Milhares de esquilos-voadores vítimas do tráfico ilegal na Flórida
Escrito e verificado por a bióloga Ana Díaz Maqueda
O esquilo-voador-do-norte (Glaucomys sabrinus) não é uma espécie incluída na convenção CITES – um tratado para a conservação de espécies ameaçadas e para a proibição da sua comercialização – e o seu status de conservação é “pouco preocupante”, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).
No entanto, esse animal é protegido por leis estaduais nos Estados Unidos da América. Graças a isso, uma rede que traficava milhares de esquilos-voadores na Flórida pôde ser desmantelada.
Essa espécie está distribuída ao longo de uma grande região da América do Norte, incluindo o Alasca e o Canadá. Durante vários anos, um grupo de pessoas traficou esses animais, que eram extraídos da natureza e enviados para outras regiões do mundo, como a Ásia. Como era o modus operandi dessa quadrilha? Como os policiais conseguiram detê-la? Vamos te contar tudo aqui.
O tráfico ilegal de esquilos-voadores na Flórida
Os caçadores furtivos conseguiram capturar mais de 3600 esquilos-voadores vivos durante um período de três anos. Isso deve ter resultado em um lucro de mais de um milhão de dólares para os traficantes.
Em vários condados da Flórida, os detidos haviam colocado até 10 000 armadilhas para capturar os animais vivos. Depois disso, eles eram vendidos para um negociante de animais silvestres em Bushnell, na Flórida. Essa pessoa se encarregava da “lavagem” inicial, ou seja, da falsificação dos primeiros documentos para fazer parecer que os animais haviam sido criados em cativeiro.
Depois da primeira falsificação para poder transportar os esquilos pelo país, clientes da Coreia do Sul iam aos Estados Unidos para comprá-los e levá-los para a Ásia.
Os esquilos eram transportados para Chicago em carros alugados. Lá, a origem ilegal dos esquilos era ainda mais camuflada e depois eles eram exportados para o país asiático. O exportador não tinha ideia da ilegalidade que estava cometendo.
Ao mesmo tempo, como um recurso para expandir os negócios, outra pessoa traficava esquilos da Geórgia, levando-os para Orlando e de lá para Chicago, onde também seriam exportados.
A prisão dos traficantes
Toda a investigação, que teve como resultado a prisão de seis pessoas e a busca de uma sétima cujo paradeiro é desconhecido, foi feita graças à denúncia de um morador da Flórida.
No condado de Marion, um cidadão que passeava pela floresta descobriu as armadilhas e os animais. Ele imediatamente contatou as autoridades, que iniciaram a investigação rapidamente.
Além do tráfico de esquilos-voadores, a quadrilha criminosa aparentemente também capturava outros animais com o mesmo propósito: a venda para o exterior com documentos falsos. Essas outras espécies que foram vítimas do tráfico ilegal são tartarugas de água doce e jacarés, ambos protegidos.
A moda dos esquilos-voadores na Ásia
Nos últimos anos, surgiu uma demanda crescente por esses animais exóticos. Em países do sudeste asiático, como a Coreia do Sul, muitas pessoas mantêm esses simpáticos mamíferos como animais de estimação.
Porém, os esquilos-voadores não são animais domésticos e, apesar da sua aparência doce, podem ser agressivos, chegando a morder e a transmitir doenças.
Além da moda de manter esses animais como animais de estimação, também existem cafés onde as pessoas podem ir brincar com os esquilos. Outra alternativa menos nociva para a natureza e que também conta com uma fama crescente na Ásia são os cafés com gatos.
Por fim, é importante destacar que atualmente existe uma série chamada 4inchers cujos protagonistas são um esquilo-voador chamado Moong, um hamster, um ouriço e um pássaro. Isso levou à popularidade dos esquilos-voadores, fazendo com que as pessoas desejassem mantê-los como animais de estimação.
Apesar de todas as consequências para a natureza, a catástrofe do tráfico de espécies exóticas parece não ter fim. Todos os dias, milhões de animais são retirados de seu lar para serem levados à casa de alguém. O pior é que, no trajeto, a maioria deles morre por causa das condições do transporte e do estresse ao qual são submetidos.
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