Orientações para uma boa convivência entre cães e gatos

Uma boa convivência entre cães e gatos é possível e até aconselhável em certos casos. Às vezes, essas espécies precisam viver juntas.
Orientações para uma boa convivência entre cães e gatos
Ana Díaz Maqueda

Escrito e verificado por a bióloga Ana Díaz Maqueda.

Última atualização: 21 dezembro, 2022

Alguém já ouviu a expressão “se dar bem como cão e gato”. Certamente, a primeira pessoa que falou pouco conhecia a relação entre esses bichinhos. Uma boa convivência entre cães e gatos não é uma situação idealizada, na verdade, eles são a melhor combinação de animais domésticos – segundo muitos tutores.

Quer saber como fazer com que as duas espécies convivam sem problemas dentro da mesma casa? Nas linhas a seguir, oferecemos uma série de dicas para conseguir uma convivência harmoniosa entre esses animais de estimação.

1. Tudo começa com uma apresentação correta

A grande maioria dos gatos não terá problemas em viver com um cachorro, desde que tenha tempo suficiente para se acostumar com o novo membro da família. Além disso, é muito importante que o cão aceite gatos em seu ambiente e não os veja como presas.

Nos abrigos de animais, os cães para adoção são submetidos a testes com gatos, ficando próximos de onde vivem os felinos, para observar sua reação. O cão é aprovado nesse teste se ignorar completamente os gatos e ficar mais atento a outros estímulos ou ao seu cuidador.

Cães com problemas de agressividade ou um instinto de caça enraizado não são adequados para conviver com gatos ou outros animais de estimação, mesmo no caso de cães pequenos. Embora com muito tempo e treinamento um cão dessa natureza possa vir a aceitar um gato, nunca será seguro deixá-los sozinhos.

Quando você tem gatos como animal de estimação e decide adotar um cachorro, deve sempre saber com antecedência se ele aceita gatos. Nesse caso, a apresentação será muito fácil e rápida.

Exemplo de convivência entre cães e gatos.

Um cão que ignora os gatos quando precisa enfrentá-los apresentará comportamentos associados ao medo, como não olhar para o felino ou olhar de esguelha. Isso é algo que os gatos adoram, pois um olhar fixo não é um bom sinal para eles.

No início de uma apresentação, o ideal é manter os animais entretidos com prêmios e petiscos para que não mantenham o foco um no outro. Durante essas primeiras aproximações, é normal o gato bufar se o cão se mover ou o cão latir.

A apresentação dessas espécies não deve durar mais do que alguns dias. Por outro lado, quando dois gatos são apresentados, esse tempo pode chegar a um mês. Como nota final, os animais nunca devem ser deixados sozinhos, pelo menos até que você tenha certeza de que eles estão confortáveis com a nova companhia.

2. Atenção aos sinais de alerta

Infelizmente, muitas vezes essa convivência entre cães e gatos não é possível. Para ver se eles conseguirão se dar bem no futuro, observe todos os sinais de ameaça e outros comportamentos dos animais.

Se a princípio o cão ficar totalmente focado no gato, não tirar os olhos dele e também ignorar completamente o tutor, algo pode não estar correndo bem. Da mesma forma, se ele tentar se lançar contra o gato, há poucas chances de que essa convivência seja frutífera um dia.

Quando é o gato que ataca o cão, é necessário estudar se ele faz isso como uma brincadeira ou de forma agressiva. Em geral, os gatos brincam de forma hostil, pois podem morder, arranhar e fazer ruídos ameaçadores mesmo quando estão brincando. Se esses ataques ou brincadeiras ocorrerem com pouca frequência e o cão os ignorar ou responder brincando, isso não é um problema.

Pelo contrário, se o cão demonstrar ter medo ou responder agressivamente, esses dois indivíduos podem não ser o par mais adequado para viverem juntos. O mais comum é que as duas espécies se respeitem, embora com algum medo no início do relacionamento. Qualquer atitude diferente pode indicar que é hora de repensar a coexistência.

3. Para uma boa convivência entre cães e gatos é necessário delimitar territórios

Embora essa regra seja estabelecida de forma geral, é mais importante no início do relacionamento. Os gatos costumam ter muito ciúme de seus bens e recursos, como comida e água.

No caso de ser o cachorro o novo indivíduo da casa, primeiro o gato terá que se acostumar a ter comida e água em um local mais ato, onde o cachorro não consiga chegar. Além disso, essa posição dará ao felino confiança e segurança, pois ele sabe que pode se afastar do novo animal de estimação se desejar.

No caso contrário – se o gato for o novo animal de estimação – deve ser preparada uma sala para isso. Os felinos demoram muito para se adaptar a novas situações e, portanto, enfrentar um cão pode ser traumático.

Por isso, é melhor preparar um cômodo da casa para o gato, onde ele tenha tudo de que precisa. Com o passar dos dias e de acordo com sua atitude, ele poderá sair e cheirar seu novo ambiente sem que o cachorro esteja em casa. Assim, ele se acostumará com o cheiro do cachorro sem ter que enfrentá-lo.

4. A convivência entre cães e gatos de filhotes

Graças à sua resiliência, os animais jovens se acostumam muito melhor às circunstâncias em que vivem. Cães e gatos que conviveram com outras espécies desde a infância não terão problemas para se comunicar com indivíduos que não sejam do mesmo tipo.

Assim, um gato devidamente socializado aceitará qualquer cão que entre em casa, desde que não tenha uma atitude ameaçadora. Porém, cães acostumados a conviver com gatos podem ter certo medo de felinos que não conhecem, ou até persegui-los ao vê-los na rua.

Filhotes: boa convivência entre cães e gatos

Uma boa convivência entre cães e gatos é possível e, muitas vezes, aconselhável. Alguns gatos nunca se darão bem com outros indivíduos da sua espécie, mas se darão bem com cães ou outros animais. Se o relacionamento entre dois bichinhos não estiver indo bem ou um dos membros apresentar sinais de tristeza ou depressão, é melhor procurar um profissional que possa orientar o relacionamento.


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