A mágica e o abuso de animais
Escrito e verificado por o biotecnólogo Alejandro Rodríguez
Todos nós já vimos um coelho saindo de uma cartola ou um show de circo com grandes elefantes e tigres. Mas será que realmente sabemos se as condições de vida desses animais são adequadas? Hoje, vamos falar sobre mágica e abuso de animais.
A ética na mágica com animais
A mágica é, sem dúvida, algo que se baseia na ilusão para nos fazer ver coisas que parecem impossíveis. Coelhos saindo de cartolas, pombos que aparecem de surpresa e outros truques que encantam, principalmente, os mais jovens.
Mas cada vez mais pessoas estão se perguntando sobre a parte ‘não mágica’ desses espetáculos: de onde veio esse pombo ou coelho que não estava ali antes?
Quando falamos de mágica e abuso de animais, isso também inclui o treinamento e ensaios aos quais os animais estão sujeitos. Em muitas ocasiões, a repetição excessiva dos truques influencia de maneira muito negativa o animal, que pode agir automaticamente e sem vontade própria. Em alguns casos, pode até levar à morte.
Embora seja verdade que muitos profissionais da mágica afirmem tratar seus animais com o maior cuidado possível, às vezes isso não é o suficiente.
Portanto, é de vital importância adquirir um compromisso ético com os animais. Isso inclui tanto os profissionais quanto os espectadores, já que é possível desfrutar tanto ou até mais da mágica se a fizermos sem os animais.
A mágica e o abuso de animais em circos
Todos já fomos ao circo ao menos uma vez e curtimos sua magia em maior ou menor grau. Quando crianças, talvez não pudéssemos entender o sofrimento ao qual os ursos, elefantes ou leões que víamos sob a tenda de um circo eram submetidos.
Durante o show, podemos não perceber, mas existem inúmeras razões pelas quais um animal pode ser maltratado em um circo:
- O animal está longe do seu habitat natural.
- Não possui as condições de vida necessárias.
- Sua dieta não é adequada ou insuficiente.
- Os animais são forçados a fazer exercícios ou repetir rotinas.
- Em muitas ocasiões, recebem um tratamento abusivo.
Existem numerosos casos de organizações de circo que já foram denunciadas por abuso de animais. Por exemplo, em 2018, a Federação das Associações de Proteção Animal de Granada (Fegrapa), na Espanha, denunciou a situação de vários animais em um circo.
Além da situação insalubre na qual encontraram várias espécies, incluindo um hipopótamo exposto ao sol e sem água, também descobriram que os responsáveis não tinham as permissões necessárias. Esse tipo de situação, na qual nem a saúde nem as condições administrativas dos animais são respeitadas, tem sido denunciada nos últimos anos.
Qual é a solução?
É evidente que reverter a situação e evitar o abuso de animais passa por várias soluções. Como já mencionamos, abrir mão dos animais em shows de mágica é uma opção.
No caso dos circos, as alternativas são variadas. Um bom exemplo pode ser encontrado na Alemanha, onde uma organização de circo decidiu usar hologramas 3D de animais, com os quais obtém um resultado espetacular e evita que mais animais sofram.
Apesar dessas iniciativas, ainda há muito a ser feito. Mas é evidente que é possível se divertir com a mágica e o circo sem que nenhum animal tenha que sofrer.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Solé, M. G. (2010). El delito de maltrato a los animales. El maltrato legislativo a su protección. Revista de bioética y derecho, (18), 36-43.
- Shani, A., & Pizam, A. (2008). Towards an ethical framework for animal-based attractions. International Journal of Contemporary Hospitality Management, 20(6), 679-693.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.