Logo image
Logo image

A interação social dos gatos: quatro fatos para entendê-la

4 minutos
Compreender os modos de interação social dos gatos não é uma tarefa simples, isso acontece pois muitos de seus indicativos emocionais são quase imperceptíveis aos humanos.
A interação social dos gatos: quatro fatos para entendê-la
Luz Eduviges Thomas-Romero

Escrito e verificado por a bioquímica Luz Eduviges Thomas-Romero

Última atualização: 21 dezembro, 2022

Na Europa, o número de pessoas que possuem gatos como animais de estimação excede o número de pessoas que têm cães. Muitas vezes, a acentuada convivência com humanos gera o desafio de entender os felinos. Existe uma noção entre os especialistas de que a interação social dos gatos com os humanos é diferente daquela com os cães.

Apesar disso, de acordo com várias pesquisas, os tutores de gatos consideram que os laços emocionais com seu animal de estimação são comparáveis ​​aos valores correspondentes dos cães. Ainda assim, explicar o comportamento felino é um desafio para muitos tutores. E eles não estão sozinhos.

Os especialistas em comportamento animal também estão cientes do quanto ainda precisamos saber em relação a esse assunto. Por isso, se você é tutor de um gato, ficará interessado em ler sobre quatro dicas para interpretar a sociabilidade nos felinos.

1. Gatos e cães respondem de forma semelhante a algumas tarefas

Em primeiro lugar, é importante reconhecer que existe uma diferença no processo de domesticação pelo qual os cães e os gatos passaram. Fica claro que os gatos não foram selecionados para realizar diferentes tarefas, ao passo que isso aconteceu na domesticação canina.

Apesar disso, a necessidade de uma convivência fluida com os humanos pode ter sido uma pressão seletiva forte o suficiente para influenciar algumas habilidades felinas. Apoiando essa ideia, vários estudos científicos relatam desempenho semelhante em gatos e cães ao realizar diversas tarefas.

A semelhança foi relatada, por exemplo, ao escolher entre dois objetos que escondem uma recompensa após a indicação de uma pessoa. Isso foi observado seja apontando para um objeto ou seguindo o olhar humano.

Também foi relatado que gatos e cães confiam na reação de seus tutores quando estão diante de objetos desconhecidos.

Estudos indicam que algumas das habilidades sociocognitivas dos gatos podem ser análogas às observadas nos cães.

Some figure

2. O estímulo preferido dos felinos é a interação social com humanos

Em 2017, pesquisadores americanos realizaram um estudo em que três estímulos de quatro categorias foram apresentados a gatos adultos de duas populações: animais de estimação e de abrigo. As quatro categorias foram interação social humana, comida, brinquedos e aromas.

  • Embora tenha havido uma clara variabilidade individual na preferência dos gatos, a interação social com os humanos foi a categoria de estímulo preferida para a maioria deles (50%).
  • Em segundo lugar, ficou o estímulo da alimentação (37%).

O relatório indica que os resultados foram semelhantes para gatos que viviam como animais de estimação e para aqueles que viviam em abrigos.

3. Os gatos ajustam seu comportamento à qualidade da interação social que a pessoa proporciona

Deve-se destacar que foi demonstrado que várias espécies, incluindo cães, porcos, gralhas e vários primatas percebem o grau de atenção humana. Assim, esses animais diferenciam e modificam seu comportamento em resposta a humanos atentos e desatentos.

Em 2016, foi relatado que os gatos imploravam por comida com mais intensidade e por mais tempo para humanos atentos que fornecem pistas visuais e auditivas. Outro estudo destacou que os gatos esfregavam a cabeça e brincavam mais com humanos desconhecidos que são atentos e interativos do que com humanos desconhecidos e passivos.

Uma pesquisa recente examinou a influência do estado de atenção humana (desatento ou atento) em dois grupos de gatos (animal de estimação e de abrigo). O estudo avaliava a busca de proximidade e o comportamento de contato em resposta ao seu próprio tutor ou a uma pessoa desconhecida.

Esse experimento demonstrou que ambos os grupos de gatos passaram significativamente mais tempo em proximidade e contato com o humano atento.

Portanto, essas descobertas demonstram que os gatos são sensíveis aos sinais sociais humanos e tendem a ser mais sociais quando apresentados a um ser humano atento. Além disso, os gatos domésticos não demonstram preferência pelo tutor, mas sim pela atenção recebida.

4. A interação social felina é sensível às emoções e ao humor dos humanos

Segundo diversos estudos, o comportamento do gato é influenciado pelo humor do humano. Por exemplo, os gatos se aproximavam de tutores deprimidos com menos frequência, em comparação com tutores otimistas e extrovertidos.

Nesse sentido, sabe-se que os gatos agem fortemente obedecendo aos seus instintos. Assim, é possível que essa menor interação social responda a uma ameaça percebida no ambiente. Essa ameaça pode ser gerada pelo humor do tutor ou por mera desconfiança.

Ocasionalmente, na vida cotidiana, seus motivos de aparente apatia podem ser tão simples quanto o tédio. Se os tutores abusarem do uso de um petisco ou de um determinado brinquedo, é possível que o efeito seja diluído e deixe de ser especial.

Nessas circunstâncias, será necessário encontrar novos estímulos que reforcem a interação social com o gato.

Some figure

Nota final

Pesquisas futuras irão melhorar a compreensão dos fatores que influenciam a capacidade do gato para detectar sinais humanos, incluindo vínculos emocionais ou estados de atenção.

Esses sentidos felinos podem ter ajudado os gatos a obterem recursos vitais dos humanos, incluindo comida, abrigo e atenção social. Sem dúvida, o desenvolvimento dessas adaptações felinas tem importância na evolução do comportamento social e nas relações entre as espécies.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.



Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.