Pododermatite em gatos: sintomas, causas e tratamento
Escrito e verificado por o veterinário Daniel Aguilar
Todos os gatos têm garras poderosas, capazes de agarrar, rasgar coisas e até mesmo machucar. Quando se trata de defesa, essas estruturas são uma excelente arma. No entanto, como o resto do corpo, suas patas estão expostas a várias doenças, algumas tão raras quanto a pododermatite em gatos, que prejudica muito a qualidade de vida do animal.
Se seu gato é o rei da casa e você quer mantê-lo saudável e feliz todos os dias, continue lendo. Neste artigo vamos falar sobre uma determinada patologia que afeta as almofadas do gato, suas possíveis causas, alguns sintomas e a forma adequada de abordar seu tratamento.
O que é a pododermatite em gatos?
Também conhecida como pododermatite de células plasmáticas, a pododermatite em gatos é uma doença caracterizada por inflamação localizada nas almofadas do metacarpo e do metatarso. Em raras ocasiões a zona digital fica comprometida e essa condição não conhece idade, sexo ou raça, pois pode ocorrer em gatinhos de qualquer tipo.
Se seu animal de estimação tem a doença, mesmo que você veja apenas uma almofada afetada, sugerimos dar a ele a atenção que merece. A pododermatite em gatos deve ser tratada desde os primeiros sintomas para prevenir sua propagação e reduzir complicações secundárias.
Causas da pododermatite em gatos
Existem inúmeras patologias para as quais ainda não foram coletadas informações suficientes, então muitos pontos sobre sua etologia e patogênese permanecem desconhecidos. A pododermatite felina é um exemplo deles. Seu estudo começou há mais de 4 décadas e, até hoje, suas causas permanecem desconhecidas.
A pododermatite em gatos mostra uma resposta positiva aos glicocorticóides e uma infiltração tecidual de células plasmáticas, sugerindo que a principal causa seja um processo imunomediado. O vírus da imunodeficiência felina (FIV) também parece estar relacionado, e observa-se que até 60% dos pacientes apresentam as duas doenças ao mesmo tempo.
Em alguns felinos, a pododermatite se manifesta sazonalmente, como acontece com muitas outras doenças de origem alérgica. Portanto, não está descartado que os alérgenos também sejam os desencadeadores dessa patologia.
Sintomas da pododermatite em gatos
Em todos os casos de pododermatite em gatos, o primeiro sinal que aparece (que também é fácil de identificar) é a claudicação. As patas afetadas começam a apresentar inchaços leves e, na maioria dos casos, a almofada central é a mais danificada, apresentando tonalidade violeta e estrias hiperceratósicas esbranquiçadas.
Úlceras abundantes e abscessos importantes aparecem em felinos com sintomas avançados (ou gatos que não receberam atenção médica adequada). Como consequência, o desconforto e a dor aumentam. Não deixe seu animal chegar a esse ponto: aja na hora certa e procure o veterinário.
Se o seu animal estiver passando por essa doença, é possível que os sinais que ele apresenta sejam muito semelhantes aos seguintes:
- Fraqueza.
- Febre.
- Relutância em se mover.
- Pelagem em mau estado devido à falta de cuidado.
- Vários sintomas nas patas (já mencionados).
Alguns casos de pododermatite em gatos conseguem se manifestar de forma subclínica, ou seja, sem sintomas. Portanto, é muito importante consultar o veterinário regularmente. O prognóstico de recuperação do seu animal será mais favorável assim que o tratamento começar.
Diagnóstico de pododermatite em gatos
Para obter um diagnóstico final da doença, é necessário realizar diversos exames diagnósticos. A análise começa com um exame físico geral do paciente, uma anamnese e uma coleta de amostras. Esses exames fornecerão informações valiosas e úteis para a próxima etapa: um diagnóstico diferencial.
Diagnóstico diferencial
Sinais como inflamação e ulceração das almofadas não são exclusivos da pododermatite em gatos. Portanto, doenças como pênfigo foliáceo, piodermite, micose profunda e dermatofitose precisam ser descartadas devido à semelhança entre seus sintomas.
Outras patologias, como a dermatite de contato irritativa, complexo de granuloma eosinofílico e epidermólise bolhosa distrófica, deverão ser descartadas do diagnóstico final. Para isso, o ideal é realizar alguns exames no seu animal de estimação. Aqui você pode saber mais sobre eles.
Diagnóstico laboratorial
Um dos exames mais úteis para o diagnóstico da pododermatite em gatos é o hemograma. Ao fazer uma interpretação dos resultados, o seguinte pode ser observado:
- Linfoncitose (contagem elevada de linfócitos).
- Neutrofilia (baixos níveis de neutrófilos).
- Trombocitopenia (diminuição do número de plaquetas).
- Plasma abundante e células polimorfonucleares.
- Hipergamaglobulinemia (altos níveis de gamaglobulina). É considerada a alteração bioquímica mais frequente da doença.
A análise histopatológica também é uma excelente ferramenta para coletar informações extras. Para realizá-la, será necessária uma biópsia da área afetada. Quando vistas ao microscópio, áreas epidérmicas com acantose, tecido erodido e ulceração podem ser observadas.
Tratamento de pododermatite em gatos
O tratamento da pododermatite em gatos geralmente dura 10 semanas. Nesse momento, é recomendada a administração de doxiciclina a uma taxa de 10 miligramas por quilo do paciente a cada 24 horas. Verificou-se que mais de 80% dos felinos conseguem se estabilizar e apresentam melhora considerável após as primeiras doses.
Como plano B para aqueles pacientes nos quais a resposta terapêutica desejada não tiver sido alcançada, o uso de prednisolona será um bom auxílio. A dose recomendada é de 4,4 miligramas por quilo do animal com a mesma frequência. A resposta do medicamento indicará sua retirada. Lembre-se de que a prednisolona deve ser descontinuada paulatinamente.
O veterinário tomará a decisão de remover cirurgicamente todo o tecido afetado quando nenhum dos tratamentos for bem-sucedido. Sugerimos que você siga as indicações médicas ao pé da letra, porque o seu gatinho merece ter a melhor vida possível ao seu lado: faça parte dela, cuide do seu bichinho e preserve a sua saúde.
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