11 animais em risco de extinção na Espanha
Quando se fala de extinção, os primeiros animais que vêm à mente costumam ser o rinoceronte, a baleia-azul ou o urso-polar. Contudo, neste espaço vamos tratar dos animais em risco de extinção em um território específico: na Espanha. Descubra quais são eles nas linhas a seguir.
Estamos no evento de extinção mais grave da história: 1 em cada 8 aves no mundo, 1 em cada 4 mamíferos, 1 em cada 3 anfíbios e 70% das plantas correm risco de desaparecer para sempre. O conhecimento é sempre o primeiro passo para a preservação, então não deixe de conferir os animais que vamos apresentar.
11 animais em risco de extinção na Espanha
Há um total de 61 espécies de animais em risco de extinção na Espanha, acompanhadas de 127 espécies de plantas na mesma situação. Outras 139 espécies da flora e fauna ibéricas encontram-se em estado de vulnerabilidade, somando um total de 337 táxons que correm o risco de desaparecer. A seguir, vamos apresentar alguns dos porta-bandeiras, mas todos requerem o mesmo esforço de conservação.
1. Cegonha-preta (Ciconia nigra)
Essa ave migratória vive habitualmente em florestas e montanhas, em uma área que vai de Portugal até a China. Costuma passar o inverno na África, mas, assim como a cegonha-branca (Ciconia ciconia), muitas vezes opta por ficar na Península. Essa mudança se deve ao aumento das temperaturas causado pelo aquecimento global.
2. Lince-ibérico (Lynx pardinus)
A caça indiscriminada e duas grandes epidemias na população de coelhos durante o mesmo período foram a causa do declínio brutal dos espécimes de lince-ibérico. É o último grande felino que habita a Europa naturalmente. Também é endêmico da Península Ibérica – de fato, só existem populações nas regiões de Doñana e Sierra Morena –, o que o torna o felino mais ameaçado do mundo.
3. Abutre-barbudo (Gypaetus barbatus)
Esse ave tem o hábito de deixar cair de uma grande altura os ossos que recolhe, para que se partam contra o solo e elas possam comer o tutano. Linhas de energia, iscas envenenadas e a caça reduziram essa espécie a um grupo de menos de 300 espécimes, que vive nos Pirineus. Acredita-se que sua população tenderá a diminuir em um futuro próximo.
4. Um dos mais esquecidos entre os animais em riso de extinção na Espanha: o tetraz-cantábrico
O tetraz-cantábrico (Tetrao urogallus cantabricus) só pode ser visto em uma pequena área entre as regiões de Lugo e Cantábria. Embora tenham sido propostos planos de conservação para essas aves terrestres, apenas a comunidade autônoma de Astúrias os aprovou, então sua população continua a diminuir. A caça, a destruição do habitat e a competição com outras espécies deixaram o tetraz-cantábrico em crítico risco de extinção.
5. Urso-pardo-europeu (Ursus arctos arctos)
O urso-pardo-europeu vive principalmente no norte da Espanha, em áreas montanhosas mais íngremes, onde o impacto humano é menor. A principal vulnerabilidade desse ursídeo reside nas pequenas populações em que se dividem os 200 exemplares restantes. A caça ilegal e a destruição de habitats são os principais perigos para eles, uma vez que os humanos também tornam suas presas escassas.
6. Águia-imperial-ibérica (Aquila adalberti)
É a única ave endêmica da Península Ibérica. Sua situação está ameaçada pela fragmentação do seu habitat, pela comum eletrocussão em linhas de transmissão de energia e pelo uso de iscas envenenadas, por parte de pecuaristas e caçadores. Embora ainda não tenham saído da situação de risco, sua população aumentou de 50 pares para 400 nos últimos 50 anos. Vive principalmente na floresta mediterrânea e no Sistema Central.
7. Foca-monge-do-mediterrâneo (Monachus monachus)
Embora seja difícil imaginar, há muito tempo era possível avistar focas nas praias espanholas do Mediterrâneo. A foca-monge-do-mediterrâneo é um dos pinípedes mais ameaçados, pois a construção maciça na costa do Mediterrâneo e nas Ilhas Canárias na década de 1950 a expulsou de suas praias de descanso. Atualmente, existem pequenas populações, muito difíceis de encontrar, nas ilhas Chafarinas, em Melilla.
Muitos desses mamíferos marinhos se refugiavam em cavernas costeiras, protegidas dos humanos, mas também mortais: quando a maré sobe, algumas dessas cavidades ficam completamente inundadas, deixando-os presos. Centenas de espécimes morreram afogados dessa maneira.
8. O camaleão-comum, em risco de extinção na Espanha por causa do turismo e da posse ilegal
Embora esteja presente em toda a costa mediterrânea africana e no sul da região da Anatólia, o camaleão-comum (Chamaeleo chamaeleon) habita apenas uma pequena parte do sul da Espanha e Portugal. Muitos o confundem com um animal exótico que escapou de alguma casa, mas a realidade é que esse réptil pode ser encontrado na natureza.
Ele é o único representante de sua família na Europa, o que o deixa em uma situação crítica na Península. Seu principal problema também era a destruição do habitat pela construção massiva no litoral, além da captura ilegal para uso de espécimes como animais de estimação. Atualmente, essas práticas são estritamente proibidas.
9. Vison-europeu (Mustela lutreola)
Além da perseguição por sua pele, esse mustelídeo experimentou uma redução dramática em sua população devido à introdução de um competidor, o vison-americano (Neovison vison), mais oportunista em sua alimentação e mais agressivo. A libertação do vison-americano respondia aos interesses econômicos por parte dos caçadores e peleteiros, deixando o vison-europeu em perigo crítico.
Além disso, essa espécie invasora carregava o parvovírus, ao qual o vison-europeu era muito mais sensível.
10. O lagarto gigante Gallotia simonyi
Endêmico da ilha El Hierro, esse réptil sofre do mesmo problema de outras espécies que vivem em locais com extensão reduzida: são animais muito mais vulneráveis quando seu habitat é destruído. Nessa ilha, há um centro de recuperação, mas restam apenas cerca de 200 espécimes na natureza.
11. Tartaruga-mediterrânea (Testudo hermanni)
Há muito tempo, esse quelônio vivia na vegetação da costa do Mediterrâneo, mas a captura em massa de indivíduos quase acabou com sua população. Na verdade, embora tenha sido proibida sua posse como animal de estimação, ainda pode ser encontrada em algumas casas. Em 2017, 300 espécimes foram soltos na costa da Catalunha, mas a espécie ainda está em perigo crítico.
Como evitar o aumento de espécies em risco de extinção na Espanha?
Sempre há alguém preocupado com a conservação das espécies. Grande parte das ações exigidas dos órgãos públicos passa por ações como: implantação de planos de conservação, ampliação de parques naturais, aumento das penas para crimes contra a natureza, controle de espécies invasoras e recuperação de habitats destruídos.
No entanto, a luta dessas organizações costuma encontrar uma grande muralha para atingir seus objetivos: os interesses econômicos. Embora pareça impossível, apoiar esses projetos e pressionar as organizações responsáveis pela proteção do meio ambiente pode ter um impacto real.
A Espanha é um dos países com maior biodiversidade da Europa, mas também um dos mais vulneráveis: não abandonemos a sua fauna.
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