Idosos e cães: uma simbiose comprovada
Escrito e verificado por o biólogo Samuel Sanchez
Todos sabemos que um cachorro alegra a casa, independentemente da idade dos donos. Esses animais são cheios de energia, leais, carinhosos e têm um alto nível de interação, o que os torna ideais para aliviar os momentos de solidão.
Mesmo assim, poucos de nós se aventuram a ler sobre as evidências científicas que confirmam os benefícios de ter um cachorro em nossas vidas. Essa interação se torna ainda mais essencial para os idosos. Então, aqui vamos mostrar os benefícios para uma pessoa idosa de ter um cachorro.
Vamos adotar uma abordagem um pouco incomum, pois, em vez de apenas listar os pontos positivos dessa simbiose, escolhemos vários estudos que comprovam de forma objetiva como é positivo que os idosos tenham um cachorro em suas vidas.
Um estudo longitudinal
Esse primeiro estudo que vamos apresentar investiga as relações entre a condição física de pessoas de idade avançada e a presença de um animal de estimação na sua rotina diária:
- Foi formado um grupo de estudo de mais de 1.000 pessoas com mais de 65 anos, independentemente de terem ou não um cachorro.
- Foi realizado um questionário por telefone com cada uma delas, incluindo perguntas tanto sobre dados demográficos quanto sobre comportamento diário. Também foi feita uma escala de Atividades Diárias de Vida (ADL) que incluía ações como subir escadas, caminhar certas distâncias, fazer exercícios vigorosos, agachar e assumir certas posturas, entre outras. Por fim, o bem-estar fisiológico dos indivíduos foi quantificado com base em várias questões.
- Todos esses idosos foram acompanhados durante um ano.
Os resultados são esclarecedores: a presença de um cachorro ou gato em casa aumentou significativamente o valor de ADL dos idosos em geral.
É sabido pela comunidade científica que a manutenção de um estilo de vida ativo reduz as chances de quedas e fraturas, além de desacelerar o processo de desgaste ósseo e muscular associado à idade. Os donos de cães saem para levá-los para passear e fazer exercício, além de brincar e interagir com eles em diferentes níveis. Embora possa parecer pouco, esse pequeno espaço de exercícios diários pode trazer grandes benefícios para os idosos.
Assistência canina para pessoas com demência
Esse segundo estudo, publicado em 2008, tenta investigar a relação entre a terapia animal e o desenvolvimento de demência em idosos:
- Foi observado um grupo aleatório de 54 pacientes idosos com demência. Metade recebeu tratamento normal e a outra metade uma combinação de tratamento normal e Terapia Assistida por Animais (TAA) 10 vezes por semana.
- Um grupo de avaliação registrou o progresso de todos os pacientes após 10 semanas de tratamento. Entre as variáveis quantificadas, foram observados comprometimentos cognitivos, a presença de estados de agitação/agressão e a depressão associada à demência.
No grupo controle, submetido apenas ao tratamento normal, as variáveis descritas acima aumentaram consideravelmente no final do período de acompanhamento. No grupo tratado com terapia assistida por animais, os sintomas se mantiveram constantes e não foi observada uma piora nos idosos com demência ao longo do tempo.
Temos que estar cientes de que não existem tratamentos mágicos para esse tipo de patologia. O fato de os afetados manterem variáveis constantes graças à atenção animal já é um grande avanço. E esses resultados demonstram que a terapia animal pode retardar os sintomas de degeneração neuropsiquiátrica em idosos.
Vários estudos, uma única ideia
Existem inúmeros outros estudos como esses expostos acima. Por exemplo, outra pesquisa realizada em 2014 mostra que, em média, pessoas idosas que têm cães fazem 12% mais exercício do que aqueles que não têm um animal desses em suas vidas.
A interação entre a pessoa idosa e o animal não proporciona apenas benefícios físicos. Assim como os cães, nós também somos animais sociais e precisamos de companhia, mesmo que seja de seres de outra espécie.
Em muitos casos, os idosos ficam afastados dessa sociedade que está avançando muito rápido e que não tem tempo para parar e dialogar. Os cães são leais, fiéis, atenciosos e, acima de tudo, sabem entender as emoções humanas e reagir de acordo com elas.
Assim, existem múltiplas evidências científicas que apoiam a crença de que os cães são companheiros perfeitos para aliviar os sintomas derivados do isolamento, de doenças neurodegenerativas e da atrofia física, entre outros. Se você achou este artigo interessante, recomendamos que você procure mais sobre esse tópico fascinante de forma autônoma, pois existem muitos estudos científicos que abordam essas ideias.
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Influence of Companion Animals on the Physical and Psychological Health of Older People: An Analysis of a One‐Year Longitudinal Study, Journal of the american geriatrics society. Recogido a 1 de mayo en https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1111/j.1532-5415.1999.tb02996.x.
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Animal-Assisted Therapy and Agitation and Depression in Nursing Home Residents with Dementia: A Matched Case–Control Trial, ScienceDirect. Recogido a 1 de mayo en https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1064748113001784.
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Dog ownership and physical activity in later life: A cross-sectional observational study, ScienceDirect. Recogido a 1 de mayo en https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0091743514002047.
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