O lince da Península Ibérica: o felino mais ameaçado do mundo
Escrito e verificado por a treinadora de cachorros Laura Huelin
O lince da Península Ibérica está em perigo crítico de extinção. Apresentaremos este felino único e contaremos a história de sua recuperação.
Características do lince da Península Ibérica
O lince ibérico é um felino de tamanho mediano, embora seja pequeno em comparação com outras espécies de lince. Os machos adultos são um pouco maiores que as fêmeas: elas pesam cerca de 10 quilos, e eles chegam aos 13 quilos.
Eles têm uma cauda curta, terminada em uma borla preta. que sempre está ereta. São marrons ou grisalhos, com manchas em preto e branco. Essas manchas podem ser de diferentes tamanhos e intensidades.
No entanto, a característica física mais marcante deste lince são os pincéis que ele tem nas pontas das orelhas: eles ajudam na camuflagem e são feitos de pelos pretos espessos. Sob as bochechas, há dois bigodes brancos que se tornam maiores com a idade.
Em proporção, eles são animais com um aspecto gracioso e com pernas longas. São espécies inteligentes que vivem em grupos. São grandes caçadores, apesar de agirem sozinhos e não desenvolverem estratégias coletivas, como as outras espécies.
Alimentação do lince ibérico
O lince ibérico é um animal carnívoro. 90% de sua dieta é composta por coelhos. Mas essa proporção possa variar dependendo da estação do ano.
Durante o verão, ele se alimenta quase que exclusivamente dos coelhos que caça; mas no inverno, quando há um decréscimo da população dos Lagomorfos, o lince procura outras presas. Em sua dieta, também estão presentes outros pequenos mamíferos e pássaros. Também já foram vistos caçando cabras e seus filhotes.
Um dos problemas na conservação e recuperação do lince ibérico está na sua dieta: uma vez que é ele tão seletivo em relação a suas presas, precisa de um habitat onde as oportunidades de caça sejam abundantes. Além disso, as doenças que aparecem em suas presas também são motivo de alarme para sua sobrevivência.
Habitat do lince ibérico
O lince ibérico vive na floresta mediterrânea: lugares que são caracterizados por não serem muito íngremes, com grandes extensões de terra plana, muitos arbustos e grama baixa. Na Península Ibérica, há poucos lugares como este que não foram afetados pela ação do homem.
Há algumas décadas, o lince vivia na Andaluzia, na Serra Morena e na Serra de Gata, na Espanha e no sul de Portugal. Durante os primeiros anos do século 21, muitos desapareceram desses lugares. Atualmente, sobrevivem especialmente na Andaluzia, concentrados no parque natural de Doñana, e foram reintroduzidos em Serra Morena.
No entanto, estão preparando outros habitats para poderem introduzi-los. O objetivo é alcançar a expansão da espécie: o vale do Guadiana, em Portugal, está sendo melhorado. Quando há populações estáveis de coelhos e a ação humana desaparece nesses lugares, a população de linces pode ser ampliada.
Progresso na recuperação
Durante os primeiros anos do século 21, o lince tinha uma população tão baixa que colocou a espécie em perigo crítico de extinção: estimou-se que restavam menos de 100 espécimes. Felizmente, os esforços de conservação estão valendo a pena e agora existem mais de 500.
Diferentes projetos estão sendo realizados para alcançar sua recuperação: seu modo de vida está sendo estudado em profundidade para preparar novos habitats. Mas a reprodução em cativeiro também está sendo realizada.
Além disso, eles foram reintroduzidos em lugares onde haviam desaparecido. Este passo foi um sucesso, já que estão ocorrendo nascimentos em liberdade, sem a intervenção dos humanos. Em algumas áreas, muitas câmeras ocultas foram instaladas para saber exatamente como eles vivem e que problemas enfrentam.
Ameaças ao lince da Península Ibérica
Embora os dados sejam otimistas, não devemos nos esquecer de que o lince da Península Ibérica ainda está em perigo de extinção. Em 2017 e 2018, ocorreram muitos nascimentos, mas também houve muitas mortes acidentais que poderiam ter sido evitadas.
Atualmente, o maior perigo de morte que os linces ibéricos correm são os atropelamentos, já que existem estradas secundárias que atravessam parte de seus habitats. Além disso, as armadilhas preparadas para outros animais, como raposas e coelhos, são preocupantes, porque eles também caem nelas.
O lince ibérico é o felino mais ameaçado do mundo, mas está em processo de recuperação. Está sendo um trabalho cuidadoso e lento, mas os dados da última década parecem otimistas.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.