O uso do scanner em medicina veterinária
Escrito e verificado por o advogado Francisco María García
Uma década atrás, a tomografia axial computadorizada era usada apenas em humanos. Atualmente, estamos testemunhando um avanço gigantesco no seu uso em medicina veterinária. O scanner, como é comumente conhecido, permite obter diagnósticos precisos. O procedimento não é invasivo e melhora a qualidade dos cuidados dispensados aos animais.
Com o scanner, o interior do corpo do paciente pode ser observado sem a necessidade de abri-lo. Ao contrário do ultrassom e da radiografia, ele favorece o percurso virtual de cada um dos órgãos, incluindo os ocos. Graças a esta reconstrução de imagens bi e tridimensionais, é possível analisar os vasos sanguíneos e as vias aéreas.
Outro benefício do uso do scanner é a detecção de patologias no tecido ósseo, geralmente imperceptíveis em outros exames. Também pode ser usado para acompanhar certos tratamentos clínicos. É usado até mesmo preventivamente, para procurar sinais precoces de doenças congênitas ou degenerativas.
Avanços médicos veterinários
O scanner é útil no estudo do cérebro, da coluna e de todo o sistema nervoso central. Além disso, serve para detectar patologias no pulmão e outras partes do tórax, detectando inclusive a metástase pulmonar. Outra contribuição importante é que é um dispositivo realmente eficaz para verificar o estado do abdômen e da pelve.
Este equipamento de imagem também é usado para determinar uma possível fase de câncer em um animal. Essa informação facilita o desenvolvimento e o controle do tratamento cirúrgico, médico ou terapêutico necessário.
Quando o animal sofre um acidente, fraturas, lesões ou apresenta tumores, o scanner é a ferramenta mais precisa para a avaliação. Esses problemas são mostrados individualmente e em relação aos órgãos, tecidos ou ossos que estão ao redor.
Diagnóstico seguro
Para passar por uma tomografia computadorizada, o animal deve estar com o estômago vazio, em repouso, sedado e deitado em uma mesa. Os raios-X são projetados em um raio de 360°, e com isso são obtidas as imagens que serão visualizadas no computador.
Um tubo posicionado ao redor do paciente contém detectores ativados com a rotação ou passagem de raios X. Imagens de cortes e seções são coletadas, que são então reconstruídas no computador com a ajuda de algoritmos.
Radiografias simples oferecem uma única imagem bidimensional. Já o uso do scanner oferece múltiplas imagens transversais e tridimensionais.
O avanço tecnológico também permite a reconstrução de estruturas a partir de imagens de órgãos. Isso permite estudar os ossos sem interferência dos tecidos moles que o cobrem. A análise das estruturas vasculares também é obtida, sem a sobreposição do tecido subjacente.
Uso do scanner também na indústria de carne
A tomografia computadorizada demonstrou ser benéfica não apenas para o diagnóstico médico de pets, como cães e gatos. Sua aplicação também se estendeu à indústria da carne, que, sem sacrificar os porcos, avalia a saúde e a qualidade de sua carne.
Um monitoramento dos cortes é feito e, a partir daí, a gordura, músculo e composição óssea do animal é analisada. A tomografia axial descreve valores de espessura e volume dos tecidos; facilita a detecção de patologias, o estudo genético e a observação dos resultados dos vários processos industriais.
Recentemente, a União Europeia aprovou o uso do scanner como parte do sistema de classificação da carne. O objetivo é otimizar o produto (carne) e garantir altos padrões de qualidade neste setor.
Recomendações para o exame
Como em humanos, o uso do scanner em medicina veterinária tem suas demandas e limitações. O animal não deve ingerir sólidos ou líquidos durante as oito horas anteriores ao exame.
Além disso, é importante realizar um exame de sangue que indique o bom funcionamento do fígado e dos rins. A escolha ou descarte de certas anestesias profundas ou gerais dependerá disso.
A participação de um anestesiologista é essencial. Os animais não entendem que devem permanecer imóveis durante o exame e, mesmo se ficassem quietos, o barulho e as luzes os assustariam.
Dependendo da estrutura a ser analisada, a aplicação do fluido de contraste pode ser necessária, como no caso do sistema vascular. Atualmente, contrastes não-iônicos são usados para melhorar a precisão e a sensibilidade do exame.
O custo de usar um scanner é alto. Flutua de acordo com os equipamentos e métodos implementados, o centro de saúde escolhido e a região onde está localizado. Apesar do preço, é aconselhável quando exames como radiografia ou ultrassonografia não são suficientes para estabelecer um diagnóstico.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.