barulhento. Ele late muito”. 

Para resolver esse problema de comportamento, ele comprou uma coleira elétrica de adestramento. Ou seja, uma coleira elétrica que é ativada não com um comando, como a normal, mas com as vibrações da garganta do cachorro.

Woody, antes de colocar a coleira em seu cachorro, decidiu experimentar em si mesmo, para saber em primeira mão o que aconteceria.

Então ele se sentou em uma cadeira com a coleira e tentou imitar o latido de seu cachorro. Logo, a coleira é ativada, e começa a dar choques elétricos.

Com cada latido, as descargas elétricas afetam todo o corpo. Seus braços se contraem, seus pés batem no chão e ele faz uma careta involuntariamente com o rosto

Woody aguenta apenas um minuto com a coleira antes de tirá-la e decidir que “não vai mais latir”.

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Problemas de saúde nos cães devido ao uso de coleiras elétricas

Woody decidiu tirar a coleira quando mal tinha se passado um minuto desde que ele a tinha colocado e, até então, tinha recebido quatro ou cinco descargas.

Seu cão, se você utiliza algo assim, não poderá tomar essa decisão. Ao invés, ele terá que relacionar seu próprio latido com a dor que sente por todo o corpo, o que nem todos os cães conseguem fazer.

As consequências de um cão usar uma coleira elétrica de adestramento seriam mais graves do que as sofridas por seu proprietário. 

Por um lado, porque demoraria mais tempo, por isso, ele teria que suportar muitas descargas elétricas. Por outro lado, porque o dano causado pela eletricidade depende da massa que absorve aquela eletricidade: quanto menor o corpo, mais dano ela causa.

Ou seja, Woody é um homem adulto cuja massa corporal pode estar entre 80 e 90 quilos. Seu filhote de Dogue alemão, apesar de ser um cachorro grande, ainda não chega a 40 quilos.

Seu proprietário sente metade da descarga que o cão sente quando usa a coleira.

Alguns estudos

Foi provado em diferentes estudos que os efeitos das coleiras elétricas, sejam elas ativadas por controle ou automaticamente, são desastrosos.

Os choques elétricos não causam apenas espasmos nos músculos de todo o corpo. Eles também afetam as glândulas secretoras de hormônios – como a tireoide – que estão localizadas no pescoço.

Os choques também podem:

  • Afetar o sistema imunológico
  • Ativar desnecessariamente e repetidamente o mecanismo de estresse
  • Dificultar a segregação da serotonina, o hormônio que dá uma sensação de bem-estar e tranquilidade
  • Aumentar a pressão ocular e causar problemas oculares irreversíveis

Isso no nível físico. As consequências psicológicas são igualmente numerosas: aumenta o estresse, a confusão e diminui a confiança do cão em si mesmo, em sua família e na casa em que ele vive.

Novos medos se desenvolvem. Esse estado de nervosismo faz com que, paradoxalmente, os cães latam mais, em vez de menos.

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Soluções eficazes na educação canina

“As pessoas estão me perguntando se a coleira antilatido funciona. Não funcionou”, acrescenta Woody na descrição do vídeo. “Não houve mudanças em seu comportamento.”

No entanto, ele explica que encontrou uma solução para seu problema, e que não foi uma coleira elétrica de adestramento: “Contratamos um educador canino e descobrimos que ele precisava se socializar mais. Nós o levamos para uma creche de cães uma vez por semana. Nós também começamos a levá-lo mais para uma caminhada”.

Woody encerra a questão com a seguinte frase: “Essas decisões foram muito mais eficazes do que a coleira”. Esse homem nos deu a chave da solução de seu problema: os problemas de comportamento dos cães não podem ser resolvidos eliminando apenas os sintomas, neste caso, o latido.

Quando um cão apresenta problemas comportamentais, seja latindo ou se comportando de forma destrutiva, e até mesmo agressiva, é porque existe outro problema latente.

O comportamento que não gostamos é apenas um sintoma. Para ser capaz de resolvê-lo, temos que chegar ao fundo do seu desconforto, porque ao atacar os sintomas não se obtêm nenhuma melhora.

O vídeo do canal WoodysGamertag pode ser visto na plataforma do YouTube, em inglês, juntamente com seus outros vídeos.

A coleira elétrica de adestramento não ajudou no problema que seu filhote tinha: mas um educador, que entendia as necessidades de seu cão, sim!

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.